Sinopse: Usando uma camiseta escrito “I Prefer the Drummer”, Betina Lima estava animada para ver sua banda favorita – 5 Seconds of Summer – pela primeira vez. Na intenção de fazer seu favorito, Ashton Irwin, rir e talvez ganhar as baquetas, a estudante de Comunicação Social acabou ganhando muito mais.
Gênero: Romance.
Classificação: 14 anos.
Restrição: Insinuação de sexo; palavras de baixo calão.
Beta: Thalia Grace.
I Prefer the Drummer
Mesmo que o Cine Joia comportasse pouco mais de mil pessoas na casa de show, fãs adolescentes sabiam como agitar uma rua. Para a turnê em solo brasileiro, que antecedia a estreia de seu terceiro álbum “Youngblood”, 5 Seconds of Summer escolheu fazer uma turnê mais intimista.
andava quase correndo enquanto procurava um papel na pochete que estava sua cintura; tudo isso desviando de ambulantes e outras fãs. Faltavam 10 minutos para a entrada na passagem de som e ela não tinha ideia de qual portão procurar. Isso porque ela havia pedido uber com uma hora de antecedência do hotel onde estava hospedada.
– 21 anos na cara e eu continuo correndo atrás de boyband – A menina sussurrou para si mesma ao mesmo tempo que lia o papel todo em inglês que explicava toda a experiência a mais que ela pagou. Ela torcia para os 150 dólares valessem a pena.
Ela pediu informações para o primeiro segurança que viu e sentiu seu coração acelerar quando ouviu que se ela não corresse para o portão lateral ela não entraria. Agradecendo por estar de all star e com sua calça preferida – azul marinho com leves listras brancas em corte reto -, ela correu pelo amor que ela tinha aos quatro membros da banda.
A menina negra de pele clara chegou no portão respirando forte e tendo certeza de que seus cabelos curtos e ondulados pareciam um abajur em sua cabeça. Entregou os documentos para o segurança que a deixou entrar e repassou os papéis em mão para uma mulher da produção do show.
Com tudo conferido, guardou tudo de volta na pochete. Ganhou um saco preto pequeno para guardar o celular e o mais importante: o crachá de vip da Soundcheck Experience. Andando para a fila que guiaria todo mundo para a pista, a menina sorriu e não parecia acreditar no que estava ao redor de seu pescoço. Luke Hemmings, Michael Clifford, Calum Hood e Ashton Irwin estavam lindos na foto escolhida. Principalmente Ashton.
A menina sorriu e agradeceu quando uma menina mais nova do que ela elogiou sua camiseta. “I Prefer the Drummer” era a frase que preenchia quase toda a parte da frente. Era seu jeitinho de falar que vocalistas raramente a atraiam.
Aos poucos, todas da fila estavam na frente do palco. Era muito estranho entrar ali sem ouvir gritos ou cantorias, mas a sensação única de exclusividade a deixava animada. Não havia mais de 25 meninas ali e isso era incrível.
Um homem grisalho e com crachá escrito STAFF entrou no palco os gritos surgiram.
– Por favor, não gritem – Falou o homem – Vou explicar como vai funcionar a passagem de som e por favor colaborem.
A primeira coisa que fez foi comemorar mentalmente que seu inglês estava ótimo. Entendeu o sotaque do homem sem menor problema. Depois ficou feliz com o fim da euforia sem motivo.
– Os rapazes vão cantar 4 músicas e depois eles sentam para responder às perguntas de vocês – O grisalho continuou – Nessa hora, vocês vão levantar a mão e eu vou levar o microfone até vocês. Mas apenas lembrando que eles vão responder 5 perguntas, ok?
Um “ahhh” coletivo preencheu o lugar fazendo rir, mas entendendo total o sentimento. 5 perguntas eram poucas.
– Apenas lembrando: não é permitido tirar fotos ou filmar. Quem for pego com celular, será expulso.
O homem agradeceu pela atenção e saiu. Agora sim a ficha começou a cair. A banda entraria e sabia não tinha estabilidade emocional o suficiente para vê-los na sua frente pela primeira vez. Esse era o dilema da vida dela: continua amando uma banda que surgiu no teen pop e tendo feelings como uma adolescente de 14 anos, porém ela tinha 21, fazia faculdade de Comunicação Social e escrito um artigo sobre padrão entre fãs usando o período da turnê da One Direction com a 5SOS como objeto de estudo.
Duas s diferentes dentro de uma só enaltecendo os mesmos 4 homens.
Não demorou cinco minutos para os quatro surgirem e aí sim a loucura ter motivo. não parava de sorrir. Parecia surreal!
Luke estava com seus cachinhos loiros bagunçados e segurava uma garrafa de água e foi direto para o microfone. Michael tinha cara de sono, mas tinha um sorriso tímido preso no rosto; ele acenou para umas meninas que estavam grudadas na grade. Calum parecia um pouco sério e focou em ajustar seu baixo. Ashton deu um sorrisinho para a plateia e sentou na bateria, mas não deixou de olhar para o pequeno grupo de fãs que estava ali, ainda mais quando notou uma delas.
As músicas escolhidas para a passagem de som foram os três singles lançados até aquele momento e uma do primeiro álbum. Todas ali cantaram as músicas como se fossem o show oficial e a banda pareceu ter gostado da energia que estava no lugar.
preferiu ficar um pouco para atrás e assim poder dançar e se divertir sem atrapalhar ninguém. Quando ouviu os primeiros acordes de Want You Back, ela virou a pessoa mais feliz dali. Era seu single preferido e com certeza uma das músicas que ela mais esperava para ouvir ao vivo. Ela fazia caras e bocas e simplesmente não estava nem aí se alguém fosse rir dela. Ao final, já estava cansada. Assim que acabasse precisava comprar água.
Os meninos bebiam água e conversavam rapidamente entre si enquanto a produção colocava quatro banquinhos na beirada do palco e separam microfones. O mesmo homem grisalho surgiu com um microfone extra e ficou parado ao lado dos bancos.
– Vocês já sabem as regras. Então quem quiser perguntar, levanta a mão que passo o microfone.
levantou a mão e esperou se notada. Ela mantinha um sorriso empolgado e esperava que mesmo atrás da pequena multidão o produto a olhasse. Seu coração quase parou de vez quando Ashton a olhou. Acenou para o rapaz, apontou para a própria camiseta e deu um joinha em seguida. O baterista riu e cutucou Calum para que olhasse para ela. Mais uma vez ela acenou dessa vez tentando não ficar sem graça.
Os dois voltaram a atenção para o que deveriam estar fazendo quando uma menina que estava abraçada a grade fez a primeira pergunta: vocês estão namorando? Calum respondeu que só Luke e Michael estavam. A plateia pareceu meio triste, mas logo estavam rindo de novo, principalmente com Michael fazendo piadas. tentava não parecer impaciente e torcendo pra escolherem ela.
Ashton sussurrou algo para Calum, que riu baixo.
– Peter, escolhe aquela menina ali no fundo – Calum falou – A da blusa de baterista.
deu uns pulinhos de alegria e chegou mais perto do palco para pegar o microfone, contrariando a regra inicial.
– Olá, qual seu nome? – Luke perguntou.
– !
– , sua camiseta me ofende. – Respondeu Calum, fazendo todos rirem e virarem na direção dela. A menina não sabia onde enfiar a cara.
– Desculpa – A menina não parava de rir – Mas é a verdade!
– Bom gosto – Ashton falou na direção dela com um sorriso bobo – Qual sua pergunta?
– Na playlist que vocês liberaram no Spotify tem Arctic Monkeys, The Police, The Neighbourhood, por exemplo. Queria saber se esses artistas são uma pista do que a gente pode esperar pro álbum? – Perguntou depois de respirar e conseguir focar.
– É uma boa pergunta! E sim, com certeza influenciaram no processo. Talvez você perceba de uma maneira direta em algumas músicas. No geral, o álbum foi um processo de amadurecimento do que queríamos como banda e como gostaríamos de soar – Luke respondeu orgulhoso.
– Foi um processo de experimentar também – Completou Michael – Às vezes Calum tocava algumas notas sem pretensão que acabaram virando parte de uma música, por exemplo. Nós aproveitamos todos os momentos e espero que vocês gostem!
agradeceu pelas respostas e devolveu o microfone. Depois de seu momento único com os meninos, pareceu que tudo passou muito mais rápido. Talvez por sua cabeça reviver o tempo todo o que tinha acontecido e não conseguir focar em nada. Os quatro rapazes saíram palco desejando ótimo show a todos e respondeu mentalmente que a passagem de som já a tinha deixado realizada.
Ashton saiu do palco procurando sua garrafa de cerveja. No momento que a encontrou em cima de uma caixa de equipamentos, sentiu Calum o abraçar de lado pelo ombro.
– Parece que tem alguém interessado na garota da camiseta – Hood falou rindo enquanto caminhavam de volta para o camarim – Cuidado pra ela não ser menor de idade.
– Cara, se ela fosse tão nova, a pergunta não seria tão boa – Luke, que estava logo atrás, se intrometeu.
Ashton se manteve calado. Antes mesmo de reparar na frase que ela vestia, ele já tinha a achado bonita quando sentou no banco da bateria e observou o público, e se confirmou quando saiu da parte detrás do palco e pôde observá-la melhor. A camiseta tinha sido um mero detalhe.
– Ela deve ser aquele tipo de fã que faz tudo pra ficar com o ídolo – Respondeu Calum.
– Vocês já estão julgando a menina? – Michael disse tentando acompanhar o falatório dos amigos – A menina é fã, parecia estar se divertindo e não duvido que a camiseta é zoeira.
– Já esqueci o nome dela.
– – O baterista respondeu na hora.
– Quem sabe ela não é o tipo de fã que vai pra porta do hotel? – Michael sugeriu – Assim pode ser que você a chame pra conversar, sei lá. Ela me pareceu legal.
Calum, agora já desgrudado de Ashton, abriu a porta do camarim questionando quem tinha mexido no videogame dele. Luke gargalhou alto e Michael foi logo se defendendo. O baterista por sua vez se apoiou na parede do lado da porta e pareceu ter uma ideia melhor.
Depois de comprar merch, a menina sentou no chão apoiada na parede ainda anestesiada com tudo o que tinha acontecido. 5 Seconds of Summer esteve na frente dela e o mais importante, dando atenção! Se a passagem de som já tinha sido incrível, imagina o show?! sorriu olhando para sua nova camiseta e não pareceu perceber quando um homem com crachá da equipe surgiu em sua frente.
– , right? – Um auxiliar de produção, função que a menina leu quando levou a cabeça para ver quem a chamava, falou segurando um papel em sua mão. Ela balançou a cabeça confirmando – Isso é pra você.
pegou o papel confusa e agradeceu em seguida. O homem balançou a cabeça e foi embora. Algumas meninas ao redor pararam para prestar atenção; observavam atentamente a hora da menina abrir e todas descobrirem o que estava ali.
– Acho que ela tomou advertência – Uma menina perto de sussurrou.
– Se fosse isso ela não continuaria aqui – Outra respondeu no mesmo tom.
A estudante de comunicação abriu o bilhete e só faltava enterrar sua cara no chão.
Agora sim estava vivendo uma fanfic. Só faltava o coque frouxo.
Lembrando que haviam curiosas ao redor, ela redobrou o papel e guardou. Seu coração estava acelerado, suas mãos suavam. E ela estava tão em choque que não tinha nenhuma reação.
Liberaram as meninas para a pista; tempinho depois o público geral entrou e um pouco menos de duas horas depois, a banda entrou palco para a alegria e emoção de todas as fãs. O repertório da noite incluiu todos os singles novos, as mais famosas e algumas surpresinhas. cantou tanto que sabia que o dia seguinte seria na base de água para não acabar com a garganta. Por ser um show mais intimista, a banda estava conectada com o público e todos podiam sentir a energia incrível que o lugar estava.
aproveitou tanto que as poucas fotos que tirou foram em momentos que ela parou para beber água. Por sorte ficaram boas e ela até poderia imprimir uma ou duas para colocar em seu mural. E foi em um desses momentos que ela lembrou que não tinha mandado mensagem para Ashton. Sua cabeça ficou tão imersa nas possibilidades e no que poderia escrever que parecia que jogado uma cortina de fumaça no acontecimento e assim ela curtir o show numa boa.
Estava na última música e voltou a se sentir nervosa. Enquanto os acordes de Youngblood tocavam, ela digitava o número de Ashton para salvar na agenda.
O show acabou e ela sabia que a qualquer momento o baterista podia responder. Não estava tarde, era por volta de 22:30. Andou para uma lanchonete que ainda estava aberta e além de pedir uma porção de batata-frita, esperava o aplicativo encontrar um motorista.
Já no carro, tentando não fazer aquele ambiente fechado cheirar a gordura e chegando perto de seu hotel, seu celular vibrou.
riu de nervoso, mas respondeu quase no mesmo instante.
A Augusta estava movimentada. Por volta de 00:30h, as pessoas estavam formando filas nas casas de shows ou nas baladas mais procuradas. estava renovada. Com saia e cropped pretos – e sua pochete de sempre –, apertando a jaqueta em si, ela andou até o bar de três andares escolhidos pela banda e sua produção. Preferiu que o motorista do aplicativo a deixasse um pouco longe justamente pra ter tempo pra ficha cair.
Na entrada do bar percebeu o quão legal parecia ser. O andar da entrada lembrava um pub, no segundo andar tinha karaokê e alguns jogos tipo sinuca e fliperamas, e o último era uma pista de dança; todos com barman. deu uma olhada nas mesas e não encontrou ninguém familiar. Ao perguntar para uma moça que trabalhava no lugar, descobriu que Ashton já tinha avisado sobre ela e a moça falou que a banda estava no segundo andar.
Subindo as escadas sentiu como se tivesse uma manada morando em sua barriga. Claro que ela sabia as intenções de Ashton. No entanto o nervosismo de conhecer sua banda favorita existia e sobressaia. Afinal ela não ia perder a oportunidade, não é?
Foi fácil identificá-los no ambiente recheado de cantoria mal organizada e gritos de incentivo. Eram os únicos que falavam inglês e que transpiravam a palavra “turistas”. se aproximou com um sorriso que misturava “tô feliz, porém sem graça”.
– A drummer girl apareceu! – Calum falou logo depois que notou a presença da menina. Todos da mesa olharam para ela e ela teve vontade de sair correndo.
– Oi! – respondeu tentando fazer sua voz sair o mais normal possível e sendo simpática.
Ashton levantou da cadeira para complementá-la, com um sorriso um pouco misterioso. o abraçou e seu lado fangirl soltou fogos como se fosse ano novo.
– Você tá ótima – A voz do baterista não passou de um sussurro rouco perto do ouvido da menina.
– Você também não está nada mal – Ela devolveu o sorriso, principalmente enquanto observava as bochechas rosadas e o cabelo cacheados na ponta. Ele exalava um perfume forte, porém agradável.
Ashton apoiou sua mão na cintura dela e a apresentou para o resto do grupo, que era formado pelos outros meninos da banda, Crystall – namorada de Michael – e algumas pessoas importantes como empresário e diretor de turnê. sentou-se ao lado de rapaz e a sensação de conversar com todos era muito boa. Era muito além de ser fã e ficar presa no mundo da música e do showbiz.
Todos não paravam de beber, e ao contrário deles, começava lentamente com chopps. O ambiente estava animado e aos poucos o grupo foi cada um para seu interesse. Michael e a namorada foram jogar videogame; Calum e Luke queriam cantar qualquer música e que qualquer jeito. No final sobrou os dois conversando e bebendo na mesa.
– Me fala mais sobre você – Ashton apoiou o cotovelo na mesa e tombando a cabeça um pouco para o lado. Tinha em seu rosto uma expressão de curiosidade, mas também de malícia.
– O que você quer saber? – perguntou depois de um gole longo de cerveja.
Se estivesse em seu modo fã, com certeza falaria que ele estava adorável com as bochechas em destaque.
– Você sabe o que eu faço, contei do que eu gosto, do que eu não gosto…Sua vez.
– Eu faço faculdade de comunicação social, adoro indie rock e a minha vida não é tão agitada quanto a sua – Ela riu.
– Ah não é possível – Ashton respondeu rindo – Vida de universitário sempre tem alguma coisa acontecendo.
– Isso é verdade, mas, com certeza, você não tá afim de ouvir sobre surtos no fim de semestre ou bebedeira em festas mal planejadas.
– Você tá vivendo sua vida, isso é ótimo!
– Falta pouco pra eu terminar e já sinto saudades.
– Agora me conta da camiseta – Ash sentou virado para ela.
– Então… Short long story: eu me vesti ao baterista do Arctic Monkeys pra ir no show da banda e a camiseta foi um complemento – Ela sentiu de vergonha e se segurava para não rir – E como na 5SOS eu também gosto do baterista, usei de novo.
– Não acredito que não era exclusivamente pra mim – Fingiu-se ofendido – Assim não dá!
– Desculpa, mas não é só de 5SOS que vive minhas playlists – Ela deu de ombros rindo.
Ambos estavam risonhos demais. O álcool no sangue ajudava.
– Obviamente não sei flertar – não sabia onde enfiar a cabeça, já que a sua vontade era de sair correndo e manter apenas a relação ídolo e fã.
Ashton gargalhou.
– Claro que sabe. Se não soubesse, eu não perceberia que seu olhar desvia pra minha boca.
riu alto, sussurrou “você tem razão” e virou a caneca de chopp que ainda tinha um pouco menos da metade. Nesse tempo, sentiu a mão de Ashton em sua coxa.
– Pra quem estava reclamando que ficaria sem voz, você está falando demais – Ele aproximou as cadeiras, que antes não estavam longe.
– Você perguntou e eu respondi – Ela respondeu sabendo para onde essa conversinha levaria.
Ashton subiu a mão para a cintura dela e outra segurou a bochecha com gentilmente.
– Vou gostar ainda mais de você se eu grudar minha boca na sua – Sussurrou passeando com os lábios no maxilar de e se aproximando dos lábios dela.
Ela só se deu o trabalho de passar suas mãos ao redor do pescoço do baterista e em seguida estavam se beijando. Ao mesmo que existia a urgência, existia também a leveza de criar o clima e fazer daquilo algo que ambos gostassem. A distância entre os dois era mínima e Ashton ainda a puxava para mais perto, ao passo de que mais uma puxada e ela pararia no colo dele. Como qualquer outra situação clichê, só se separaram por causa da falta de ar – e também para Ashton não ter nada em relevo em sua calça justa.
levantou e esticou a mão para o baterista, que na mesma hora entrelaçou. Ela, que o guiava, mantinha um sorriso nervoso, porém excitante.
Subiram um lance de escada e a pista de dança estava animada. O DJ variava entre músicas atuais e hits dos anos 70 e 80 – indo do indie pop ao rock clássico, e voltando para a psicodelia. logo se misturou na pequena multidão, arrastando Ashton consigo. Ela começou a dançar à sua maneira, fazendo o baterista ri mas logo entrou na mesma vibe. Eles dançavam sem se importar criando uma pequena bolha. Ao som de Men At Work, Ashton a puxou e a beijou novamente. Dessa vez foi mais controlado – talvez pelas pessoas ao redor – no entanto o sentimento de “quero mais” era predominante em ambos.
Perderam a noção do tempo entre dançar, beber e se beijar mais, e só perceberam quando aos poucos a pista esvaziava. Mal tinham vistos os outros caras da banda. Ashton falou que ia fumar antes de irem embora e ia pedir a saideira.
Com um copo de caipirinha em mãos, dentro da sobriedade que a restava, ela observou Ashton soprar a fumaça ao vento gelado de São Paulo enquanto estava apoiado na grade da varanda da área de fumantes. Tinha sido uma noite insana e ela mesma não parecia acreditar. Se aproximou em silêncio e parou ao lado dele.
– Quer? – Ele esticou o cigarro para ela. negou e bebeu quase metade do copo – É um belo amanhecer.
– São Paulo é uma cidade bonita apesar de tudo – Virou-se apoiando as costas na grade – Se eu pudesse moraria aqui.
– Então assim como eu é só uma visitante?
Ela concordou.
– Vai passar o final de semana aqui também? – Ele perguntou, aproximando do pescoço dela. A confirmação saiu como uma espécie de gemido – Meu hotel ou o seu?
CENA BÔNUS
desembarcou à tarde em Los Angeles com um pouco de sono. Ela usava um conjunto de moletom, óculos escuros e seu all star de sempre, afinal quinze horas de voo não eram nada fáceis. Com mochila e mala em mãos, depois de ter passado pela imigração, a primeira coisa que ela fez foi comprar um chip internacional; aproveitou que o aeroporto não estava tão cheio quanto ela imaginava que estaria, eram só os mesmos sons ambiente de qualquer aeroporto no mundo: pessoas circulando, vozes anunciando N coisas e etc.
Em pouco tempo o celular vibrou em mensagens. Algumas de sua mãe, outras de suas amigas falando besteiras nos grupos de whatsapp, mas uma parte era vinda de Ashton.
Seu baterista favorito era o motivo de ter pedido férias adiantadas para dezembro no estágio para que assim pudesse aceitar o convite de assistir a 5SOS nos Estados Unidos. ficou sem reação quando ele chegou com esse papo. Dois meses após ao show no Brasil, Ashton mandou mensagem como quem não queria nada para ela. Claro que ficou feliz, mas era estranho porque depois da one night stand deles, o máximo de interação entre eles eram pequenos flertes por mensagens às vezes. No entanto, eles tinham assunto para conversar e até mesmo quando sentiam que papo poderia esfriar, um deles dava um jeito de prolongar.