Sinopse: Um casamento de longa data que resultou em dois filhos e em uma separação sem muita explicação. Ele, um cantor famoso que dividia seu tempo entre fazer shows e a família. Ela, uma enfermeira de gênio forte e que estava disposta a ser, mais uma vez, conquistada.
Fandom: Simple Plan
Gênero: Comédia Romântica
Classificação: +18
Restrição: Aparecem algumas referências a banda canadense Simple Plan.
Beta: Sharpay Evans
-Mãe! – ouviu o filho gritar mais uma vez e rolou os olhos com a insistência do garoto. – Nós vamos atrasar! – Ele reclamou de novo, a fazendo bufar impaciente.
-Você tem que ter calma, . Eu acabei de chegar da clínica. – Ela disse agoniada entrando na sala de casa, enquanto sacudia os cabelos secos. – E seu pai não vai morrer se esperar dez minutos.
-Eu sei que não vai, mãe, mas acontece que nós prometemos que iríamos buscá-lo. – O garoto argumentou mais uma vez e vendo que a mãe parecia mais arrumada que o normal, ele fez uma careta confusa.
-Que foi? – perguntou parecendo assustada com a cara do filho. O garoto a olhou dos pés à cabeça, parecendo meio incrédulo com tanta arrumação, enquanto segurava a risada. – Nós vamos sair, , eu não posso ir de qualquer jeito. – A mulher se explicou, mesmo não tendo o mínimo pra explicar.
-Tudo bem! – Ele levantou as mãos em rendição. – Eu não disse nada demais.
Ela rolou os olhos em protesto a observação silenciosa do filho, passou a mão pelo vestido azul escuro de tecido mole, depois meneou a mão para que o garoto levantasse do sofá. levantou do sofá onde estava jogado, em uma rapidez fora do comum, fazendo-a negar com um aceno de cabeça enquanto ria. E embora ele parecesse o mais alvoroçado daquela família, o rapaz tinha nascido com os nove meses completos em suas 40 semanas de ansiedade e desespero para os pais de primeira viagem saindo da adolescência, completamente diferente da pequena Leonor, o pequeno furacão daquela família. Ela sim, tinha nascido uma porção de semanas antes do previsto, sem falar no zero planejamento por parte dos pais.
-Vamos logo antes que você tenha um ataque aí. – A enfermeira riu baixo, vendo a cara de poucos amigos do filho. – Mas se tem uma coisa que eu garanto, é que o seu pai não se perde dentro de Montréal. – A mulher suspirou, enquanto procurava a chave do carro em meio ao molho de chaves disposto na mesinha perto do sofá.
Estranhando o fato de a filha estar calada e ainda não ter saído em defesa do pai, fez careta e olhou pra garota que parecia pertencer ao seu próprio mundo, usando fones de ouvido e balançando a cabeça.
-Leo, tira esse fone do ouvido, ou vai ficar surda. – Ela reclamou a garota, fazendo o gesto de tirar os fones do ouvido e viu a filha suspirar, depois fazer o que ela tinha pedido.
-Qual a discussão da vez? Por que o Pie tá com cara de morte? – A garota cruzou as pernas, prendendo a risada, enquanto olhava pro irmão.
-Reclamando que seu pai está esperando e blá, blá, blá. – rolou os olhos e ouviu os filhos rirem, rindo junto com eles. Encontrou as chaves e levantou o punho, fazendo Leonor e gargalharem. – Vamos seus apressados, mas eu garanto que não vai morrer se esperar. – Ela disse abrindo a porta da frente, esperando que os dois passassem.
-Isso é esquisito. – A garota fez careta. Suspirou e guardou o fone no bolso, seguindo a mãe e o irmão pra fora de casa.
-O quê, meu anjo? – perguntou fazendo careta, enquanto fechava a porta de casa com a chave.
-Você chamar meu pai de . – A garota disse inconformada, enquanto andava abraçada com o irmão até o carro.
-Mas é o nome dele, Leo. – A mulher riu e ao passar pela garota, bagunçou o cabelo dela, vendo-a suspirar.
-Eu sei que é. – Ela abraçou o irmão um pouco mais forte, mas ainda emburrada. – Eu só não superei. Era amor pra cá, amor pra lá. Agora é , limpo, seco e sacudido. Parece que você está brigando com meu irmão. – A garota rolou os olhos inconformada. fez o mesmo, mas por estar saturada daquela conversa.
-Leonor, nós já conversamos sobre isso. – A enfermeira falou séria, destravando as portas do carro.
-Vocês poderiam só se desculpar? – a garota pediu suplicante. – É a única coisa que eu peço! Eu não aguento ficar viajando a cada duas vezes no ano para ver meu pai, eu quero viajar com ele. Eu não gosto de ir visitar, ou dormir na casa dele nos fins de semana, eu quero morar junto com meu pai e minha mãe e o chato do meu irmão. – Leonor ralhou impaciente e sentiu o irmão beliscar seu braço, tanto como em um protesto por ter sido chamado de chato, quanto como em um aviso pra ela parar com aquilo, discutir com a mãe não ia levar a lugar nenhum. Eles tinham que resolver aquela situação com . – Ai! – Ela arregalou os olhos pra ele. – Será que é pedir demais?
-Leonor Anne , esse assunto está encerrado! – disse com a voz autoritária, vendo a filha suspirar emburrada e logo entrar no carro ainda inconformada.
A mulher sacudiu a cabeça, rolando os olhos, depois suspirou, focou a visão e viu o filho lhe olhar suplicante, como se implicitamente pedisse o mesmo que a irmã, mordeu a boca e lançou pra ele um olhar meio perdido. Ela sabia o que tinha que fazer, mas se sentia perdida no meio do caminho. E não iria culpar os filhos por aquilo, ou os fazerem se sentir culpados pelos seus erros. Os dois não tinham a menor culpa de nada. Aquilo era algo entre ela e , apenas entre os dois e mesmo que tivesse respingado em e Leonor, o ex-casal tentava ao máximo não envolver os filhos na confusão toda.
–? – perguntou como em um click, chamando o filho antes de entrar no carro.
-Oi mãe. – O garoto terminou de abrir a porta e ficou em pé, entrando no campo de visão da mulher.
-Seu pai disse exatamente o quê, a você? – Ela fez careta. O garoto entortou a boca, confuso com a pergunta. – Sobre chegar, meu anjo. – riu de leve, vendo o filho rir junto.
-Que ele chegava hoje. Agora, no fim da tarde. – fez uma careta confusa. – Por quê, mãe?
-Ele vem de carro, não de avião. – disse convicta, fechando a porta do Jeep branco em uma batida.
Leonor saiu do carro, desgostosa, porém confusa com a movimentação, depois se escorou na lateral do carro branco, olhando da mãe para o irmão e do irmão para a mãe tentando entender o que estava acontecendo ali.
-O que foi? A gente não vai? Vamos deixar meu pai esperando? – Leonor perguntou ainda emburrada.
-Ajeita essa cara. – reclamou impaciente, fazendo a irmã rolar os olhos. – E nós é quem estamos esperando. – O rapaz disse num instante, vendo a mãe afirmar.
-Oi? – A expressão da garota se encontrava completamente confusa.
-Seu pai vem dirigindo. – disse escorando no carro. – Ele tem dessas, daqui a pouco ele encosta aí. – A mulher riu um tanto nostálgica. Conhecia bem demais para saber que ele amava estrada tanto quanto amava viajar.
-Dirigindo? – A garota perguntou confusa, enrugando o nariz.
-Sim, Leo. Dirigindo. – explicou novamente. – Por isso o Chuck me mandou cinco mensagens perguntando se ele já tinha chegado e se tinha chegado bem.
-Mas o tio Chuck sempre manda mensagem perguntando quando o pai está viajando. – A garota disse convicta.
-Mas o está vindo de carro. – colocou a mão na testa, sentindo a preocupação lhe atingir. – Ótimo e ele nem sequer se dá ao trabalho de me avisar, eu não sei como tá a estrada e muito menos a situação dele. Maravilhoso, . – A mulher ralhou de forma irônica, batendo na lataria do carro.
-Ele vem dirigindo da Califórnia? – O garoto soltou um grito esganiçado, fazendo a irmã arregalar os olhos.
-Não! – respondeu de uma vez, vendo os dois suspirarem aliviados. – Não da Califórnia, vem da casa da Louise. Eu tenho certeza como ele estava por lá. não disse nada a vocês? – A mulher perguntou confusa e curiosa, vendo os dois filhos balançarem a cabeça em negação. – Nem uma chamada de vídeo suspeita?
-Não mãe, nada. Ele ligou, mas não fez chamada de vídeo, muito menos disse que estava na casa da vó. – Leonor fez careta. – Sério mesmo que ele vem dirigindo?
A garota mal acabou de falar e ouviu barulho de uma buzina frenética que estava sendo apertada com o propósito e chamar atenção. , e Leonor olharam na direção do barulho, avistando um carro grande e vermelho, que com absoluta certeza, era do e de fato era ele parecendo eufórico ao fazer aquele barulho todo para que fosse notado. O homem mantinha um sorriso gigante no rosto, além de rir da situação. A mulher abriu um sorriso largo, mesmo sem entender exatamente o porquê daquilo, mas sentia seu peito encher só de ver voltando mais uma vez, principalmente depois do que havia acontecido entre os dois.
e Leonor correram em completa alegria pra perto de onde o pai estacionava a Land Cruiser vermelha, logo atrás do Jeep branco que pertencia a . O homem saiu rapidamente do carro gigante e antes que se desse ao trabalho de fechar a porta, correu para abraçar os filhos e matar logo aquela saudade que o consumia. Ela sorriu ainda mais largo vendo aquela cena que tanto lhe agradava e andou rapidamente até onde eles estavam sentindo a mesma euforia que dominava os três lhe atingir, aquela alegria que fazia o coração quase sair pela boca, as pernas cederem e os olhos marejarem sem nem mesmo pedir permissão.
apertava suas duas crianças o mais forte que conseguia, distribuindo beijos na cabeça e no rosto dos dois os fazendo rirem e apertar ainda mais o pai no abraço em meio a confissões da falta que haviam sentido, ao passo que sentia seu peito se encher novamente. Ele estava ali, ele tinha voltado e agora ela faria de tudo para manter o marido que tinha, ou que pelo menos, ela achava que tinha. focou a visão na ex-mulher logo a frente dele e a viu com um sorriso lindo, largo e orgulhoso, o fazendo também abrir um sorriso largo que marcava as suas bochechas, mostrando quase todos os dentes claros fazendo as pernas dela vacilarem e o estomago afundar. Era sempre daquele jeito e muito provavelmente nunca iria mudar, o sorriso dele a fazia querer pregá-lo em um quadro.
O homem soltou os filhos e a chamou com um aceno de mão, abrindo brevemente os braços. As pernas de ganharam vida própria e sem que ela desse qualquer comando ou as fizesse parar, elas correram rapidamente levando a enfermeira até o abraço de . Os dois suspiraram aliviados com o perfume familiar, o abraço gostoso que há tanto havia feito falta, fazendo a mulher se aninhar ainda mais nele, que a apertou da forma mais protetora que conseguiu.
-Que saudade de você. – disse baixo de olho fechado, respirando fundo, aspirando o perfume dele e sendo abraçada com mais força, ao mesmo tempo que sentiu um beijo na cabeça.
-Eu também, . – disse baixo, com o peito aliviado e abraçou-a mais forte ainda. – Senti tanta saudade. – Aquelas palavras fizeram a mulher sorrir aliviada e se deixar aconchegar ainda mais no abraço dele, quase como se o tempo parasse.
-Pai! Você vai dormir aqui, hoje! – Leonor disse eufórica tirando os dois do “transe” e fazendo o homem rir, depois soltarem do abraço.
-Aqui, Len? – perguntou um pouco confuso, mas completamente aliviado de estar ali de volta.
-É sim, não deu pra arrumar o apartamento. – A garota riu.
-Tudo bem, meu amor. – sorriu pra filha que parecia dar pulos de alegria. – , me ajuda a pegar as coisas? – O homem pediu ao filho, que afirmou sorridente.
-Claro que ajudo, pai. – O garoto sorriu largo e andou rápido até o porta malas do carro.
fez o mesmo caminho, sentindo-se finalmente completo como se o buraco em seu peito tivesse sido fechado em um piscar de olhos. Era maravilhoso estar em casa e ser tão bem recebido por daquela maneira. O homem mais sorridente do que nunca, abriu o porta malas que estava repleto de bagagem como malas, alguns instrumentos e a caixa com os skates dentro, depois distribuiu as coisas que tinham ali com o filho.
-É pra levar tudo, pai? – perguntou arrastando a grande mala com roupas, o que fez o homem rir um pouco triste.
-Deixa essa mala aqui. – O homem deu um tapinha de leve na bagagem. – É minha roupa, eu não quero assustar a sua mãe. Essa outra são alguns equipamentos. – Ele disse rindo e o garoto negou com a cabeça. – Pega os pacotes que eu vou pegar a mochila. – apontou.
-É presente? – O rapaz perguntou animado recolhendo os pacotes de papel e parecendo criança pequena, o que fez rir.
-É moleque! É presente sim. – O homem sacudiu a cabeça e riu bagunçando o cabelo do filho, depois beijou a cabeça dele, o vendo sorrir mais satisfeito do que qualquer outra coisa abraçando o pai com força mais uma vez.
pegou o violão, fechou O porta malas, colocou a mochila com computador e afins nas costas e saiu acompanhado pelo filho até a entrada da casa, onde praticamente amassava a filha mais nova dos dois em um abraço.
-Presente! – A garota gritou animada quando viu o irmão carregando os pacotes.
e riram alto.
-É princesinha, é presente. – abraçou as duas de uma vez só, guiando os quatro pra dentro de casa. – , avisa ao Chuck que eu cheguei. – O homem pediu entregando o celular a ela. – Ele só vai acreditar que eu cheguei se você falar.
A mulher pegou o telefone e colocou no aplicativo de mensagens, mandando um áudio para o padrinho de Leonor:
-Chuck? Pode tranquilizar, já chegou e chegou bem, sem faltar nenhum pedaço. Tá grudado nos meninos e muito provavelmente não vai dar sinal de vida tão cedo. Então avisa aos meninos, por favor, valeu.
terminou de falar e logo em seguida aproveitou o celular dele pra tirar uma foto dos três, que andavam praticamente colados pra dentro da casa e depois enviou ao amigo.
A família se acomodou na grande sala clara e arejada da casa, onde e os filhos estavam anteriormente. suspirou e sorriu se jogando no grande sofá em meio aos filhos, que pareciam ter grudado nele com cola, tirou o boné da cabeça e bagunçou o cabelo satisfeito em estar ali novamente.
-Ai que saudade de vocês meus pivetes. – Ele abraçou os filhos fortemente mais uma vez, despertando um sorriso bonito em . – Me contem, ansiosos pra começar o colégio? – perguntou eufórico e viu os olhares dos dois filhos como se ele fosse algum tipo de Extra Terrestre perdido na terra. ao ver a cena, soltou uma de suas gargalhadas mais espontâneas.
-Até parece que nunca estudou, . – A mulher disse o vendo abrir a boca em ultraje.
-Não me difame na frente dos meninos, mulher! – Ele riu junto, causando risos em Leonor e . – Leo vai começar no colégio novo, quero saber se ela está empolgada.
-Sei lá, pai. – A garota deu de ombros. – Acho que sim, eu tenho receio na verdade, mas a Ash vai junto.
-Claro, você e a Ashley vivem grudadas desde os quatro anos. – riu sacudindo a cabeça e beijou a bochecha da filha. – E você, Pie?
-Ansioso pra acabar logo. – O garoto disse de uma vez e levantou o punho, fazendo o pai arregalar os olhos e a mãe rir alto.
-Mas logo assim? – perguntou rindo alto.
-Eu quero ir pra faculdade, pai! – O garoto disse de forma firme, porém esganiçada, fazendo o casal abrir um sorriso gigante. fechou a mão pra soquinho, gesto que foi completado pelo filho.
-Mas eu trouxe presente! – O homem gritou animado, projetando o corpo pra frente.
-Oba, oba! – , Leonor e disseram completamente animados.
O homem sorriu largamente, pegou o primeiro pacote na mesinha de centro e logo levantou do sofá.
-Esse é pra você, . – falou com um sorriso que marcava suas bochechas e abaixou o rosto, beijando a bochecha da mulher que estava mais surpresa do que nunca.
-Pra mim? – O grito saiu um tanto esganiçado, fazendo os adolescentes rirem alto. – Mas…
-Claro que é pra você! – o homem beijou a bochecha dela mais uma vez vendo o rosto da mulher corar levemente. – Acha mesmo que eu ia esquecer de você, ? – Ele riu levemente.
-Abre logo, mãe! – O garoto pediu em completa agonia.
apoiou o embrulho quadrado no colo e como uma criança ansiosa pelo presente de natal, prontamente rasgou o papel cor de terra que envolvia o presente, encontrando uma luminária feita com cipós e madeira. Os olhos escuros da mulher brilhavam como se fossem duas estrelas, combinando então com o sorriso que só crescia ainda mais em seu rosto.
-Uma luminária! – O grito saiu animado assim como todas as expressões corporais de , fazendo sorrir extremamente feliz. – Obrigada! – A mulher o abraçou pelo pescoço, um abraço forte e sincero, que fez se sentir ainda mais grato por estar de volta.
-Por nada! – beijou a bochecha dela mais uma vez. – E eu sei que você é louca por qualquer luzinha que pisca. – Ele piscou e a viu abrir a boca com uma falsa indignação o fazendo rir alto e sacudir a cabeça.
O homem sentou na beira da mesinha de centro com um sorriso grande e ansioso, encarando os dois filhos que estavam bem mais ansiosos que ele.
-Agora meus meninos. – Ele sorriu largamente, vendo os olhos de e Leonor ficarem ainda mais apreensivos e grandes para ele. – ?
-Oi? – A mulher perguntou. Rindo da cena que tanto lhe agradava, ver os dois filhos tão felizes novamente.
-Os dois pivetes merecem presente? – perguntou receoso e viu a ex-mulher entortar a boca, enquanto fazia uma careta de desagrado. Os dois arregalaram os olhos assustados.
-Claro que merecem! – A mulher gritou abrindo os braços e soltando uma gargalhada. sacudiu a cabeça rindo, depois apontou pra ela vendo os filhos rirem junto.
-Primeiro a Leo, pode ser, Pie? – perguntou com um sorriso divertido e o garoto afirmou. – Então, eu acho que você vai gostar um pouquinho. – Ele fez uma leve careta e pegou o embrulho que mais parecia uma caixa larga, entregando a garota que o rasgou de forma desesperada, despertando um sorriso mais do que bobo no pai. – Esse é seu, moleque. – riu e entregou o presente ao filho, que teve a mesma reação de Leonor.
Os dois abriram os embrulhos na maior velocidade que conseguiram e à medida que descobriam o que estava escondido, os sorrisos só apareciam da forma mais encantada possível.
-E aí? Gostaram? – perguntou esfregando uma mão na outra e a única coisa que ouviu foi gritos, logo depois os dois filhos quase lhe derrubando no chão pela euforia do abraço apertado e agradecido.
Leonor havia ganhado um estojo com vários tipos de pincéis, lápis das mais variadas cores e alguns tipos de giz de cera em gel, o que fez a alegria completa da pequena artista. A garota era a veia mais forte para desenhos e pinturas dentro daquela família, porque além de gostar, ela fazia o trabalho com uma grande maestria, apesar da pouca idade. havia ganhado mais uma prancha de Skate e todo o aparato para montar um novo, ele sim parecia a cópia do pai na maioria dos gostos para as coisas, principalmente no quesito esportes.
-Gostaram mesmo? – perguntou rindo ao ver os dois como duas crianças pequenas em pleno natal.
-Claro! – O coro foi sincronizado, fazendo o homem rir e beijar a cabeça dos dois estando encantado com as crianças, que para ele nunca iriam crescer.
-E esse daí, pai? – A garota apontou pra um embrulho remanescente em cima da mesinha, fazendo o homem olhar.
-Ah, esse é do Alex, mas amanhã a gente passa lá pra deixar. Tudo beleza? – Ele perguntou rindo e viu os dois afirmarem prontamente.
passou um bom tempo admirando a empolgação dos filhos com os presentes e sem perceber, fazia o mesmo, mas encantada com o jeito que o homem olhava para os filhos.
-Hoje a cozinha é nossa! – Leonor gritou, rompendo o momento de hipnose e levantando de uma vez do sofá fazendo os restos de papel de embrulho cair no chão. – Eu e o ficamos de cozinhar.
-Oba! Sério? – O homem perguntou animado. – E eu mereço tudo isso? Não querem mesmo nenhuma ajudinha?
-Muito sério. – O rapaz respondeu com o sorriso nas orelhas. – Vai lá pra cima, a mãe te ajuda a guardar as coisas e vocês só pisam na cozinha pra comer. – riu vendo os pais rirem, depois bater sinal de continência.
sacudiu a cabeça ao ver o casal de filhos irem empolgados na direção da cozinha, depois pegou a prancha de skate do menino e o estojo de pinceis da garota enquanto recolhia as malas que estavam pelo sofá.
-Eles estavam mais do que ansiosos pra te ver. – A mulher disse com um sorriso bonito, arrancando um igual em . – estava parindo umas três crianças porque você não chegava. – Os dois riram alto e o homem alargou ainda mais o sorriso bonito.
-Só eles, ? – o homem perguntou quando os dois andavam na direção da escada.
-Você sabe que não. – Ela colou a prancha do skate embaixo do braço e passou a mão no cabelo. – Eu fiquei preocupada porque você… – A mulher usou de um tom acusatório o fazendo rir alto, achando divertida a reação dela. – Fez o favor de não avisar que vinha dirigindo o seu monstro vermelho.
soltou uma gargalhada mais do que espontânea ao ouvir o antigo apelido que ela dera ao carro.
-Ah, mas se eu dissesse, ia estragar toda a surpresa. – O homem disse de forma óbvia arrancando a risada mais espontânea de . – O Monstrinho branco não estava com saudade? – Ele se referiu ao Jeep branco que pertencia a ex-mulher, a fazendo rir e balançar a cabeça em um aceno indefinido.
-Talvez. – deu de ombros, lançando um sorriso meigo a ele. – Ficar sozinho na garagem não é tão legal assim.
abriu um sorriso grande e se atreveu a beijá-la rapidamente na bochecha.
-Porque você trouxe o carro, ? – Ela perguntou com seriedade, preocupada com a impressão que aquilo iria passar aos filhos e até mesmo a ela, em ver o carro junto com ele. No fundo, no fundo, ela ansiava que aquilo não fosse puro acaso. soltou uma risada anasalada.
-Porque eu vim pra ficar, . – O homem falou convicto sem esconder o largo e completo sorriso que estampava seu rosto.
-Seja bem-vindo! – A mulher disse com um sorriso tão radiante que iluminava a sua alma e fazia seu coração palpitar só pela notícia. – É maravilhoso saber que você está de volta. – Ela disse com a felicidade lhe tomando e sentiu o corpo ser abraçado de uma vez, um abraço que lhe fazia falta a tanto tempo.
-Obrigado, . É maravilhoso estar de volta. – O homem beijou a cabeça dela, depois soltou-a enquanto subiam as escadas da casa.
-Nós sentimos muito a sua falta. – declarou de supetão.
-Eu também senti a de vocês, muita. – Os dois riram como se fossem dois adolescentes no auge dos seus 16 anos e sentissem algo escondido um pelo outro.
-Vem, deixa eu te acomodar aqui. – Ela abriu a porta do quarto de hóspedes que ficava exatamente em frente ao quarto que anteriormente pertencia aos dois. olhou pra trás na direção da porta branca e suspirou, depois entrou onde ficaria aquela noite. – Desculpa não ter conseguido preparar o apartamento pra você. – A mulher disse assim que ele colocou a mochila em cima da grande cama de casal.
-Tudo bem, . – riu de leve com a preocupação. – Eu sei da correria que é dar conta desses dois e ainda tem a clínica. Não precisa se preocupar, não precisa se martirizar com isso, ok? – ele sorriu bonito e estendeu a mão, segurando a dela dando um beijo em seguida, fazendo o corpo de mergulhar em uma sensação maravilhosa novamente.
-Okay. – Ela soltou um sorriso bobo mesmo contra sua vontade. – Eu pedi aos dois pirralhos que fossem lá fazer isso por mim, mas eles, inclusive a sua linda princesinha, ficaram dando massada*. – Os dois riram alto, enquanto continuava segurando a mão dela sem qualquer pretensão de soltar. – Principalmente Leonor, mas ela a gente já conhece.
-Eu sei qual a intenção da Leo com tudo isso. – riu sacudindo a cabeça, mas não podia negar que apoiava a filha naquilo. – Amanhã eu junto os dois pra me ajudar, pode ficar tranquila.
-Obrigada, de verdade. Amanhã eu preciso ir dar uma fiscalizada na reforma da clínica, mas aí depois eu passo por lá pra ajudar vocês. – disse com um sorriso tímido.
-Eu espero! – respondeu prontamente com um sorriso largo.
–? – A mulher chamou o fazendo ficar mais atento nela. – Obrigada por ter voltado. Espero mesmo que você fique.
-Eu vou ficar, . Prometo. – abriu um sorriso ainda maior apertando levemente a mão da mulher na esperança de lhe passar confiança. – Eu não vou mais embora, pode confiar em mim.
-E eu não quero mais brigar, . Quero trégua. – disse séria e convicta do que estava falando.
-Eu também concordo que isso já foi longe demais. – E dito isso o homem a puxou pra um abraço.
a segurava contra seu corpo como se sua vida dependesse daquilo, ao mesmo tempo que se deixou largar naquele gesto maravilhoso que havia lhe feito tanta falta ao longo do ano que havia passado, ela o apertou forte entre seus braços, como há tempos não fazia deixando o momento ainda mais significativo. O homem com a cabeça encostada a dela e sentindo seu peito encher e ser completado novamente. Era como uma máquina do tempo que trazia todas as memorias boas que o casal já tinha vivido.
-Vou te deixar tomar banho. – riu, beijou a bochecha dele e por fim se afastou de sentindo seu corpo clamar pelo contato novamente. – Depois desce, os meninos cismaram com a cozinha. – Os dois sorriram.
-Tudo bem. Obrigado, . Por tudo. – Ele disse ainda com o sorriso insistente no rosto.
-Ah meu Deus, você está em casa, . Sem essa. – Ela negou com a cabeça, soltando uma risada. – Vou indo.
A mulher soltou a mão dele e caminhou até a porta, mas quando já estava prestes a sair, ouviu chamar por seu nome.
-Ah , minha mãe te mandou um beijo.
Os dois riram e ela sorriu largamente.
-Adoro a Louise. – Ela olhou uma última vez pra ele e saiu do quarto antes que ficasse por lá e prolongasse a conversa demais.
-x-x-x-
-Eu estou com fome! – gritou imitando uma criança pequena reclamona ao entrar na cozinha e ouviu as risadas.
-Não me deixaram chegar nem perto, o máximo que me permitiram foi aqui, atrás do balcão. – riu dando dois tapinhas no mármore e os dois afirmaram para o pai.
-Posso ficar aqui também? – Ele perguntou rindo e sentando ao lado da mulher.
-À vontade. – , o filho, falou com o ímpeto de um Cheff, causando algumas risadas.
O clima durante o jantar não poderia ser melhor, entre algumas risadas, sorriso e brincadeiras, os quatro sentiam que finalmente algo estava se encaixando de novo. Era como uma peça perdida que voltava a ter sentido quando encaixada novamente. se sentia completamente em casa e queria poder permanecer em casa, naquela casa, com a família dele, mas se algumas coisas precisavam ser trabalhadas aos poucos ele iria fazer acontecer aos poucos e ter voltado de vez para o Canadá já era um começo.
olhava pro filho sem acreditar no que tinha acabado de ouvir e principalmente em como tinha deixado a situação chegar àquele ponto. Ele sabia o quanto tinha sido sofrido sair de casa, como também sabia o que era lidar com dois filhos adolescentes, principalmente quando um era mais impulsivo que o outro.
-Eu não acredito que você fez isso. – Ele disse sério olhando pro filho. O rapaz arregalou os olhos e pareceu empalidecer. – Então aquela confusão toda e tudo que você disse foi por causa disso, ? – O homem suspirou e passou a mão na cabeça.
-Mas pai…
-Sem mas. Você deve sérias desculpas a sua mãe. – O homem esfregou os olhos impaciente. – E sinceramente, eu também. – Ele respirou fundo soltando o ar pelo nariz e deu leves tapas nas costas do filho. – Agradeça pela mãe que você tem, moleque, não é toda mãe que faz esse tipo de coisa.
suspirou um tanto entristecido e segurou novamente na grade do carrinho o puxando pelo corredor
-Pai, você está com raiva de mim? – O rapaz perguntou apavorado, apressando o passo para acompanhar o pai, enquanto Leonor prestava atenção na conversa.
-Não , eu não estou com raiva de você. – O homem deu um sorriso fechado e afagou o ombro do garoto que era mais alto que ele alguns centímetros. – Eu estou com raiva de mim, eu que causei tudo isso. Só peça desculpas a sua mãe, tudo bem?
-Tudo bem, pai. Eu vou pedir sim, não se preocupe e prometo que esse tipo de coisa não vai mais se repetir. – O rapaz disse de forma segura, vendo o pai sorrir em concordância.
-Alguma coisa que eu também deveria saber, Leonor? – O homem perguntou prendendo uma risada.
-Além de que o está namorado. – A garota deu de ombros, vendo o irmão arregalar os olhos pela notícia. – Acho que não.
-Leonor! – O garoto ralhou esganiçado e de olhos arregalados, virando a atenção para o pai que estava com um sorriso esticado nas bochechas.
-Por que você não me disse? – perguntou animado e ansioso.
-Por que faz bem pouco tempo. – O rapaz esganiçou novamente. – Leonor que é bocuda. – Ele fechou a cara pra irmã e a garota mandou um beijo pra ele.
-É a Madeline? A garota francesa? – O homem perguntou animado e até eufórico, feliz pela forma que o filho estava vivendo as primeiras experiências e pelo fato daquilo também respingar em , que mesmo depois de tanto tampo, ainda estava passando pelas primeiras experiências de ser pai.
-É pai, é a Mad. – O garoto tentou soar de forma tediosa, mas um sorriso insistia em rasgar o seu rosto.
O homem sorriu largamente e abraçou o filho de uma vez em comemoração à notícia, enquanto o garoto só conseguia sorrir mais a cada minuto. Leonor rolou os olhos prendendo uma risada, se fosse ela namorando, no mínimo, o pai faria um belo escândalo.
-Vocês já compraram o material escolar? – O homem perguntou animado e ouviu uma gargalhada enorme dos filhos.
-Material escolar? – Leonor estava vermelha tentando prender a risada e olhava para o pai confuso. – Isso é tão coisa de criancinha, pai. – A garota voltou a gargalhar junto com o irmão e rolou os olhos.
-Já compraram ou não? – O homem voltou a perguntar.
-Já sim, eu fui com a Leo na semana passada. – P rapaz disse passando a mão no rosto. – Mamãe estava mandando a gente ir, que nós dois tínhamos que começar a resolver nossas coisas sozinhos e a coisa toda.
soltou uma risada leve, depois balançou a cabeça em um aceno.
-Não falta mais nada, não é? – O homem perguntou rindo e os dois acenaram negativamente, pareciam até sincronizado. – Vocês têm certeza?
-Sim, papa. Compramos tudo. – A garota disse com um sorriso bonito que arrancou um sorriso encantado do pai.
-Ok, então vamos logo aqui. A gente ainda vai passar lá na antes de ir pro apartamento. – deu duas tapinhas na armação de ferro do carrinho de supermercado, induzindo Leonor a empurrá-lo.
-Obrigado pela ajuda, . – agradeceu com toda sinceridade e mantendo um sorriso bonito no rosto, de braços cruzados e em pé de frente para ela que estava escorada no carro branco.
-Não precisa agradecer, era o mínimo que eu poderia fazer. – A mulher também sorriu com uma sinceridade fora do comum. – Mas enfim, dê um beijo nos meninos por mim. – Ela desencostou do carro e virou para abrir a porta, mas sentiu uma mão em seu braço, olhando imediatamente pra .
-Certeza que você não quer ficar aqui? – perguntou com um semblante sério fazendo a mulher morder a boca levemente e negar com um aceno contido e completamente indeciso.
-Acho melhor não. – Ela suspirou. – Deixa pra uma próxima, ok?
afirmou meio decepcionado com a resposta e desceu a mão pelo braço dela com tanta suavidade que fez a pele da mulher arrepiar em puro reflexo. Ele beijou o dorso da mão dela com delicadeza e deu um sorriso fechado.
-Espero. – O homem riu de leve e por fim soltou a mão dela. – Me avisa quando chegar em casa. – pediu e a fez afirmar com um sorriso.
o abraçou em um impulso rápido e beijou-lhe a bochecha mais rapidamente ainda e como em um passe de mágica se enfiou dentro do Jeep branco. Viu o homem acenar uma última vez antes de entrar no prédio e suspirou passando a mão no rosto, depois jogou o celular no banco do passageiro.
-Olha o que esse homem ainda faz com você depois de tanto tempo, . – A mulher disse pra si, como se reprovasse sua atitude diante dele e ligou o carro enquanto passava o cinto.
Ela manobrou o carro saindo logo daquela rua, pois sabia que o caminho pra casa tomaria no mínimo uns trinta minutos, isso se não pegasse qualquer intercorrência no trânsito. O medo também era algo presente, principalmente àquela hora da noite em uma cidade daquele tamanho, mas a vida ensinava a não depender de ninguém e havia aprendido bem aquela lição.
A enfermeira parou no último semáforo perto do bairro onde morava e pegou o celular que havia tocado o alerta de mensagens umas três vezes seguidas depois de ter saído do apartamento, ela o desbloqueou querendo saber, ou talvez constatar que o agoniado àquela hora era querendo saber se a mulher já tinha chegado. riu ao ver uma foto dos seus dois pivetes encolhidos na cama do pai e embaixo a seguinte legenda:
“Bed time with these two little monsters. Xo”
Depois alguns pedidos de que ela realmente o avisasse assim que chegasse em casa, ou ele ia enlouquecer sem notícias. A mulher riu alto e respondeu que já estava chegando, era questão de 10 minutos até ela estar em casa e que ele se acalmasse. não tinha mudado nada, absolutamente nada. O mesmo marido preocupado de sempre.
O dia havia começado agitado com elétrica acordando os dois filhos para o começo das aulas. Ela acabava sentindo como se fosse sua época de escola novamente e o quanto ela pudesse tornar aquele dia menos traumático para a pequena Leonor que começaria em um colégio novo, ela faria.
Os dois adolescentes saíram eufóricos em saber que pegariam carona com o pai e logo, logo o caminho se tornou um dos mais divertidos depois de anos, conseguia tirar a tensão dos dois nem que fosse com uma risada escandalosa.
fez uma careta enrugando de leve o nariz e sentiu leves arrepios ao parar em frente ao colégio dos filhos. Aquele monte de adolescente agitado entrando e saindo, se abraçando, gritando e rindo, o fazia lembrar do seu tempo de colégio e inclusive, algumas lembranças não eram tão boas. Claro que ele sabia que o filho não sofria aquele tipo de ameaça ou brincadeira dentro do colégio.
, o filho, era o tipo de garoto que não gostava das tais brincadeiras de mal gosto e por mais que participasse do time de futebol em que envolvia todo o status e “popularidade” para alguns alunos daquela escola, ele era um rapaz calmo quando a situação pedia, mas estourado o bastante para não levar desaforo pra casa. O pai conhecia bem demais o filho pra saber que ele não era problema, mas o que mais preocupava ali era Leonor, os alunos novos tinham uma tendência a serem chacota dos outros que se achavam superiores, porém o que preocupava ainda mais o homem não era a hipótese de a filha ser alvo de qualquer brincadeirinha de mal gosto, afinal o irmão estava ali e não deixaria nada de ruim acontecer. tinha medo do gênio forte da filha e das possíveis confusões que ela poderia arranjar por causa dos engraçadinhos. Era até hilário pensar em uma garota daquele tamanho passando um corretivo em um dos garotos, mas não queria encrenca pra nenhum dos dois filhos.
-Chegamos! – O homem tentou parecer o mais animado possível olhando para os dois filhos. O rapaz encontrava-se no banco do passageiro pegando as coisas e Leonor no de trás. Se a conhecia bem, sabia que ela estava em um estado inicial de medo.
-Estou indo, pai! – O rapaz sorriu animado fazendo um toque de mão com o pai e logo abriu a porta do carro.
-Bom dia, Pie! – gritou satisfeito com a animação do garoto e logo olhou pra filha. – Você não vai, princesa?
-Leo, vamos! – O irmão chamou a garota, que suspirou e olhou para o pai com uma careta completamente indecisa, fazendo entender tudo.
-Ela já vai, Pie. Pode ir andando. – O homem meneou a mão e o rapaz afirmou depois foi ao encontro dos amigos.
olhou novamente para a garota e sentou mais para o meio dos bancos.
-Ei… – Ele disse manso estendendo a mão pra ela, que a segurou. – Eu entendo o seu medo. Colégio novo é sempre assim, mas vai ser incrível, vai ser o lugar onde você mais ai sentir falta na sua vida. Acredita nesse velho. – Ele piscou segurando forte a mão dela e a garota riu.
-É o que vem sendo trabalhado comigo. – Leonor soltou uma risada e ele entendeu quem vinha trabalhando o emocional dela.
-E a está completamente certa. Você vai se sair muito bem, Len. – usou toda a segurança que conseguia passar pra ela. – Você é uma garota incrivelmente inteligente, linda, alegre, com o juízo um pouco virado e um gênio pior ainda. – Os dois riram alto. – Confia em mim, seu dia vai ser incrível, você não está sozinha, qualquer coisa tem o seu irmão, a Ash e aposto que você vai fazer novas amizades. Afinal quem não quer ser amigo dessa moça maravilhosa que é Leonor ? – Ele abriu um sorriso largo passando força pra garota que se enfiou no meio dos bancos e o abraçou com força.
-Obrigada, papa! – Ela o apertou entre os braços ganhando um beijo na bochecha e depois ouviu um barulho de alguém batendo no vidro do carro.
-Vamos logo mocinha! – Ashley gritava rindo, gesto que fez os dois rirem alto. – Oi Sr. B! – A garota morena acenou para e ele acenou de volta na mesma animação.
-Oi Ash! Tudo certo? – Ele perguntou esticando a mão pra um soquinho que a garota completou, enquanto Leonor juntava as coisas pra sair do carro.
-Tudo sim! – A moça respondeu sorridente e Leonor abriu a porta traseira do carro para sair.
-Tenham um bom dia, meninas! – gritou acenando exageradamente e a filha agradeceu com uma reverencia mais exagerada ainda o fazendo rir alto e negar com um aceno. Era doida igual a mãe.
Ele coçou a cabeça e suspirou vendo quanto os dois haviam crescido em um piscar de olhos, do nada sua garotinha estava quase uma moça e quase um homem feito, é ele estava ficando velho e as rugas juntamente com os cabelos brancos que insistiam em aparecer mais a cada dia era o que mais denunciava aquilo.
passou o cinto, mas antes de ligar o carro viu o filho cumprimentando uns colegas ao longe o fazendo perceber que todo adolescente ali tinha algum meio de transporte, o homem fez uma careta vincando as sobrancelhas enquanto procurava por qualquer vestígio de outro pai ou responsável que estivesse ali pra deixar um deles e sua procura foi frustrada. Não tinha. Será que os dois não se sentiam envergonhados em ter que pegar carona com os pais até o colégio? Leonor nem tanto, mas estava naquela situação há dois anos. aumentou ainda mais a careta e saiu da vaga em frente ao colégio mais do que decidido, ele ia comprar um carro para os dois.
O quanto antes!
-Você vai fazer o teste para as cheerleaders, Leo? – Ashley perguntava enquanto as duas garotas andavam no corredor rumo ao refeitório do colégio seguindo o caminho que tinha informado.
-Estou com vontade, Ash. – A garota riu. – Mas você sabe que essas garotas costumam ser cruéis, então eu não sei. Bate um certo medo de vez em quando. – Leonor fez uma careta enrugando o nariz.
-A gente devia tentar, vai que é legal! As coisas mudaram. – A garota negra deu de ombros e as duas riram.
-Vamos falar com o , ele com certeza vai saber informar sobre tudo. – A filha mais nova dos disse rindo quando as duas entraram de fato no refeitório do colégio.
Leonor respirou fundo por ver tanta gente desconhecida na sua frente e agarrou ainda mais a alça da mochila. Não era nada demais, ia dar certo, eram apenas pessoas novas, um colégio novo. O high school inteiro assustava para falar a verdade, mas ela não estava sozinha e como seu pai havia dito, iria fazer novos amigos, afinal ela era Leonor e não era a brincadeira de qualquer garoto idiota que iria lhe abalar.
-Leo! Ash! – gritou acenando com a mão levantada pra que elas fossem para a mesa onde ele estava e as duas sorriram aliviadas, depois andaram a passos rápidos para lá.
-Oi ! – Leonor apertou o irmão entre os braços e sentou exatamente ao lado dele o fazendo rir.
-Oi! – Ele beijou a cabeça dela a abraçando de lado. – Oi Ash. – O garoto esticou a mão pra soquinho, gesto que a amiga completou. – Então pessoal, essa é minha caçulinha linda, Leonor pra vocês. – Ele apontou para os amigos na mesa e os garotos riram acenando. – E Leo para as garotas. Essa outra moça é a Ashley, siamesa da minha irmã e o mesmo é válido sobre o nome. – Os jovens na mesa riram. – Esses são Mark, Lisa, Catherine e Andrew, que vocês já conhecem. – Ele apontou para os amigos à medida que ia falando.
-Hey pessoal! – Leonor acenou rindo e Ashley fez a mesma coisa.
-Já comeu? – perguntou a irmã com o cuidado que sempre tinha quando o assunto era ela.
-Nops! – A garota riu. – Eu e a Ash viemos logo pra cá quando a gente te viu.
-Ok, vou comprar o almoço de vocês, não saiam daqui. – O garoto levantou do banco. – E vocês… – Ele apontou para todos presentes na mesa. – Não traumatizem a garota. – O rapaz fez uma careta se afastando da mesa e todos riram.
-Socorro! – Lisa deu um gritinho com os olhos arregalados e Leonor arregalou os dela, meio confusa com a reação da garota. – Como é ter um pai mundialmente famoso? – A moça perguntou um tanto eufórica e Leonor entortou a boca. Será que tinha mentido sobre suas origens?
-Assim, eu não sei se vocês sacaram. – a garota riu meio morta, ouvindo a gargalhada estridente de Ashley. – Mas aquele moço com o mesmo nome do meu pai, por acaso, também é meu irmão. – Ela disse rindo e ouviu as risadas na mesa.
-Eu sei! – Lisa deu um gritinho.
-Mas o evita de falar sobre qualquer coisa sobre o cara da banda! – Catherine disse fazendo um gesto como se fosse um letreiro com as mãos e Leonor riu alto.
-Porque ele não é o cara da banda. – A garota disse de forma óbvia fazendo a loira enrugar um pouco o nariz pela pose da caloura. – Ele é meu pai e o pai do . – Ela mordeu a boca e suspirou sem poder realmente completar a frase com “e o marido da minha mãe”. – é apenas um sobrenome, assim como o da Ashley. – Leonor apontou pra amiga que afirmou com um aceno.
-O Andrew conhece o Sr. . – Ashley disse rindo e apontou para o melhor amigo de .
-Meninas, é perdido, eu já tentei enfiar nessas cabecinhas que o é normal como todo mundo, mas elas não entendem. – O rapaz disse rindo e elas riram junto.
-Vocês foram criados em meio a uma banda. – Catherine voltou a sua convicção e Leonor suspirou. Qual era o problema? O pai dela era normal igual todo mundo, a família dela também! Normal até demais e ela preferia que os dois não tivessem separados. – Tem noção do quão legal isso é?
-Tenho. – A mais nova soltou uma risada. – Isso é sim muito incrível, mas algumas vezes se torna um pouco chato, porque por mais que os meus pais tentem ao máximo proteger a minha imagem e a do , eles não conseguem. – Ela explicou os vendo afirmarem e continuou: – Agora não, agora é sim muito incrível ser parte do Simple Plan, mas já aconteceram algumas coisas meio chatas. Principalmente quando xingavam a minha mãe gratuitamente, ela não fez nada pra ninguém, ela não tem culpa de nada, isso me deixa muito puta da vida, demais. Só que a gente aprende a relevar com o tempo, afinal esse tipo de coisa sempre vai ter. – A garota deu de ombros vendo quatro pares de olhos meio arregalados com o discurso dela.
Sério que ela tinha aquela maturidade pra tão pouca idade?
-Eu achei que só o fosse assim. – Mark fez uma careta confusa e abismada. – Mas que lavagem cerebral fizeram em vocês? – O moreno perguntou meio morto o que causou gargalhadas estrondosas em quem estava na mesa.
-É o benefício de ter pais tão novos, a gente acaba crescendo junto com eles. – A garota riu e sentiu seu estômago reclamar. – Cadê o ? Eu estou com fome. – Ela fez careta olhando para onde as badejas e a comida estavam vendo o irmão comprando seu almoço.
-Tão novos quanto? – O rapaz perguntou rindo e Leonor arqueou uma de suas sobrancelhas.
-Novos ao ponto de seus pais terem menos de quarenta, bem menos. – A garota piscou e o viu arregalar um pouco os olhos.
-Tapado! – Catherine disse rindo alto e deu um tapa na cabeça do amigo, desmanchando um pouco o clima que queria se instalar ali. – Mas me contem meninas, estão interessadas em participar do time das cheerleaders? – a loira perguntou com um sorriso brilhante demais. – Estamos querendo colocar mais gente no time, virei capitã esse ano.
-Não sei, a gente estava pensando que pode ser, se lá. – Ashley deu de ombros rindo.
-Queríamos não apressar tanto as coisas. – Leonor disse com um sorriso e viu o irmão chegar perto com duas bandejas, ele colocou uma na frente dela e outra na frente de Ashley.
-Agora comam ou eu sou morto por duas mulheres raivosas. – brincou sobre as mães e as duas garotas riram. – E apressar o quê, Leo?
-Cath chamou as duas pro time. – Lisa disse animada e o garoto arqueou as sobrancelhas.
-Vocês vão? – O rapaz perguntou com uma pequena careta e a irmã deu de ombros enquanto comia.
-Não sei, pode ser que sim. – Leonor fez uma pequena careta rindo. Sabia que no mínimo aquela simpatia toda da tal Catherine se devia ao fato de ela ser irmã do , que fazia parte do time do colégio, ou a simples questão de a garota ter no nome. – Mais pra sim do que pra não. – Ela riu e o irmão riu junto. – Quando vai ser o teste?
-Na quarta. – Catherine piscou sorrindo e Leonor afirmou com um aceno e um sorriso fechado. riu começando uma conversa paralela na mesa que destoava completamente do assunto anterior.
Os dois estavam meio estacados na sala, se olhando como se fossem duas assombrações, tudo isso por causa de um simples apelido que havia sido trazido a tona outra vez e não sumiria tão cedo. Na verdade, se dependesse de , o anjo nunca teria sido reprimido, mas o entrosamento e as brincadeiras estavam tão familiares que ele saiu sem qualquer aviso.
-Desculpa, é o costume. – O homem disse completamente perdido, mesmo sabendo exatamente onde estava.
-Tudo bem. – abriu um sorriso bonito e espontâneo, mostrando a satisfação em ser chamada novamente daquele jeito. – Eu senti falta. – A mulher mordeu a boca levemente e foi abraçada de lado da forma mais protetora, recebendo um beijo na cabeça.
-Eu também, anjo. – disse baixinho, com os lábios encostados a cabeça dela e os dois andaram vagarosamente pra cozinha da casa onde a magia aconteceria. Os dois entraram no cômodo que estava limpinho e logo se separaram quando foi em busca das coisas pra fazer o Poutine.
-Cortou o cabelo? – perguntou fazendo uma careta quando ele voltou ao balcão com as batatas e bagunçou o cabelo dele, o vendo rir.
-Cortei! Estava enorme! – deu um sorriso bonito e fechado, enquanto tirava as batatas do saco de tela.
-Eu tinha que ficar mandando você ir! – A mulher soltou uma risada e pegou o resto dos ingredientes na geladeira, voltando pra bancada onde ele estava. – Ou você não ia, ficava dando massada. – Ela rolou os olhos e o viu rir alto. – é exatamente do mesmo jeito. – movimentou as mãos de um lado pro outro e ouviu o ex-marido gargalhar.
-Eu ouvia sua voz mandona! – deu uma piscadela pra mulher e a viu abrir a boca em completa indignação, depois voltou aos afazeres como se nada tivesse acontecido.
-O quê? – A mulher colocou a mão no peito, sustentando o peso do corpo em uma das pernas e ele deu de ombros confirmando o que havia dito. – Eu não sou mandona, ! – deu um tapa no braço dele em protesto e o homem se encolheu rindo.
-Não é mentira! – Ele arregalou os olhos, assegurando o que tinha dito e separando as batatas maiores em um prato.
-Claro que é! – o empurrou com o quadril e os dois riram. – Você é uma pessoa pública, precisava cuidar da sua imagem ou virava o emo de novo. – Ela piscou esperta e ele riu alto fazendo pose, logo começando cortar as batatas. A mulher sacudiu a cabeça levemente e viu o vestígio de barba tomar o rosto dele como em uma novidade que há tempos ela não via. – Barba assim em você é novidade. – A frase saiu antes de ser barrada ao mesmo tempo em que a mão da mulher já ia no meio do caminho pra pegar no queixo dele, mas isso ela parou no meio do caminho.
-Gostou? – virou, perguntando de uma vez e fingindo não perceber o interesse a proximidade dela.
-Oi? – piscou um pouco frenética demais com a pergunta, ainda com o olhar fixo nele e o coração a mil no peito.
-A barba. Gostou? – mudou completamente o tom de voz usado, parecendo sério e sugestivo demais, depois pegou a mão dela suspensa e passou pelo seu queixo, fazendo-a sentir a barba e consequentemente arrepiar e tremer o corpo com aquilo. mordeu levemente a boca, tentando controlar seu estado e o viu com um microssorriso vitorioso e safado. Claro! Era o !
-Você combina com barba assim. – A mulher piscou e o viu sorrir grato, largo e completamente satisfeito com o elogio, sem falar na ponta de malícia que aquele sorriso tinha. Finalmente estava botando as garrinhas de fora e mal esperava pra ele colocá-las de vez a amostra. – Ah, acabei de me lembrar. – Ela disse rindo e o viu dividir a atenção entre ela e as batatas.
-Põe na água pra mim? – pediu com um sorriso que quase fechava seus olhos e a mulher afirmou também sorrindo. – O que você lembrou, anjo?
-O está namorando. – pegou um pote grande e encheu com água. – Ele estava tão feliz, tão lindinho, só fala na Madeline. É Mad pra cá, Mad pra lá. – A enfermeira soltou uma risada leve e encantada. – É tão lindinho! – A mulher voltou pra perto do ex-marido com o pote com água, sal e vinagre em mãos.
-Ele contou! – soltou mais animado ainda, quase sentindo a felicidade do filho. – Na verdade foi a Len que soltou a boca na minha frente. – O casal riu. – Aí ele contou todo feliz e animado! – O homem disse orgulhoso.
-Sim! Ele ficou de trazê-la aqui pra você conhecer e apresentar a garota oficialmente. – sorriu colocando as batatas cortadas na água e ganhou um leve empurrão pelo corpo do a fazendo rir. – A gente marca alguma coisinha quando você estiver de folga. – Ela mordeu a boca levemente.
-Claro! – O homem sorriu a encarando profundamente. – Estou ansioso pra conhecer a garota.
suspirou parecendo preocupada e mordeu levemente a boca.
-O que houve, anjo? – perguntou com as sobrancelhas um pouco vincadas e acariciou o rosto dela, colocando uma mecha do cabelo cacheado da mulher atrás da orelha, a fazendo sentir o choque dos dedos dele com seu rosto.
-Querendo ou não, esse namoro me preocupa. – Ela suspirou um tanto pensativa. – Você sabe que está em uma idade perigosa.
-Idade perigosa? – perguntou rindo.
-É, basta encostar desse tantinho. – Ela mediu a ponta do dedo. – E você sabe muito bem o que acontece. – A mulher arqueou a sobrancelha e riu alto. – É praticamente um curto que dá.
-Credo, mulher! Não é assim! – Ele reclamou um tanto esganiçado e a viu arquear ainda mais a sobrancelha. – Ok, talvez um pouco. – arqueou ainda mais a sobrancelha. – Tá, . É exatamente assim. – Os dois riram alto. – Mas não é só coisa da idade. – coçou a cabeça. – Depende muito da situação também. – Ela arqueou ainda mais as duas sobrancelhas pra ele como se perguntasse se ele estava exatamente daquele jeito e o homem deu de ombros despreocupadamente. – Mas a gente não deve se preocupar com isso, o é muito ajuizado, não vejo onde pode dar errado. – Ele fez uma caretinha enrugando o nariz e afagou a cintura dela, dando um beijinho na bochecha em seguida.
-Você também era! – prendeu a risada e o homem suspirou saturado pela insistência.
-Por Deus, mulher! – Os dois gargalharam. – Ele tem mais juízo do que eu tinha! – explicou novamente e ela riu alto, aproveitando a aproximação do corpo dos dois que emanava um calor tão confortável.
-Com o que eu ajudo, agora? – perguntou rindo e ele mordeu a boca pensativo, depois abriu um sorriso de canto.
-Nada, deixa que eu faço. – piscou rapidamente fazendo a mulher rir e fazer uma dancinha no meio da cozinha. – Quer CD, o rádio, minha voz? – O homem perguntou rindo sobre ter qualquer vestígio de música naquela cozinha. Era sagrado, se estavam cozinhando, a música era o tempero principal.
-Querer. – ela riu e sentou na bancada perto da pia. – Eu queria mesmo era a sua maravilhosa e brilhante voz. – elogiou vendo negar com a cabeça e mesmo sem concordar com ela, inflar um pouco com o elogio. A mulher sabia e convivia com os problemas que ele tinha com as cordas vocais, mas aquilo não fazia do dom dele menos especial, muito pelo contrário, era o que tornava , um cantor completamente verdadeiro e incrível, mesmo que ele nunca concordasse. – Mas não quero forçar, e sei só pelo timbre dela que você andou forçando esses dias. – Ela estreitou os olhos e o viu rir.
-Você sabe, quando tem show é sempre assim. – Ele tentou se explicar e os dois riram.
-Anda na linha com os exercícios? – se esticou ligando o radinho toca CD da cozinha.
-Continuo. – abriu um sorriso completamente satisfeito pela preocupação dela.
-Seguiu direitinho né? – A mulher reforçou a pergunta, parecendo uma mãe lidando com uma criança teimosa.
-Bem direitinho, enfermeira! – Ele virou o corpo de lado e piscou pra ex-mulher, a fazendo piscar e volta. colocou o óleo vegetal na panela e logo a pôs no fogo para fritar as batatas, levando o pote com os tubérculos de molho na água para perto de onde estava na bancada. – E a orelha da Leonor, de onde surgiu tanto furo? – O homem perguntou ainda concentrado nas frituras, tirando do transe de lhe observar quando estava concentrado. A mulher riu.
-São três, . – Ela levantou três dedos e ele meneou a cabeça como se dissesse “tanto faz”. – Ela viu a minha e cismou pra fazer também, acabei levando. – disse e no reflexo moveu o cabelo cacheado, o colocando atrás da orelha.
-Ficou legal! – Ele sorriu de lado, enquanto se virava com o molho e as batatas.
-Eu também achei. – ela balançou as pernas cruzadas e encolheu um pouco os ombros, parecendo uma criança. – Irritou em uma das orelhas, ela ficou com raiva. Foi uma confusão, você sabe bem do gênio. – disse rindo e o ouviu rir alto, sabendo exatamente que aquele era o mais provável de acontecer.
-Gênio da mãe! – cutucou fazendo a mulher abrir a boca em uma indignação fingida, afinal sabia bem a quem Leonor tinha puxado.
-Ei! – Ela o empurrou de lado pelo ombro e virou fazendo uma careta como se reclamasse. – Eu não sou geniosa! Ela é! Eu não!
-As duas! – Ele continuou firme, não dando ouvidos às reclamações.
-Claro que não, ! – Ela protestou em uma indignação quase real e sentiu um tapa leve no joelho descoberto. mordeu a boca pelo gesto tão familiar e soltou uma risada anasalada. – ? – A mulher o chamou com a voz calma e terna, o fazendo olhá-la de uma vez.
-Oi? – O olhar estava compenetrado demais e ele quase podia sentir a respiração ir embora. Que droga ele tinha feito?
-Obrigada pela luminária. – prendeu um sorriso bonito e grato entre os dentes, vendo que o homem abria aquele sorriso completamente maravilhoso, que com certeza era o dela.
-Por nada, anjo. – Ele parecia inflar ainda mais com o sorriso. – Vi e lembrei de você, não tinha como não comprar! – disse como um adolescente confessando algo secreto e ganhou um beijo apertado na bochecha, gesto que o deixou sorrindo feito bobo.
-Eu sou apaixonada por luminárias. Parece doença, mas não é! – Ela apontou com o indicador e os dois riram alto. – Eu sou louca por luzinhas.
-Eu sei, mulher! Eu te conheço! – Ele respondeu enquanto terminava de fritar as batatas.
-Conhece muito, muito mesmo? – perguntou beliscando o que já estava pronto e tomou um tapa na mão. – Ai! – Ela reclamou fazendo careta.
-Só come quando eu terminar. – piscou esperto. – Sim, eu te conheço muito, muito, muito, muito mesmo!
Ela sorriu largamente, de uma maneira que prendia completamente a atenção dele, depois em um ato inconsciente, passou a mão no cabelo, como se amassasse os cachos pelas pontas.
-Me conta! O que tem de bom nas praias da Califórnia? – A mulher se escorou nos braços, o sondando mesmo que discretamente.
-As ondas são as melhores! – A convicção de era fora do normal, fazendo a mulher soltar uma risada leve, porém duvidosa, a conversa do filho depois da viagem tinha sido outra.
-Ondas… tá bom. – Ela fez uma careta desacreditada. – A conversa do seu filho depois da última viagem foi outra. – Os dois riram e negou com um aceno.
-Os interesses do menino eram outros, ué. – O homem deu de ombros e sacudiu a cabeça negativamente.
-Vocês não têm jeito. – Ela acusou e o ouviu rir.
-Relaxa, está tudo tranquilo, tudo sob controle. – piscou e afagou o joelho dela, fazendo um sorriso surgir aos poucos no rosto de .
-Claro que está! Você tá aqui agora, acalmou tudo. – Ela piscou e ele respirou completamente aliviado, olhando o conjunto da cozinha que lhe fizera tanta falta.
Quando se estava longe de casa, até as pequenas coisinhas como o jeito de guardar uma xícara era motivo para um turbilhão e sensações e uma delas, com certeza, era a saudade.
-Eu estou aqui. – abriu um sorriso sincero.
-Você está aqui! – A mulher quase gritou a frase que havia saído com tanta firmeza, felicidade e euforia da boca dela, ao mesmo tempo em que começava I Don’t Wanna Go To Bed na rádio.
Os dois riram baixo pela música que pertencia ao mais novo álbum do Simple Plan e traduzia tão bem o sentimento e a situação do casal, que se não conhecesse tão bem o ex-marido e não soubesse que ele e Chuck quem compunham grande maioria das canções, ela acreditaria que aquela letra era o mais puro acaso. Mas pelo contrário, a enfermeira sabia perfeitamente que a música, assim como algumas outras no álbum, traduziam perfeitamente a situação dos dois.
Era só ouvir:
-MÃE! MÃE! MÃE! – Leonor gritava correndo pela casa em completo desespero. quase deu um pulo do sofá claro pelos gritos da garota, apavorado em pensar que poderia ser algo grave.
-O que foi, criatura? – perguntou assustada ao ver a filha meio descabelada, mal parecendo respirar de tanta euforia, no meio da sala de estar.
-Leonor, aconteceu alguma coisa? – levantou de uma vez, com os olhos arregalados na direção da garota, que apenas negou com um aceno rápido.
-As vendas. – A garota arregalou os olhos e respirou, deixando o pai ainda mais confuso. – Abriram novamente! – Ela entregou o celular a , fazendo a mãe arregalar os olhos.
-Corre lá em cima e pega minha bolsa dos documentos! Vai, rápido! – A mulher mandou apontando na direção do quarto e a garota afirmou, pra logo depois sair correndo novamente, quase derrubando e Madeline que desciam pra onde os estavam.
-Eu posso saber o que está acontecendo nessa casa? – O homem vincou as sobrancelhas, olhando pra e viu a mulher rir alto, enquanto ainda fuçava qualquer coisa no celular. – Por que a Len tá gritando feito uma doida? E venda de ingressos? Que ingressos? – Ele olhou do filho pra ex-mulher e vice-versa.
-O McFLY está fazendo uma tour agora em setembro, mas é pro lado da Europa, certo? – Ela perguntou e o viu afirmar. e Madeline riram, sabiam exatamente da loucura da garota pela banda inglesa.
-Sim, sim, eu vi os anúncios da tour. Sem falar na Len pagando de fangirl em tudo que é rede social. – Os dois riram e afirmou. – Eu achei que você tivesse conseguido comprar os ingressos, anjo. – O homem disse confuso.
-Eles estão cantando todas as músicas que foram gravadas em álbum e a coisa toda. Anthology Tour, salvo engano. – Ela explicou e mordeu a boca afirmando com um sorriso. Leonor tinha finalmente despertado pra ser fangirl. – Mas não, eu não consegui comprar os ingressos antes e o que nos resta é tentar em Londres, por isso eu mandei ela ir buscar a bolsa com o cartão.
-CHEGUEI! – A garota gritou praticamente pulando no sofá e fazendo o pai tomar mais um susto.
-Ai menina, assim você me mata! – O homem ralhou rindo e ela lhe beijou a bochecha meio eufórica soltando um “desculpa”, depois virou pra mãe, praticamente roendo as unhas.
-Nós vamos comprar as pizzas. – O rapaz levantou do sofá junto com a namorada e olhou pra ele afirmando com um aceno.
-Só não demorem muito, ok?
-Pode deixar, . – A moça francesa disse com um sorriso e bateu continência.
-O cartão, . – O pai apontou pra carteira em cima da mesinha de centro e o garoto quase soltou um gritinho o fazendo rir, depois pegou o cartão de débito do pai que não precisava de documento de identificação, apenas a senha. O jovem casal se despediu e logo saíram da casa.
-Conseguiu, mãe? – Leonor perguntou mais do que eufórica e ansiosa, com o pé batendo no chão freneticamente e suspirou passando a mão no rosto. – Mãe? – ela chamou mais uma vez.
-O que foi, anjo? – perguntou já sabendo que nada bom tinha acontecido só pelo vincar de sobrancelhas dela.
-A conexão caiu, eu não estou conseguindo completar a compra. – Ela suspirou mordendo a boca, ainda olhando pro celular.
A garota sentiu o queixo tremer e os olhos encherem pela notícia.
-Compra de novo. – O homem disse óbvio e pelo jeito que havia soltado o ar, ele entendeu que haviam esgotado novamente os ingressos. – Liga pra lá, .
-Mãe… – A garota chamou meio chorosa.
-Eu vou ligar, Leo. Calma, vai dar certo! – arregalou os olhos pra ela que estava completamente chorosa no sofá e levou o telefone ao ouvido, enquanto se encontrava em um estado desesperador de nervos. Eles precisavam conseguir aqueles ingressos. – Boa noite. Cousseau. – A mulher se identificou na ligação, fazendo e Leonor esboçarem uma careta em completa estranheza por a mulher usar o sobrenome do pai. – Acontece que eu quero um par de ingressos pra Anthology Tour, sim, os três shows de Londres. Mas minha senhora, eu acabei de tentar fazer isso. – respirou fundo, rolando os olhos e coçou a cabeça, bem impaciente. – A conexão caiu no meio da transação e não, eu não estou conseguindo recuperar. Vocês não podem fazer nada pra resolver isso? – Ela suspirou mais uma vez, apertando o nariz na junção dos olhos. vincou a sobrancelha e logo sacou o celular do bolso. – Eu tentei comprar de novo… Oi? – fez careta olhando pro celular vendo que a ligação tinha “caído”. – Ótimo! Muito ótimo mesmo! – A mulher reclamou jogando o celular em cima da mesinha de centro e enfiou os dedos entre os cabelos cacheados.
-Eu não vou mais? – A garota perguntou com um bico de choro que fazia o coração de se partir ao meio. suspirou e esfregou a mão no rosto.
-Meu anjo…
-Eu dou um jeito! – O homem mordeu a boca e ávido em conseguir o show pra filha, ligou pro Eric, manager do Simple Plan. Se ele tinha os meios dele, por mais que não gostasse de fazer aquilo, ele iria usar. era um pai babão, um dos maiores existentes e se poderia dar algo a filha, algo que ela queria tanto, ele iria fazer de completamente tudo pra conseguir. – Eric deve ter o contato do pessoal de lá. – explicou batendo rapidamente o pé no chão, mostrando que estava nervoso. – Eric! – O homem riu animado quando o outro atendeu ao telefone. – Você tem o contato do… Como é o nome dele, Len? O manager do McFLY.
-Fletch! – A garota praticamente gritou com os olhos arregalados.
-Isso! – o homem piscou pra filha. – O Fletch. Me diz que tem, pelo amor de Deus, você é minha última esperança. Ok, procura aí, por favor. – mordeu a boca enquanto esperava o número, na ansiedade que conseguisse levar Leonor no show da banda que ela gostava tanto, principalmente porque música dentro daquela casa era uma das coisas mais importantes.
-Fletch? – o homem perguntou um tanto eufórico, assim que a ligação internacional foi atendida. – Hey cara. – riu baixo e até aliviado por ter conseguido. – Então, aqui é o . Sim, , do Simple Plan.
Leonor arregalou os olhos ao prestar realmente atenção na conversa do pai e sem sentir, apertou o braço da mãe entre os dedos, fazendo-a rir largamente pela ansiedade da garota e depois beija-la na cabeça, apertando a garota entre os braços em um abraço protetor.
-Sim, sim. – Ele riu baixo. – Então, minha mulher tentou agora a pouco, comprar os ingressos para as três noites da Anthology tour em Londres, mas a conexão caiu. Aí minha filha quase entrou em um estado de choro, porque não ia mais. – mordeu a boca ouvindo o que o outro tinha a dizer. – Jura? Pois ok, muito obrigado. – O homem usou de um tom de voz baixo, interpretado por Leonor como frustrado, que fez a garota tremer o queixo em um bico gigante. – Claro! Até mais. – desligou o telefone e assim que viu as expressões da garota, suspirou de forma audível. estreitou os olhos, sabendo que aquilo era tudo cena dele, enquanto o homem se segurava pra não rir.
-Pai? – A garota perguntou chorosa, encolhida no abraço da mãe e o homem sentou perto dela no estofado. – Vai dar certo ou não? Eu queria tanto ir, é praticamente a última tour que eles vão fazer, estão há tanto tempo em pausa que a gente está com medo de nem voltar mais. E você sabe como música é importante pra gente. – Leonor usou de seus argumentos, ainda parecendo uma criança de menos de sete anos encolhida nos braços da mãe e riu baixo, segurando a mão dela com carinho.
-Então Len. – Ele abriu um largo sorriso que marcava suas bochechas e beijou a mão da filha. – Nós vamos ver o McFLY, meu amor.
-OH MEU DEUS! – A garota deu um pulo de onde estava sentada, feliz com a notícia, enxugando o rosto e rindo ao mesmo tempo. abriu os braços e sentiu a filha cair nele o abraçando o mais forte que conseguia. – Eu vou ver o McFLY! Eu não acredito! Eu não acredito! Obrigada, pai! Você o melhor! – Leonor distribuiu beijos na bochecha de e quase o viu chorar, enquanto a vontade de rir na mulher aumentava.
-Faço tudo por você, minha princesinha! – Ele apertou a filha entre os braços como se ela fosse uma criança indefesa. – Tudo!
-Obrigada, papai! Obrigada! – Leonor sacudiu num abração, os fazendo caírem do sofá e riu alto com a cena dos dois embolados no chão.
-Ai Len! Minhas costas! – riu passando a mão no rosto e ouviu a gargalhada da garota que estava ao seu lado no chão, exatamente igual a gargalhada da mãe, que se encolhia no sofá rindo com a cena. – Anjo! Para de rir e vem ajudar. – O homem pediu rindo e Leonor arregalou os olhos, completamente pega de surpresa pelo apelido.
-Eu não! Você é o cara da yoga, hockey e o diabo a quatro. Levanta e ajuda essa sedentária. – piscou e abriu a boca em um perfeito O, com uma indignação bem fingida.
-MÃE! Eu não sou sedentária! – A garota reclamou bem ofendida com a acusação e o casal riu alto.
O homem levantou do chão em um pulo, fazendo engolir em seco sem nem mesmo perceber. Que droga de físico era aquele? Já não bastava as piadinhas idiotas de mais cedo e ele precisava mostrar que estava em perfeito condicionamento físico? Fazendo-a ter vontade de testa-lo da maneira que mais lhe fazia falta.
-Até onde eu sei, você só faz curso de idioma e desenho. – disse rindo e ajudando a filha a levantar do chão. A garota riu e deu um pulo, parando no chão em uma verdadeira pose de cheerleader.
-Você não disse ainda? – perguntou rindo e deixando mais confuso e curioso ainda.
-Disse o quê? – O homem soltou uma risada morta, confuso e até com medo do que a filha iria dizer.
-Entrei para as cheerleaders do colégio! – A garota gritou pulando e arregalou os olhos, completamente feliz com a conquista da garota.
-VERDADE, LEN?
-SIM, PAPA! SOU UMA CHEERLEADER AGORA! – Ela gritou e sentiu o pai lhe abraçar mais uma vez a tirando do chão e a rodando no ar.
-Que orgulho de você, minha princesa! – Ele abraçou-a com força, enquanto só alargava mais o sorriso bobo com a cena. – Só me promete que vai continuar sendo essa princesa pé no chão, okay? Nada de ser cruel e fria. – pediu com uma preocupação na cara e riu alto com o escândalo dele.
–, as cheerleaders não são mais assim! – A mulher alertou rindo e ele fez uma careta enrugando o nariz. – São garotas normais e a Leo é cabeça feita, não vai se deixar levar, nós criamos muito bem a nossa menina!
-Escuta ela! – A garota apontou pra mãe e o homem riu, beijando a bochecha da filha em seguida.
-Quando você vai animar as torcidas? – perguntou animado, curioso e interessado, fazendo uma dancinha ridícula como se fosse uma das garotas da torcida balançando os pompons.
colocou a mão no rosto, tapando os olhos mostrando completo constrangimento pela pose do ex-marido, enquanto Leonor se resumia a rir alto.
-Poxa, . Você poderia dar menos na cara na frente da sua filha! – reclamou como se não tivesse mais jeito e viu o olhar do ex-marido queimar sobre ela, piscar e depois rir baixo numa intenção provocativa.
-O troco vem, . – O homem soltou uma risada e a porta da casa foi aberta por filho, junto com a namorada e três caixas de pizza.
–Siamo arrivate con la pizza*! – O garoto gritou com os braços abertos e a namorada fez mais pose ainda, dançando uma música italiana imaginária e causando risadas generalizadas.
-O italiano é meu, ! O seu é alemão! – Leonor gritou ainda rindo com a cena do irmão e o garoto mostrou a língua. – NÓS VAMOS PRA INGLATERRA! – A garota arregalou os olhos e viu o irmão soltar um grito tão animado quanto.
-VER O MCFLY? – gritou de volta, feliz com a euforia da irmã, feliz por finalmente ela ter conseguido o tão sonhado show.
-SIM! – A garota gritou mais uma vez o vendo dar uns pulos com a notícia. – O papai conseguiu e nós vamos!
-Conseguiu? – Madeline vibrou junto com a garota, que afirmou firmemente.
-Só não vale desmaiar no dia! – O garoto debochou da euforia da menor e a garota fez uma careta.
-Eu não vou desmaiar, Eliot, já você eu não garanto! – Leonor piscou e os cinco riram. – Vai ser muito incrível! – Ela respirou fundo, com uma felicidade fora do comum.
-Vai, vai sim, mas saco vazio não para em pé. – , o pai, disse rindo quando o filho andava equilibrando as caixas de pizza. – Se não comerem, os dois desfalecem antes de conhecer o McFLY.
-Querem pratos? – perguntou rindo e levantou do sofá.
-Não precisa, . – Madeleine disse rindo e empurrando o garoto que fazia questão de “travar” no meio do caminho.
-Só papel-toalha, anjo. – disse com um sorriso e piscou. – Deixa que eu pego. – O homem sorriu e logo foi na direção da cozinha.
-Não quer ajuda? Aproveita e traz logo algo pra beber! Deixa eu ir logo. – Ela levantou do sofá antes que escutasse a recusa do ex-marido e seguiu pra onde ele estava, Leonor e riram.
-Comprou de quê, ? – A mais nova perguntou curiosa, o ajudando a destampar as pizzas.
-Hm. – O garoto mordeu a boca apontando pra comida. – Essa metade margherita e metade bacon, os dois comem felizes sem reclamar. – disse com um ar divertido sobre os sabores preferidos dos pais e Leonor afirmou freneticamente. – Essa é meio a meio, mozzarella com calabresa e quatro queijos.
-AI, EU TE AMO, CABEÇÃO! – Leonor abraçou o irmão com força pelo sabor da pizza de calabresa, o sabor preferido dela e o garoto riu alto da forma mais escandalosa possível.
-Claro que você me ama, pirralha! – O rapaz assumiu um porte completamente convencido e ganhou tapas das duas garotas. – Ai! Ai! Calma! – Os três riram.
-E Leo, fiz ele comprar uma doce pra nossa sobremesa! – Madeline fez uma dancinha mesmo estando sentada e esticou a mão por trás do namorado, na intenção de bater high five com Leonor.
-Você é demais, Mad! – A mais nova disse rindo e logo os três viram e voltarem a sala trazendo copos, papel toalha e refrigerante.
Já que o cardápio da noite era pizza, refrigerante era o melhor acompanhamento!
-Quais você pediu? – O homem perguntou sentando no chão, perto da mesinha de centro da sala, enquanto cutucava as caixas.
-Margherita, Bacon, mozzarella com calabresa e quatro queijos. – O garoto deu um sorriso esperto e completou o soquinho com o pai, que tinha estendido a mão.
-E uma doce! – Madeline e Leonor acrescentaram, fazendo e rirem.
-Formigas! – A mulher acusou.
-Boa, moleque! – elogiou, depois saiu distribuindo os pedaços pra cada, enquanto colocava o refrigerante nos copos, mostrando como eram uma boa dupla, na verdade sempre haviam sido.
: Deu, tudo certinho! As últimas estão sendo colocadas 😌
: AEEEEEE -dançando- 💃🏻
: Minha eterna gratidão!
Queria dar um pulinho aí, mas aqui tá cheio de criança. Agradeça a equipe! Todos merecem beijos! KKKKKKKKKK Não meus, mas ok. O vc beija ele!
: Pode deixar! Mas um eu não beijo, não. Eca!
Mas e o Alex? Qual o nível de destruição?>/p>
: Beija só seu marido gente! Mandei beijar ngm além dele!
Alex tá destruindo a pista de skate com o kkkkkkkk
: Qualquer coisa pode dar bronca nele!
: Não vou brigar com a criança!!!! MEU BEBÊ
: Você e o me cansam! Ele tem 5 anos, não é um bebê!
: Meu bebê! Sai pra lá!
riu com o desespero de em defender a todo custo que Alex ainda era um bebê e suspirou, sabendo que seu filho estava sendo, na verdade sempre era, muito bem cuidado na casa dos . Ela mordeu a boca pensando que seria uma boa recompensar a irmã pelos cuidados e abriu um sorriso maldoso.
-Meninos! – A mulher chamou a atenção dos dois, que estavam entretidos com a última das prateleiras e os dois viraram de uma vez.
-Oi! – fez uma careta enrugando o nariz e parecia assustado.
-Tá errado? – perguntou um tanto confuso.
-Não, não! Tá perfeito! – A mulher deu um sorriso grande. – Quero uma foto, estou falando com a sua mulher! – piscou, vendo praticamente se inflar com a notícia.
-Ela sabe que eu estou enfiado aqui dentro? – soltou uma risada, mas logo abriu um sorriso bem maldoso e arrancou a camisa fora do corpo. – Agora pode mandar!
-Céus, ! – reclamou com uma careta bem transtornada. – Que seca é essa? – O homem empurrou o amigo e foi empurrado de volta.
-Ela vai saber agora! – riu alto. – Bota essa camisa, não quero foto sua assim no meu celular, obrigada! – Ela explicou fazendo uma careta. – Tatuagem nova? – A mulher perguntou apontando pra costela do cunhado e o homem olhou afirmando.
-Sim, eu fiz…
-Bota a camisa, ! – interrompeu a fala do amigo e o homem rolou os olhos.
-Claro que não! Para de ser estraga prazer! – Ele rolou os olhos.
-A foto, crianças! – alertou rindo, e os dois praticamente se abraçaram sorrindo pra foto dela. – Ai ficou linda! – A mulher soltou um gritinho animado e em seguida mandou a foto pra irmã, ansiosa pelos xingamentos e surtos de .
: Ajuda do dia! 😉😏
: Tô grávida!
CÉUS, Eu não sei se te mato! Ou se mato esse filho de uma…
Deus, que homem gostoso!
Porque você me manda essas coisas?
: Porque eu sou a melhor irmã do mundo!😌😌
NÃO FALA MAL DA LOUISE!
riu sabendo que os xingamentos viriam com força quando viu em seu celular “ está gravando um áudio…” A mulher riu alto e apertou o play logo colocando o telefone no ouvido, não estava na hora de saber dos surtos.
“Você acha que eu vou xingar minha sogra? Claro que não, aquela mulher é uma santa! Você é uma vaca! Ele é um demônio. Qual a droga da necessidade de tirar a roupa? Assim não! Aqui em casa era mais fácil, mas longe assim é maldade!”
: Eca! Eu não preciso detalhes!
: Faz muito tempo que minha vida não tem mais esses detalhes.
A designe gargalhou mais, com o desespero da irmã e viu olhá-la completamente confuso.
-O que foi? Ela respondeu?
-Sua mulher tá grávida. – A mais velha soltou uma gargalhada pela cara de paisagem do cunhado com a resposta. O homem estava pálido, sem um pingo de sangue nos lábios. – Por causa da foto, tapado! Ela está surtando horrores! – sacudiu a cabeça, ainda rindo e viu o cunhado soltar um suspiro bem aliviado, depois abrir um sorriso idiota.
-Queria engravidar ela de verdade, isso sim! – riu alto e voltou às suas prateleiras com uma animação fora do comum.
-Você já fez isso duas vezes, sossega. – rolou os olhos e sacudiu de leve a cabeça. –Aliás, sossega não, quero ser tia! – os dois riram alto e a mulher viu o telefone vibrar como se estivesse possuído, sabendo que sim, ali era .
: SUA VACA! VOLTA AQUI! NÃO SOME!
: Tô convencendo teu marido a continuar com o trabalho!
: OI? 😳 O que você disse a esse tarado?
: Que você tá grávida do espírito Santo KKKKKKK
: Vai à merda! KKKKKKKKKKKK Uma dúvida, se eu pedir nude, rola?
: Você me ama! E sobre os nudes, se você vier aqui tirar, talvez…
: Amo mais esse corpo gostoso de ! Inclusive, isso é uma tatuagem nova? Quero passar a língua por ela todinha 😏
: CREDO, MULHER! SE CONTROLE!
riu alto com a irmã, mais uma vez naquele dia, até porque era incrível ver tão desesperada e apertou no microfone acima do teclado.
–, ela quer nudes! – A mulher disse com um sorriso malvado e viu o cunhado virar de uma vez em sua direção.
: VOCÊ TÁ DOIDA? O.O!
-Oi? – perguntou meio espantado com o que a cunhada tinha dito, mas foi inevitável não rir. – Manda áudio pra ela e me deixa falar? – O homem pediu e a mulher firmou.
-Diga!
-Anjo, eu preferia te mostrar ao vivo! Mas quando chegar em casa, mato sua vontade! – Ele disse aumentando o tom de voz para alguns decibéis a mais e a última coisa que ouviu foi a risada da cunhada.
-Ela vai me matar! – foi convicta, mas estava achando uma das coisas mais divertidas a situação.
: EU VOU TE MATAR!
Meu celular vai encher de foto desse demônio pelado e a culpa é toda sua!
: Como se você fosse reclamar!
: Não exatamente! Mas na minha situação, resolvia bem mais ele nu na minha cama!
: MUITO DETALHE, MUITO DETALHE!
: A MINHA VIDA TA SOFRIDA! Que saudade da boca desse homem!
: Seeeeenhor, tá tão complicado assim?
: Complicado? Querida irmãzinha eu estou há quase um ano sem um misero beijo, imagina sexo! A COISA TÁ FEIA, HORRÍVEL! DESESPERADORA!
: Deixem de ser tapados!
: O tapado é ele! Ta esperando o que? Que eu tire minha roupa e dance em um pole dance?
: SOCORRO KKKKKKKKKKK
: Estou sendo realista KKKKKKKKK inclusive, tem como liberar do trabalho aí? Tipo, nesse exato momento?
: Vou pensar no seu caso u.u
-Tudo pronto,! – anunciou guardando as chaves na caixinha de ferramentas e desmontando a parafusadeira. – Mais alguma coisa?
-Obrigada, cunhado! Mais nada. – Ela sorriu agradecida. – Realmente pronto? Porque está requerendo sua presença em casa em tipo, cinco minutos. – A mulher abriu um sorriso maldoso, como se os condenasse e o homem soltou uma risada larga, arriscaria até satisfeita.
-Estou indo! – pegou a camisa no chão da forma mais rápida que conseguiu, junto com a caixa de ferramentas. – Tchau, beijo!
-A clínica é dela, o pagamento é com ela. – gritou quando viu o cunhado sair as pressas da sala e o homem parou de uma vez, olhando pra trás com o maior sorriso safado de todos os tempos.
-Deixa que lá eu me acerto! – Ele piscou, fazendo os dois gargalharem e logo saiu de uma das clinicas mais conhecidas e bem conceituadas da região.
: Que lombriga! Kkkkkkkk
Ela riu ainda ansiosa, enquanto esperava ele digitar qualquer coisa que estivesse digitando, já sabendo que teria um teor sexual enorme.
: Abre a foto e você vai ver a minha cobra 😏 😉
arregalou os olhos com o sentido da resposta e soltou uma gargalhada, tapando a boca em seguida pra não chamar tanta atenção com o barulho.
: Vai anjo, abre logo, eu sei que você tá louca pra ver. Depois me manda áudio.
Ela mordeu a boca e clicou na foto sem demorar muito. Não ia negar que estava curiosa, mesmo depois de quase vinte anos vendo pelado, cada foto era uma surpresa, ela conhecia muito bem o corpo do ex-marido, assim como ele conhecia bem demais o dela, até mais do que a própria mulher, se duvidasse. Nada melhor do que alguns nudes pra apimentar o relacionamento, ou talvez reacender uma chama, que nunca tinha verdadeiramente apagado.
-Oh meu Deus! – arregalou os olhos ao ver pelado, consideravelmente excitado, com uma das mãos segurando onde teoricamente não deveria, a outra o celular e de frente para o espelho do banheiro. Enquanto o sorriso inocente esticado na sua cara, fazia o corpo dela esquentar ainda mais.
Talvez fosse o tempo sem sexo, ou o mesmo tempo sem sexo com , mas estava complicado. Ela apertou no pequeno desenho de microfone no canto da tela, preparada pra responder a altura e soprou:
–Ai delícia. – Ela praticamente gemeu a frase, sabendo que teria efeitos absurdos em . – Estou a ponto de explodir com essa sua inocência fingida estampada no sorriso e bom… – A mulher mordeu a boca soltando uma risada pervertida. – A atual situação que o maravilhosamente gostoso Mr. se encontra. Já tão armado assim, amor? – A ironia no tratamento carinhoso era bem explicita. – E essa tatuagem nova, hm… – suspirou forma audível. – Contornava inteirinha com a língua. Fico até chateada por estar tão longe.
soltou o microfone com um sorriso malvado e viu o áudio carregar pra enviar, quando completou o envio, ela mandou sua frustração em forma de emoji.
: 😔 😩 😔 😔
: Porra, mulher! Olha o que você faz comigo. Só de imaginar sua língua eu fico cada vez pior.
E logo em seguida ele mandou outra foto, focando apenas no problema, que se encontrava em um estado pior do que o que já estava.
: Nossa, ! Chego a sentir o corpo suar, tá tudo molhado aqui, você não tem noção. Eu estou queimando.
Ela riu baixo, sentindo tudo que havia descrito e viu logo em baixo do nome dele: “ está gravando um áudio…” Ah, agora sim o circo iria pegar fogo. A enfermeira apertou o play e imediatamente colou o celular no ouvido.
“E você acha que eu estou como? Estou no desespero aqui e você só me fode. Poxa, anjo, fica me dizendo que tá queimando, que tá suada, que tá molhada! E ainda me fez imaginar sua língua descendo por aqui. – ele suspirou. – Mulher, você é malvada, é malvada demais. Se for pra transar por telefone, eu preciso ao menos te ver.”< script>document.write(Tatyelle) abriu a boca em um perfeito O, depois soltou uma gargalhada com a ousadia e o possível sofrimento dele.
: Sexo por telefone não. Só aceito se for presencial.
: E sugiro que você chegue logo. É mais fácil tapear um filho do que dois.
: foi deixar a namorada em casa 😘
: Eu chego em no máximo. Cinco minutos!
: Não se mata! Não se mata!
-Mãe! – ouviu o grito se Leonor na cozinha e virou de uma vez soltando o celular em cima da bancada, com os olhos arregalados pelo susto. – As meninas já foram. – A garota passou a mão no cabelo e suspirou.
-O que aconteceu, Leo? – A mulher perguntou ainda com o coração batendo forte pelo susto anterior, mas transparecia normalidade.
-Eu não sei. As meninas são tão bonitas… – A garota começou o autodepreciamento e suspirou apertando o nariz na junção dos olhos. De onde Leonor estava tirando aquilo?
-Isso é coisa daquela loira, não é? Aquela garota não me desce, Leonor. – rolou os olhos.
-Não mãe, nada com a Catherine e ela também não me desce. – A menina suspirou. – Mas meu nariz é enorme! – Ela tentou olhar e ficou vesga fazendo a mãe rir baixo.
-Claro que não Leo, seu nariz é lindo, é igual ao do seu pai. Ele é ideal para seu rosto. – A mulher explicou e viu a filha suspirar. – Você é completamente linda, meu amor, você é a garota mais linda que eu já vi em toda a minha vida. – andou os poucos passos que separava as duas e abraçou a garota com força, sendo abraçada de volta na mesma intensidade.
-Eu queria ser mais alta. – A menina, alguns centímetros mais baixa que a mãe, disse e riu baixo.
-Você ainda vai crescer, tem dois anos pra se tornar um mulherão, então relaxa porque você vai. – A mulher fez carinho no cabelo da filha e beijou a cabeça dela. – Vai ficar mais alta que eu, porém mais baixa que seu pai, só pra poder usar salto sem culpa e arrasar corações onde passa. – As duas riram alto e a garota parecia até melhor, quando apertou a mãe em um abraço agradecido. beijou mais uma vez a cabeça dela.
-Posso fazer uma tatuagem? – A garota perguntou abafado fazendo a mulher gargalhar. Aquilo só podia ser brincadeira de Leonor. Tatuagem? – É sério! – A moça respondeu emburrada.
-Não, você não pode! – A mulher piscou e mesmo em tom de brincadeira, Leonor sabia que a mãe falava sério.
-Mas mãe…
-Sem mas, Leonor! – Ela bufou com o assunto repetente naquela casa. Quando finalmente aquietava, Leonor aparecia com aquilo? – Você tem 14 anos, quatorze! Você é uma criança! – ralhou sentindo a filha soltar do abraço e fechar a cara. – Não adianta fazer cara feia, você não vai se rabiscar assim, tendo quatorze anos! O seu irmão eu não deixei fazer com 16, imagina você com 14. – a mulher riu meio incrédula.
-Mas você e o papai tem inúmeras tatuagens! – A garota tentou rebater e a mãe lhe lançou um par de sobrancelhas arqueadas.
-Nós dois temos mais de trinta anos, trinta! E começamos nos encher de tatuagem depois dos vinte e cinco. Pelo amor de Deus. – A mulher suspirou, sentindo o estresse tomar conta do seu corpo, sua mente, de tudo. Principalmente com uma criança lhe pedindo uma tatuagem, e ainda emburrada com o não. – Não, Leonor, nada de tatuagem! Eu na sua idade, brincava de boneca. Quer fazer uma tatuagem? Tudo bem, mas só depois dos 18! – bufou e viu a garota rolar os olhos, depois sair da cozinha pisando duro no chão. Era só o que faltava.
A mulher se esticou, tentando se livrar de metade daquele estresse desnecessário e se deu conta que precisava de uma boa rodada de sexo. E logo!
Ela amarrou o cabelo longo no topo da cabeça com um nó e se apoiou na pia respirando fundo. Ser mãe era maravilhoso, mas existiam algumas coisas que comiam o seu juízo de um jeito fora do comum. Já não era fácil estar cuidando de dois adolescentes e de uma clínica, sozinha, ela ainda precisava estar separada. Era cada burrada na vida, que nem acreditava naquilo.
-Hey, mãe dos meus filhos! – A voz muito conhecida por ela, soou alta dentro da cozinha e a mulher imediatamente olhou pra porta do cômodo, vendo seu peladão preferido com um sorriso largo estampado na cara.
-Hey! – Foi apenas o tempo de ela responder quase sem fôlego, por ter a lembrança dele pelado lhe atingindo novamente.
E instintivamente, ela sentiu o corpo ser agarrado por ele, restando apenas a escolha de agarrá-lo de volta, sentindo o nariz do ex-marido roçar ao seu, enquanto os braços mais do que firmes do vocalista a seguravam com força, pressionando a mulher contra o próprio corpo.
Ele estava feliz por tê-la tão rendida e abriu um sorriso pervertido, beijando de forma sugada o canto da boca de , ao ponto de fazê-la soltar um grunhido frustrado. Se ela já estava presa aos braços dele, sendo apertada contra aquele corpo gostoso e todo definidinho, com entradas para literalmente o paraíso, ela merecia ao menos ser beijada direito. Principalmente depois de tanto tempo longe. Aquele foi o estopim pra que segurasse o rosto dele com uma das mãos e praticamente arrancasse o lábio inferior de com uma mordida, sabendo que logo ele enfiaria a língua em sua boca no início de um beijo inteiramente desesperado, que tentasse sanar ao menos um terço daquela saudade louca que invadia ambos os peitos e só tinha fica maior com a conversa recheada em teor sexual de mais cedo.
Os gostos, os cheiros, os toques, eram tão familiares que ao serem provados novamente, pareciam nunca ter sumido ou passado tanto tempo guardados. Era a consolidação de um dos sentimentos mais puros e bonitos existentes. Um amor de adolescência que havia tomado proporções estrondosas nas vidas dos dois. A mais sensata loucura existente entre os dois, uma saudade infundada em apenas orgulho que estava sendo desarmada e destruída aos poucos.
riu baixo, com uma felicidade fora do comum tomando seu corpo e deu mais um beijo sugado na mulher, enquanto os dois se mantinham juntos de testas encostas e narizes colados. Ele segurou o rosto dela com firmeza e beijou-a mais uma vez, sentindo os dedos sorrateiros da ex-mulher entrarem devagarzinho em seus cabelos, assim como a outra mão dela que brincava de forma quase inocente na lateral do cós da sua bermuda. soltou uma risada anasalada construída em safadeza e sem a menor discrição, desceu a mão pelas costas dela, sentindo o corpo tensionar com o movimento por cima do vestido leve, que foi consolidado quando apertou a bunda de , a fazendo suspirar audivelmente ao mesmo tempo que mordia a boca. Consequentemente, mexendo com o emocional dele.
-Que saudade! – disse ainda de olho fechado, sentindo o roçar do nariz dele em sua bochecha.
-De quê, anjo? – Ele perguntou acariciando o rosto dela com o polegar e o nariz, sentindo as mãos pequenas de apertarem seus ombros com força, depois respirou fundo junto com ela.
-De você. – A mulher foi curta e grossa e os dois riram dando mais um beijinho. – Da sua boca gostosa principalmente, mas essa mão boba… – A enfermeira praticamente revirou os olhos ao falar, ainda em meio ao suspiro. – Essa mão me quebra. – Ela abriu um sorriso idiota e sentiu sua bunda ser apertada novamente. – Safado!
-Gostosa! – abriu o sorriso mais largo que conseguia e a beijou mais uma vez, fazendo a mulher o abraçar com uma força fora do comum e logo enfiar o rosto no pescoço dele, deixando o homem arrepiado por completo. – Te amo! – Ele a abraçou com força, como se conseguisse guardar e proteger a mulher pra sempre ali.
-Eu também te amo! – Ela respondeu abafado, sentindo o peito aliviar completamente e se afundou ainda mais no abraço gostoso dele. – Nossa, vai sair? – A mulher riu baixo por sentir o cheiro perfume se espalhar no ambiente. – Tá tão cheiroso. – Os dois riram baixo.
-Que nada, passei o dia lá na clínica hoje, colocando as prateleiras para a senhorita. – sorriu e beijou a cabeça dela, vendo a mulher tirar a cabeça de seu pescoço e sorrir o beijando no queixo. – Estou quebrado. – O homem fez um bico.
-Eu vi a foto! – A mulher exclamou sobre a foto que tinha mandado e soltou uma risada leve, mas que logo se transformou em algo mais generalizado pelas últimas fotos recebidas e o homem riu exatamente pela mesma coisa, sabendo que sim, ela tinha gostado. – Que foto, hein? – mordeu a boca com um sorriso safado.
-Eu estava pensando em você. – Ele sussurrou ao pé do ouvido dela e mordeu levemente a orelha da mulher, sentindo-a tremer contra seus braços. riu da forma mais satisfeita. – Basta eu pensar em você, que ele sobe. – beijou a porção embaixo da orelha dela e no reflexo, colocou lentamente a mão dentro da camisa dele, passando a polpa dos dedos nos músculos oblíquos e o fazendo tremer de leve. – Mas me diz porque você parecia tão tensa, anjo. – Ele começou uma série de beijinhos no pescoço da mulher. Ela respirou fundo, sentindo ainda mais vontade de arrancar a roupa do corpo.
-Fora um ano sem sexo? – A mulher riu baixo, sentindo seu quadril ser pressionado pelo dele contra a bancada da pia. Ela mordeu a boca pra não soltar qualquer som indevido, principalmente sabendo que Leonor estava na sala e os dois suspiraram. – Sua filha amanheceu impossível hoje.
-Ela é impossível. – O homem disse baixo ainda contra o pescoço dela e apertou a cintura de , fazendo-a arfar. – O que mais, anjo? – Ele perguntou subindo a mão pelo abdômen da enfermeira e a mulher suspirou apertando o tronco dele por dentro da camisa, na intenção sorrateira de descer as mãos pra dentro da bermuda do ex-marido.
-Queria fazer uma tatuagem! – A mulher soltou esganiçada sentindo seu corpo arrepiar inteirinho com a mão dele tão perto do seu seio. – Eu disse que não, óbvio! Onde já se viu? Se o eu não deixei fazer com quase 17, imagina que eu ia deixar Leonor no auge dos 14 fazer uma tatuagem. Eu não perdi meu juízo a esse ponto! – Ela suspirou enfiando vagarosamente as mãos dentro da bermuda dele e parou de uma vez o que fazia.
estava com a respiração presa e completamente estacado sem nem encostar mais na mulher, deixando inteiramente confusa com a reação dele. Ela fez uma careta, vincando as sobrancelhas e imediatamente tirou as mãos de onde estava, cruzando-as na altura do peito. tinha feito merda e isso era certo!
-O que foi que você fez? – tomou uma distância segura dele, vendo o ex-marido suspirar completamente frustrado e passar a mão nos cabelos, mostrando ainda mais seu descontentamento.
-Eu… – O homem mordeu a boca com a maior cara culpada que conseguia. – Meio que deixei ele fazer(?)
-Você o quê, ? – soltou indignada. – Qual a sua droga de problema? – A mulher olhou pro teto da casa pedindo calma, pois se pedisse forças, daria na cara dele.
-Ele disse que você tinha deixado. Eu acreditei! – O homem arregalou os olhos, movimentando as mãos freneticamente na intenção de mostrar seu desespero.
-Eu disse que só depois dos 18! – A mulher gritou em indignação, esticando as mãos pra baixo.
-Eles nunca tinham mentido, anjo! – explicou mais esganiçado ainda, afinal ele sabia que tinha feito besteira e a mulher estava bem puta com a situação. – Eu achei que não precisava duvidar.
-VOCÊ NÃO TEM QUE ACHAR! – Ela gritou arregalando os olhos, o fazendo dar um passo atrás. – Era uma tatuagem! Você tinha que, no mínimo, ter combinado comigo, ! – abriu a maior cara de choro existente pro lado dele e o homem suspirou. Se ele já se sentia culpado, o bico de choro dela só tinha aumentado e muito a sua culpa. – Você poderia muito bem ter me ligado!
-Eu sei, eu sei! Eu errei, me desculpa. – suspirou derrotado. – Mas eu achei que ele estava falando a verdade, os dois nunca foram de mentir. Sem falar que a Len estava junto, não pensei que eles fossem te esconder. – Ele explicou calmo e viu o queixo da mulher tremer, sabendo que o desespero tinha tomado de conta dela.
-Eu sou uma mãe terrível. TERRÍVEL! – Ela gritou com a voz inteiramente chorosa, deixando confuso com a mudança repentina de humor. – Meu filho tem uma tatuagem há mais de um mês e eu não fazia a mínima ideia disso! Ótimo ! – A mulher enfiou os dedos entre os cabelos, sentindo algo que nunca havia sentido antes, lhe atingir. Um desespero direcionado a sua conduta com os filhos, um medo de o garoto já ter mentido mais vezes e ela nem ao menos se dar conta disso.
-Anjo, anjo! Não! – abraçou-a com força contra o peito. – Você uma mãe incrível, nunca mais duvide disso. Tudo bem? – Ele acariciou os cabelos cacheados dela, os fazendo desprenderem do nó que o prendia no topo da cabeça. – Você foi mãe aos 17 e foi uma das melhores mães que eu já vi em toda a minha vida. – Ela riu baixo, o apertando mais forte entre os braços. – Uma das melhores, porque minha sogra e minha mãe são implacáveis. – O homem beijou a cabeça dela. – é quase um homem, ninguém espera que você inspecione o corpo dele enquanto ele dorme. Então para de se culpar. Ok? – O cantor disse convicto e ouviu a gargalhada estrondosa da mulher o fazendo rir junto. – Eu estou aqui agora e sempre estive, você não está sozinha. – Ele segurou o rosto dela com as duas mãos comprimindo as bochechas da mulher e a beijou ternamente.
–? – chamou ainda de olhos fechados e ouviu um resmungo de afirmação. – Qual tatuagem ele fez? – Ela perguntou receosa.
fechou os olhos com força e soltou uma baforada de ar. Ainda dava tempo de correr?
-Uma garça. Na costela. – Ele deu um sorriso de gases e a mulher arregalou os olhos, engasgando com a própria saliva.
-Ele fez o quê? – perguntou novamente, apenas querendo confirmar suas suspeitas.
-Eu fiz a mesma! – O homem soltou esganiçado na tentativa de melhorar a situação, o que foi em vão.
-Você por acaso é louco? – Ela perguntou em um surto. – Como você deixa um adolescente de 16 anos fazer uma garça na costela? NA COSTELA ! SABE O QUANTO ISSO DÓI?
-Eu sei, anjo! Eu fiz uma igual! – Ele não segurou a risada pelo estado lunático dela. – Ele queria! Eu não ia me meter na tatuagem que o menino queria! Você sabe que eu não tenho moral. – fez um bico na intenção de amolecê-la, mas soltou uma risada incrédula enquanto sacudia a cabeça levemente, pedindo mais paciência se possível.
-Sinceramente. – Ela respirou fundo, negando bem incrédula com o que tinha acabado de ouvir. – Por que você fez junto, hein, tapado? – A mulher disse entre dentes, começando a estapear no braço e fazendo o homem rir ainda mais com a fúria dela.
-Ai, ai, mulher! – se encolheu ainda rindo. – Ele gosta de tatuagem tanto quanto eu e você!
-O garoto tem 16 anos e tá parecendo um gibi. – Ela suspirou passando as mãos entre os cabelos, enquanto o ex-marido se recuperava da crise de riso. – Sem falar na mentira, não é? – o encarou bem e ele suspirou fundo, sabendo que a mentira tinha sido a pior das coisas, principalmente na criação que eles tinham dado aos dois.
-Foi uma tatuagem. – O mais velho ressaltou, mas ainda mordia a boca meio receoso com a mentira e as possíveis proporções que ela poderia ter tomado. – E ele vai ser punido, . Eu posso não ter moral, mas você tem. – Ele deu um sorriso trincado e a mulher revirou os olhos saturada. Os dois findaram rindo. – O que você acha que nós devemos fazer? – arqueou a sobrancelha com o “nós” utilizado. – Você, mulher, você.
-Nada de Inglaterra. não vai. – A mulher foi curta e grossa, vendo o ex-marido arregalar os olhos na intenção de protestar e ela arqueou as sobrancelhas quase perguntando se ele ia mesmo entrar naquela briga, mesmo sabendo quem ganharia.
-Você venceu. – bufou chateado com a decisão.
-Nem eu vou, .
-Oi? – O homem virou de uma vez, completamente confuso com o que tinha escutado.
-Eu não vou deixar ele sozinho em casa, convenhamos, é arranjar problemas. Eu fui adolescente, você também foi. Você vai com a Leo e nós ficamos, está decidido. – A voz firme daquela família suspirou baixando os ombros e mordeu a boca, passando a mão na testa.
respirou fundo realmente analisando o que tinha acontecido e lembrou de dizer ter feito uma igual. Era a da foto! Claro que era!
-Deixa eu ver? – Ela pediu mordendo levemente a boca, e com os olhos maiores do que já eram.
-Ver o quê? – perguntou com uma careta confusa.
-A tatuagem, . – A mulher respondeu de maneira óbvia, o vendo abrir um sorriso safado, depois segurar na barra da camisa.
Ele iria ser malvado, claro que iria! E já tinha certa noção que sim, principalmente na situação de necessidade que os dois estavam e era certo, não passaria daquela noite. O homem puxou a camisa pra fora do corpo lentamente, fazendo questão de movimentar o máximo de músculos que conseguia. Ela respirou fundo e mordeu a boca, depois daria um troco bem dado nele.
-Não precisa ficar pelado na minha cozinha. – usou de deboche e o homem riu incrédulo com o que ela tinha dito. – Deixa eu ver. – Ela praticamente ordenou e soltou uma risada, restando a apenas virar de lado e levantar o braço.
A mulher mordeu levemente o lábio inferior, estando ciente de que aquele pequeno gesto tinha puxado completamente a atenção de e passou o polegar no contorno do desenho da garça, que era enorme como na foto, mas parecia mais bonita ao vivo, logo os outros dedos também haviam tomado caminho pela pele dele, fazendo o homem arrepiar e encolher a barriga como reflexo.
-É linda. – disse baixo, ainda concentrada na garça.
-É reconfortante que você tenha gostado, principalmente depois dessa briga toda. – Ele alfinetou rindo e a mulher abriu a boca em indignação, lhe dando um tapa no braço, mas findou rindo e dando de ombros. – ?
-Oi? – Ela fez uma mínima careta.
-Não vai passar a língua? – O homem perguntou sério, se referindo ao que ela tinha dito mais cedo e entrou em uma crise de riso forte pela pergunta idiota, fazendo entrar junto, depois abraça-la com força pela cintura tirando a mulher do chão.
-Idiota! – Ela disse ainda rindo e enfiou o rosto no pescoço dele, sentindo seus pés tocarem o chão novamente. – Vai falar com a tua filha, vai?
-O que tem de errado com o nariz dela? – O homem riu e beijou-a na bochecha.
-Nada! – rolou os olhos. – Coisa de adolescente reclamando do nariz, embora eu ache uma graça. – A mulher fez um bico.
-Igual a mãe. – Ele piscou e roubou um beijo.
-Igual a mim? Como igual a mim? – Ela colocou a mão no peito, se mostrando bem ofendida com a acusação.
-Igual. – O homem manteve a palavra, enquanto quase roçava os lábios aos dela de tão perto que estava. – Linda e fica de drama sem sentido. – rolou os olhos, mas sorriu com as bochechas meio coradas pelo elogio e abraçou pelo pescoço, enfiando os dedos entre os cabelos da nuca, ao mesmo tempo que iniciava uma série de beijinhos sugados que viraram um beijo mais intenso e urgente.
Ela riu o vendo meio perdido com os olhos fechados e a testa encostada na sua.
-Leonor com 14 anos reclamando do nariz e querendo uma tatuagem. Eu com 14 brincava de boneca. – A mulher declarou e o ex-marido riu baixo, ainda de olhos fechados e passando a ponta do nariz no dela.
-E quando você tinha 17, a gente tinha uma boneca viva. – roubou um beijo e já sabendo que levaria um tapa no ombro, se encolheu.
-Vai falar com a tua filha, vai? – A mulher apontou pra porta da cozinha e foi beijada mais uma vez, antes de ver dançar desajeitadamente enquanto andava pra sala de casa.
entrou na sala de TV da casa percebendo o aparelho ligado em qualquer programa de música, enquanto via os joelhos da filha detrás das costas do sofá. Ele passou a mão no rosto, pensando no que realmente poderia fazer para tentar conversar com a garota e andou até lá, se jogando no sofá, perto dos pés dela.
-Oi princesa! – Ele disse com um sorriso enorme e a garota pulou sentando no sofá ao vê-lo.
-Papai! – Ela o abraçou com força, ganhando um beijo na cabeça. – Você não disse se vinha hoje! – Leonor fez uma careta confusa, vendo o pai rir.
-Não consigo ficar muito tempo sem vocês. – Ele piscou, apertando a menina ainda mais no abraço e ela se aninhou no abraço do pai. – Len, o que aconteceu? – O homem perguntou preocupado e ouviu a filha suspirar. – Por que esse drama todo com o seu nariz?
-Ele é enorme, eu sou feia. – Ela fez uma careta, tentando ver o próprio nariz e viu tudo trocado. – E eu ainda uso aparelho, com aquela coisa horrorosa pra afastar os molares e estou fugindo dos óculos. É o fim do mundo. – A garota fechou os olhos com força, forçando o rosto contra o peito do pai, o ouvindo rir alto, uma gargalhada estridente. – Pai! – Leonor reclamou com manha na voz, querendo esconder o rosto.
-Primeiro! Você só usa o afastador pra dormir, sem drama, Drama Queen! Seus óculos são apenas para descanso e você mal usa. – O homem rolou os olhos e a garota riu. – E feia? De onde você tirou isso, garota? – Ele deu três beijos seguidos na cabeça dela, ouvindo Leonor prender a risada. – Você é linda, meu amor! Linda! – O homem sacudiu a cabeça, como se gritasse. – A garota mais linda desse mundo! Dizer que é feia? Está de brincadeira com a minha cara, Leonor Anne ? – Ele perguntou com uma falsa indignação, ouvindo a gargalhada estridente da filha, que era exatamente igual a dele, mas ainda sim fez uma careta.
-Meu nariz é um desastre. – A garota fez uma cara de choro exagerada.
-Não renegue meu nariz, Leonor Anne. – Os dois riram. – Posso te contar um segredo?
-Claro que pode, papa! – A garota disse com um sorriso bonito e consideravelmente curiosa com o tal segredo.
-A sua mãe também não gosta do nariz dela. – riu baixo, negando com um aceno de cabeça se mostrando bem incrédulo com o drama do nariz. – Drama Queen igual a você! Acha o nariz dela feio? – Ele perguntou rindo.
-Não! – A garota inclinou um pouco a cabeça de lado. riu e afirmou. – Eu queria ser bonita igual a ela, dad. – A garota enrugou o nariz em uma careta.
-Você é mais, Len. Você ainda consegue ser mais bonita que a sua mãe, eu não sei como isso é possível, até porque vocês são muito, muito parecidas. – Os dois riram baixo e beijou a testa da filha, sabendo que de uma forma ou de outra, havia confortado o coração da garota. – Querida, sua mãe me contou sobre a tatuagem.
-Que eu quero fazer? – Ela suspirou mais uma vez, porém frustrada com o não que tinha levado na cara.
-Sim, mas nisso eu concordo com ela, Leonor. – foi firme, a fazendo entender que nada mudaria a situação. – Você tem 14 anos, não vai fazer uma tatuagem. – Ele disse e ela fez um bico enorme. – Não adianta me olhar com essa cara, não adianta fazer bico, muito menos usar o exemplo do seu irmão. Ele mentiu e você sabe disso.
-Ele vai se encrencar, pai? – A garota enrugou o nariz mais uma vez, perguntando baixo, sabendo que de uma forma ou de outra, tinha acobertado as mentiras do irmão.
-Claro! Sua mãe está possessa com a atitude dele e não tiro a razão dela, pra que mentir? – Ele soltou meio esganiçado e a garota suspirou, afirmando. – Ninguém iria proibir nada quando os dois tivessem a idade certa pra isso. Eu e sua mãe temos inúmeras tatuagens no corpo, mas só começamos depois dos 25 anos. Você ainda é quase uma criança, Leonor. E por mais que eu não tenha tanta moral pra negar qualquer tatuagem, – o homem fez uma careta e os dois riram alto – a sua mãe sabe o que é certo e eu vou por ela.
A garota suspirou frustrada por saber que possivelmente ia acontecer e os dois ouviram a porta abrir, logo vendo o garoto entrar animado em casa.
-Hey Leo! Pai! – O rapaz disse sorridente e animado enquanto fechava a porta, mas perdeu totalmente as expressões ao ver a cara séria do homem pra ele.
sentiu o sangue fugir do rosto, ao mesmo tempo que seus olhos pareciam arregalar involuntariamente. Que droga ele tinha feito dessa vez e não lembrava? Quando o pai ficava sério daquele jeito tinha ferrado, ferrado de verdade. O garoto tomou fôlego e coragem pra abrir a boca, mas ao fazer isso viu a figura da mãe em pé na porta que dava pra sala de estar. estava com os braços cruzados e olhava fixamente pro garoto com aquela cara que fazia ele querer voltar pra barriga dela e não sair de lá nem tão cedo.
-Bonito pra sua cara, Eliot. – Foi tudo que ela disse pra que as pernas dele ficassem bambas. – Muito bonito. Mentindo pro seu pai, omitindo as coisas pra mim e agindo como se nada tivesse acontecido?
E como se fosse possível, o garoto arregalou ainda mais os olhos, olhou pra irmã no sofá e ela negou freneticamente sobre ter o dedurado para os pais.
-Mãe, eu… – Ele botou a mão no peito e continuou com a expressão impenetrável esperando que ele continuasse. – Eu-eu. – gaguejou mostrando o quão apavorado estava e a mulher apontou pro sofá da sala.
-Você mentiu e não vai sair impune da situação, Eliot. – A mulher suspirou bem irada com a situação e viu o garoto sentar no sofá, olhando do pai para ela e vice versa.
Leonor engoliu em seco, sabendo que de alguma forma a culpa também respingava sobre ela.
-Sinceramente, . – O homem suspirou decepcionado com o que tinha acontecido. – Mentir pra mim? Logo pra mim, moleque? A gente nunca te proibiu de fazer nada, na verdade nenhum dos dois e agora uma dessas… Como você quer que eu ou sua mãe continuemos confiando em você depois dessa? – O garoto apenas afirmou com um aceno, sabendo que estava inteiramente errado.
-Você não vai pra Inglaterra, . – começou ditando quais seriam os castigos que o garoto sofreria e involuntariamente os irmãos arregalaram os olhos. – Sem mesada pelo resto do mês, e sem o carro por duas semanas.
-Oi? Mas mãe! – O garoto soltou um grito esganiçado e mulher fechou ainda mais a cara.
-Sem mas, ! – Ela foi dura. – Você sabe o que fez de errado. – suspirou saturada. – E você, dona Leonor. – A mulher apontou pra filha vendo a garota ficar pálida. – Eu vou pensar se você merece ir nessa viagem, pensar. Sei muito bem da sua contribuição na mentira do seu irmão. – Ela terminou a bronca e viu os três em sua sala com os olhos arregalados, quando , o pai, parecia querer chorar com pena das duas crianças e Leonor estava com os olhos marejados pela notícia de que poderia não ir ver sua amada banda na turnê. – Boa noite pra vocês, eu vou deitar. Minha cabeça está capaz de explodir e eu não quero mais reclamações dentro dessa casa.
respirou fundo passando as mãos entre os cabelos e saiu da sala sem saber se tinha sido dura demais com os dois filhos ou não.
Ela olhou de uma vez pra porta da casa, soltando todo o ar de seus pulmões e antes que movimentasse a cadeira de rodas até lá pelo barulho de chave, viu o filho entrar todo amarrotado e com a roupa suja, ao que parecia ser de brincar no chão e ela esperava que realmente fosse isso. A mulher vincou as sobrancelhas ao ver a postura culpada do garoto e o viu fazer um bico gigante de choro, enquanto parecia nem prestar atenção direito de tanto respirar fundo.
-Alexander, venha cá! – A mulher o chamou de forma mais do que séria, o que geralmente não acontecia naquela casa e o garotinho caminhou até onde a mãe estava com uma cara de choro ainda pior, embora segurasse o choro com a desculpa de que meninos grandes não choravam. – Eu nem sei como começar, sinceramente. – suspirou incrédula e passou as mãos pelos cabelos ao ver o pingo de gente todo amarrotado a sua frente. – Brigar na escola, Alexander? De onde você tirou isso?
-Eu não ia deixar ele xingar a minha mãe! – Ele soltou esganiçado por prender tanto o choro e respirou fundo, passou a mão no rosto e olhou mais uma vez para o projeto de rapaz protetor a sua frente.
-Senta e me explica direitinho o que aconteceu. – A mulher apontou pro sofá claro e o garoto subiu ficando com as pernas penduradas.
-O Andrei é um chato e idiota! – Alex xingou o garoto fazendo seus pais arregalarem os olhos pelo vocabulário do garoto. – Ele é um burro!
-Alexander! – ralhou o repreendendo e o garoto bufou. – O Andrei é seu amigo, você não pode sair socando seus amigos!
-Ele não é mais meu amigo! – O garoto frisou com os braços cruzados e bem apertados contra o corpo.
-E por que não? – A voz da mulher saiu inteiramente esganiçada.
-Ele xingou você e eu não vou pedir desculpas e nem ser amigo de quem xinga a minha mãe! – O garoto vincou as sobrancelhas e a boca de se abriu em um perfeito O. – Você me ensinou que respeito é uma coisa importante, mas ele não tem respeito! Eu não vou ser mais amigo dele! – Alex voltou a firmar e o pai do menino respirou fundo.
-Alex… – A mulher o chamou baixo, com medo da resposta que receberia. – O que ele disse? – perguntou e viu o queixo do garotinho tremer.
-Ele disse que você tinha defeito! – E tão rápido quanto saiu a frase, o choro do garoto se exteriorizou forte e doído, deixando os pais de coração partido e se segurando forte pra não desabar na frente da criança. – Mas você não tem defeito! Você é a mamãe mais perfeita do mundo! É a minha mamãe e eu te amo muito, muito, muito eu não quero outra mamãe! – Alex disse desesperado pra que entendesse aquilo e a mulher só conseguia sentir as lágrimas descerem pelas bochechas com o pavor do filho. – Você não tem defeito! – Ele gritou enxugando o rosto vermelho e molhado a todo custo, mesmo que não desse jeito.
respirou fundo, sentindo o nó ficar ainda maior na garganta e passou as mãos pelos cabelos, andando de um lado pro outro na sala de casa. por sua vez abriu os braços para a criança na intenção de acalentá-la e passar todo conforto e segurança.
-Vem cá, meu amor. – Ela o chamou e em um piscar de olhos, Alex subiu no colo da mãe se agarrando a ela e chorando mais um pouco. – Tá tudo bem, filho, tudo bem, ok? A mamãe também te ama muito, muito, muito, muito! E eu quero que você se acalme, pode ser? – perguntou com a voz mansa e esmagou o garoto entre os braços, vendo um pouco ao longe, o marido apavorado e agoniado com a situação. Outro que precisaria de um abraço de urso depois daquilo.
-Não liga pro que ele disse, tá bom? – o menino levantou a cabeça encarando e recebeu um beijo cheio de amor na cabeça. – E eu vou bater nele quantas vezes ele desrespeitar você! Até ele aprender a ter respeito pela mãe dos outros! – Alexander assegurou mesmo sem saber a gravidade do que dizia e a mulher arregalou os olhos.
-Não, Alex! – Ela soltou apavorada, enquanto fazia carinho nos cabelos do filho que já estava com as bochechas vermelhas de tanto chorar. – Você não vai bater mais nele. – A mulher o beijou entre os cabelos e com a visão periférica viu o marido sentar no braço do sofá, chorando de forma mais contida. – Deixa a mamãe te explicar uma coisa? – pediu sentindo o peito apertar e viu Alex afirmar com um aceno, ainda grudado nela. – Amor, a culpa não foi do Andrei…
-Não defende ele! – O menino a cortou indignado com a defesa e sentiu as bochechas molharem de novo pelo choro. A mulher respirou fundo e enxugou o rosto dele com os polegares, depositando um beijo na testa da criança.
-Amor, me escuta, tá bom? Talvez ele nem quis dizer o que disse. Ele só ouviu alguém falando e repetiu. – Ela deu de ombros como se aquilo não fosse nada demais, mesmo que ainda fosse duro ouvir aquele tipo de coisa e mais duro ainda, ver o filho tão novo passar por aquilo. – Você fala muita coisa que eu e o papai dizemos, não fala? Foi exatamente isso, talvez o Andrei nem achou que você fosse ficar chateado.
-Eu falo! Mas eu não xingo a mãe dos outros! – A criança enraivada disse com firmeza e viu a mãe suspirar um pouco derrotada por não conseguir repreendê-lo.
-Eu sei que você nunca xingou a mãe de ninguém, Alex. – Ela continuou afagando os cabelos dele. – Mas porque a gente te ensinou que isso é feio. O Andrei não teve isso, querido. – A mulher disse calma querendo passar tranquilidade para aquele pingo de gente enraivado.
-Pai. Bate no pai dele! É culpa do pai do Andrei! – O menino pediu de forma suplicante, assustando mais uma vez os pais com sua postura.
-Não! O papai não vai bater no pai do Andrei! – A mulher soltou um grito esganiçado que serviria mais para o marido do que para o próprio filho, ela sabia que era louco o bastante pra arranjar confusão, principalmente quando estava bravo.
-A vontade tá bem grande! – O homem passou as mãos pelos cabelos, com a voz dura, completamente diferente do que ele costumava ser. Afinal ninguém mexia com sua família. – Eu juro como está!
–, colabora! – ralhou de forma séria e voltou a olhar pro filho. – Infelizmente você vai ouvir mais vezes as coisas que você ouviu hoje. Lembra que a mamãe não fica triste com isso e não quer que você fique também? – Ela perguntou e beijou a cabeça do garoto.
-Eu não quero mais ser amigo do Andrei, mamãe! – Alex disse indignado e a mulher afirmou com um aceno.
-Não precisa ser, Alex! Mas você precisa prometer pra mamãe que não vai mais bater em ninguém. Tudo bem? Você chega, conversa e diz que é errado. Bater nunca é a solução.
-Tudo bem, mamãe, eu não vou mais bater. – O garotinho garantiu e beijou-a na bochecha, sendo abraçado com força, muita força. – A May disse que você era legal! E você sabe que a May é legal, não sabe? Ela é minha melhor amiga agora! – Ele disse radiante com os olhos azuis mais brilhantes que poderiam existir e a mulher abriu um sorriso emocionado, o beijando na bochecha dessa vez. – Ela disse que você era incrivelmente legal porque andava com rodas, aí eu convidei ela pra brincar aqui em casa antes do Andrei ficar com ciúme e eu bater na cara dele.
-Sei! – A mulher sorriu lindamente passando a mão pelos cabelos dele. – A May é muito legal, é uma ótima melhor amiga! Te amo, pequeno príncipe!
-Te amo grande princesa! – O menino agarrou o pescoço da mãe em um abraçou e beijou-a com força na bochecha, mostrando que ia proteger ela o quanto pudesse.
-Mas agora, mocinho, vai pro banho. Você está todo amarrotado! – fez uma careta e o menino riu ato, a beijou mais uma vez na bochecha e pulou do colo da mãe, correndo para o quarto.
se apoiou nos joelhos, ainda estando sentado e viu a mulher lhe encarar de volta, só que dessa vez com um sorriso gigante e genuíno no rosto, um sorriso de quem tinha conseguido o que queria, conseguido passar a missão que pretendia.
-Desmancha essa cara. – Ela disse rindo e movimentou a cadeira pra mais perto de onde ele estava, depois cutucou a costela do marido. – Desmancha essa tromba, amor. – fez um bico e riu mesmo sem querer.
-Você ouviu o que o garoto disse? – O homem perguntou saturado e indignado. – Tudo culpa do idiota do pai! – ele bufou.
-Eu sei que sim. – A mulher soltou um suspiro exausto. – Provavelmente foi o pai dele que disse algo, mas paciência, já foi. – Ela deu de ombros mostrando que não era nada demais, que os três eram muito mais do que aquilo. – Não tem nada que a gente possa fazer, além de esquecer, claro. Nós temos uma vida pra tocar, um filho pra criar, um casamento pra manter, almoço pra fazer e ainda tenho consulta com minha estomaterapeuta hoje. – Os dois riram baixo e o homem puxou a mão dela dando um beijo casto no dorso.
-Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou curioso sobre a consulta. – Não vi nada de anormal.
-Nada aconteceu, mas você conhece e sabe que ela é paranoica. – riu e o marido riu junto concordando. – Mas eu adoro ser cuidada por essa família enorme.
-Eu te amo, grande princesa. – segurou o rosto da esposa entre as mãos com ternura e carinho, sorrindo do jeitinho só dele, um jeito que mostrava os dentes caninos.
-E eu te amo, grande príncipe. – A mulher sorriu grandemente encantada e sem esperar muito, beijou o marido que já estava mesmo perto dela.
-Você fez isso, Len? – O garotinho perguntou de olhos arregalados quando ouviu a prima falar da sua experiência com briga no colégio, depois soltou uma gargalhada, tapando a boca com as mãozinhas, o que fez a moça rir junto com ele.
-Fiz, mas meu pai brigou bastante. – A garota riu jogada na cama do primo em forma de skate, junto com o garotinho que estava com a cabeça no braço dela.
-O tio? – A careta desacreditada do moleque fez Leonor rir alto.
-Claro que sim! E eu também não queria ir pro colégio, sabe? Mas a gente tem que ir pro colégio aprender coisas novas, você está aprendendo a ler, e ler é uma das coisas mais legais do mundo. Sem falar que tem a May também, e se você não for, ela vai ficar preocupada.
-Você acha, Len? – Alex perguntou com uma careta e abraçou a prima com força, sendo esmagado de volta como um ursinho de pelúcia. – Mas eu não quero mais ver o Andrei. – O menino fez uma careta, enrugando o nariz. – E nem falar com ele.
-Não precisa falar com ele. – A mais nova dos deu de ombros fazendo o primo rir. – Mas como ele vai pedir desculpas se você não for pro colégio? Porque olha, ele deve ter levado umas boas brigadas.
-Sério? – A careta do menino ficou maior.
-Claro que é! E ele vai te pedir desculpas, você vai ver. – Leonor beijou a cabeça dele.
-Mas e se ele não pedir, Len? – Alex fez uma careta só de imaginar o quanto lhe incomodava o fato de o colega ser mal educado.
-Ele quem sai perdendo, porque ser seu amigo é uma das coisas mais legais do mundo, pequeno . – A menina piscou e o ouviu rir alto, já voltando ao seu estado de animação constante. – E você tem a May, ela é uma ótima melhor amiga. E eu, se você ainda quiser ser meu amigo, claro!
-Você é minha irmãzinha, Len! – O menino a abraçou com força, enchendo a prima de beijos no rosto, fazendo a menina rir e começar uma sessão de cócegas no seu xodozinho.
agarrou com firmeza a cintura dela e, em um movimento brusco, suspendeu a mulher sentando-a na larga bancada da cozinha sem muita delicadeza. Ele afastou alguns utensílios com o antebraço, ouvindo apenas os estalidos em contato com o chão e > o puxou pelos ombros para o meio de suas pernas, agarrando o tecido da camisa entre os dedos, sem dar muita escolha a , a não ser lhe beijar. A mulher sentiu seu corpo arrepiar por inteiro, ao perceber que as mãos dele procuravam algo debaixo do seu vestido e quase gemeu ao senti-las dispostas a tirar sua calcinha tão vagarosamente.
O cantor segurou nas laterais do tecido fino e com o rosto encostado lateralmente ao dela, foi puxando a peça vagarosamente, fazendo a questão de roçar as mãos nas coxas da mulher, sabendo que no reflexo, ela ia arrepiar inteira.
-Arranca logo! – > pediu quase agonizando com a lentidão dele e ouviu a risada sacana do ex-marido.
-Você tá muito apressadinha, anjo. – Ele chupou o lóbulo da orelha, como se quisesse mostrar o que estava disposto a fazer com a língua e ouviu a mulher gemer impaciente.
Enquanto já levava o tecido da calcinha minúscula de renda até os joelhos, sentiu a mão de > brincar por cima da camisa de mangas longas que usava, descendo na direção do cós da bermuda. Ela virou um pouco o rosto, vendo que o dele ainda continuava colado ao seu e lambeu uma boa extensão de pele do pescoço, ao mesmo tempo que acariciava o ex-marido por cima da bermuda, louca pra tirar o cinto dele. soltou uma risada trémula, quase como um ronronar de um gato e pressionou o próprio quadril contra a mão dela, ouvindo a mulher rir satisfeita. Ah, ele adorava aquela mão boba!
-Brinca, brinca comigo, que eu vou te pegar de jeito. – sussurrou gravemente no ouvido dela e findou logo em descer a calcinha pelas pernas, acompanhando o movimento com os olhos e o roçar das pontas dos dedos. Ele deu leves beijos no tornozelo dela, fazendo a mulher suspirar em agonia e riu baixo. Tirou a mínima peça de forma delicada e após despreza-la no chão, subiu arrastando o resquício de barba pelas pernas dela, fazendo a mulher suspirar e gemer em certa agonia. Assim que voltou a sua postura normal, o homem a puxou pelos joelhos, causando um choque entre a intimidade dos dois e fazendo > gemer quase sem fôlego. – Agora me responde, anjo. Me diz onde você quer. É em mim? – Ele roçou ainda mais o quadril dos dois, acabando por gemer junto com ela. – É na minha mão? Ou na minha boca? – O sussurro saiu grave bem ao pé do ouvido, fazendo a mulher tremer inteira.
A enfermeira segurou com força os cabelos da nuca dele, sem se preocupar se aquilo estava causando dores ao ex-marido ou não. Se ele queria provocar, que aguentasse as unhas dela enfiadas em seus cabelos e ombros, quem sabe até a bunda. Ela o fez praticamente enterrar o rosto em seu pescoço, ainda sentindo a mão perigosa e quente dele brincar entre suas coxas.
-Onde você mais gosta, meu amor! – Ela chupou o lóbulo da orelha do homem, o fazendo soltar uma gargalhada gostosa de ouvir que logo foi acompanhada de um aperto nas coxas.
-Estava com saudade da boca do papi? – Ele aproveitou a proximidade para abocanhar o pescoço dela, lambendo uma extensa porção de pele. Gesto que fez a mulher soltar um suspiro desesperado e apertar as coxas em volta dele.
-Não era só da boca não, papi. – Ela puxou a cabeça dele pra trás e mordeu o queixo do homem, o vendo esboçar um sorriso malicioso e inteiramente espontâneo. – Era de você todinho e do brinquedinho também. – > piscou e logo sentiu seu corpo ser agarrado com força, à medida que era beijada tão intensamente por ele, o agarrando ainda mais no reflexo daquele beijo urgente.
emaranhou a mão entre os cachos dela e puxou levemente a cabeça da mulher pra trás, começando a descer os beijos molhados e sugados pelo pescoço dela. O homem mordia levemente cada pedacinho de pele, sentindo ela se agarrar ainda mais ao corpo dele, que quando subiu a mão pelo abdome dela ouviu-a grunhir em contentamento e logo soltar um gemido, quando seu seio foi apertado por ele. O cantor deu um beijo casto entre os seios dela, no meio do decote e logo se afastou minimamente para puxar a camisa fora do corpo e ser ajudado naquilo. Sendo a vez de > se mexer pra tirar a roupa, ela sentiu as mãos dele agarrar a barra do seu vestido e prontamente lhe deu um tapa em repreensão.
-Eu tiro! – A resposta saiu firme, acompanhada de um sorriso sacana.
-Ela vai maltratar. Aguenta coração. – O homem soltou uma risada meio desesperada. Imediatamente > travou as pernas ao redor dele e puxou o homem com força pra bem perto dela.
A enfermeira puxou o tecido do vestido vagarosamente, vendo que ele acompanhava cada movimento que a roupa mole fazia, com um brilho no olhar de quem estava louco pra saber o que tinha por baixo, mesmo sabendo exatamente o que aquele vestido cobria. Logo o abdome foi sendo descoberto e mais rápido ainda o busto apareceu o fazendo suspirar, ainda se segurando na bancada da cozinha. > jogou o vestido em qualquer lugar do cômodo, puxando pelo pescoço para um beijo intenso e quente.
Ele gemeu ao sentir o corpo quente dela por completo em suas mãos e seguiu descendo os beijos sugados pelo pescoço da ex-esposa, não se demorando muito por lá e louco pra chegar logo aos seios, que já recebia a devida atenção das suas mãos. O cantor começou dando beijos sugados, enquanto segurava a cintura dela com firmeza, sentindo seus cabelos serem segurados com força, à medida que ele lambia e mordia cada pedacinho dos seios fartos de >, ouvindo-a gemer em contentamento pelas carícias. O homem mordeu uma última vez, puxando tortuosamente um dos mamilos entre os dentes e a ouviu gemer em alto e bom som, sabendo que tinha agradado.
Ele, então, foi descendo os beijos pelo abdome dela, enquanto reclinava de leve a mulher em cima da bancada. contornou a primeira flor que aparecia quase na linha da cintura, na lateral esquerda do corpo dela, sentindo-a arrepiar e apertar ainda mais as pernas em sua volta, procurando sanar um pouco do desespero que se instalava crescente entre as pernas. As mordidas e lambidas continuaram descendo até metade da coxa, onde a tatuagem findava, que acompanhado ao roçar da pequena barba dele, estava deixando-a mais excitada ainda. migrou os beijos sugados para a parte interna da coxa dela e ouviu a mulher suspirar em antecipação.
> sem qualquer demora, enfiou ainda mais os dedos entre os cabelos dele, como se o incentivasse a continuar com aquilo, sentindo uma risada sacana vibrar contra sua coxa, bem pertinho da virilha, a fazendo quase revirar os olhos. Logo os joelhos da mulher estavam bem postos aos ombros do ex-marido. Enquanto ela sentia beijinhos e pequenas mordidas, assim como o vestígio de barba presente no rosto dele, chegar cada vez mais perto de onde ela sempre quis que ele chegasse.
-O que eu faço, anjo? – A vibração dos lábios dele contra ela foi mais intensa do que o tom de voz e no reflexo, a mulher apertou as coxas contra as bochechas dele. Gesto que fez rir alto.
-Cala a boca e faça logo, ! – Ela ordenou já sem paciência pra tanta provocação e quase perdeu o fôlego, ao sentir a língua quente dele em contato com o que realmente interessava naquele corpo.
O gemido saiu sem qualquer pudor quando ela sentiu que ele beijava tão lentamente toda a extensão de pele que fazia parte da sua área íntima. Os beijos, combinados a mordiscadas e lambidas, causavam na mulher as reações mais despudoradas e espontâneas quando ela se concentrava em quase arrancar os cabelos dele e xingar o marido de forma desconexa. Sabendo que a cada sugada que ele dava, só a fazia chegar ainda mais perto do tão sonhado orgasmo. Os movimentos habilidosos e tortuosos em volta do maior ponto de prazer dela, só se intensificaram quando lhe penetrou dois dedos, a ouvindo soltar um grito esganiçado ao chama-lo pelo apelido carinhoso.
O homem continuou com os movimentos, feliz em saber que estava fazendo a mulher feliz. Ela o chamou pelo nome mais uma vez, a ponto de perder o fôlego, sabendo exatamente o que estava chegando e no reflexo puxou com mais força os cabelos dele, assim que sentiu o beijo sugado ser com mais intensidade do que já tinha acontecido, soltando um gemido cansado, contente e satisfeito ao chegar ao seu ápice. Ela suspirou com força, tentando voltar ao seu estado de sanidade, mas completamente feliz pelo que tinha acabado de acontecer.
> passou as mãos pelos cabelos cacheados e abriu os olhos, vendo com o sorriso sacana, enquanto lambia os próprios lábios. Ele alargou ainda mais o sorriso, com os braços esticados e escorados na bancada e deu um beijo casto no pescoço dela.
-Anjo? – O chamado saiu manhoso por parte dele, fazendo a mulher suspirar. – Me ajuda agora a sair dessa situação deplorável. – O pedido meio desesperado se fez presente, quando o cantor sentia além dos beijos em seu pescoço, que ela tinha começado a dar, o volume rígido no meio de suas pernas, reclamar.
-É só você me dizer como quer que eu faça isso. – Ela mordeu a boca, prendendo um sorriso sacana e ouviu o homem suspirar ansioso pelo que estava por vir.
-Dentro de você, anjo. Eu não aguento mais esperar. – Depois do tão simples desejo, logo ela desfivelou o cinto que ele usava, vagarosamente, podendo ser classificada aquela ação como fetiche, enquanto via o homem sorrir atento ao que ela fazia. Ah, eles iam fazer um estrago e como iam.
A bermuda e a cueca que ele usava, tomaram o mesmo rumo, se juntando as outras roupas que estavam no chão. tirou os pés da roupa, assim que as duas chegaram aos seus tornozelos e puxou a mulher pela cintura pra perto do seu corpo, a ajudando na melhor posição para que os dois pudessem fazer aquilo com efetividade. O cantor passou um dos braços pelas costas dela, segurando a mulher como se fosse um encosto e beijou de leve a clavícula dela. > se apoiou nos ombros dele, segurando-se bem e respirou fundo ao sentir a boca dele descendo mais uma vez por seu busto, assim como a ereção dele roçar em si.
-Pronta? – Ele perguntou localizando a parede mais próxima, ouvindo um suspiro sofrido.
-Pronta! Enterra com tudo, amor. Vai, enterra com força. – > pediu, percebendo seu estado de sanidade ir pelo ralo quando sentiu o pênis dele roçar levemente em sua entrada mais uma vez.
Em resposta, a encostou bem na parede e com uma das mãos apoiadas lá, ele estocou com força, enterrando tudo quase de uma vez só. Em um movimento que a fez gemer em alto e bom som. > se segurou nos ombros dele e dando impulso com uma das mãos bem espalmada na bancada de mármore, puxou o corpo pra cima, ajudando o marido nos movimentos de vai e vem, enquanto ele segurava com força a cintura dela. se segurou ainda mais onde estava se apoiando e tentando controlar sua respiração claramente descompassada, aumentou o ritmo das estocadas, as tornando mais fundas e firmes, ao mesmo tempo que gemia junto com a mulher, sentindo aquela sensação tão gostosa que era estar dentro dela.
-Rebola essa bunda, vai >. – Ele pediu em um tom sofrido de súplica, ainda a encarando e vendo a mulher de olhos fechados e mordendo a boca, enquanto lhe ajudava nos impulsos e parecia pular em seu colo. – Abre o olho, anjo. Abre o olho e rebola essa bunda gostosa pra mim… – Ele mal terminou de falar e sentiu o corpo dela contrair todinho em volta dele, o fazendo gemer grotescamente.
> abriu os olhos ainda respirando entrecortado pelos movimentos rápidos e fez o que o marido pedia. Rebolando contra o quadril dele, gesto que fez os dois gemerem em sincronismo, quase ultrapassando o sistema de som da casa. percebendo que dali a pouco não aguentaria mais segurar, levantou um pouco mais a coxa direita da mulher e segurando a perna dela quase rente ao peito pra ajudar nas estocadas mais profundas, passou a se movimentar com mais rapidez a ouvindo gemer desesperada no ritmo do movimento.
-Vai, . Só mais um pouquinho, vai! – Ela segurou os cabelos dele como se aquilo fosse a garantia de que ele não pararia ate que ela tivesse chegado ao seu orgasmo.
-Vai anjo, assim. Goza de novo comigo, geme daquele jeitinho que me deixa louco, vai. – Ele pediu rente ao ouvido dela, já quase sem fôlego pelo esforço que fazia e sentiu ela se agarrar ainda mais a seu corpo. E se o homem a conhecia bem, sabia que ela chegaria ao seu ápice em questão de segundos. estocou uma última vez antes de ouvir a mulher gemer e quase desfalecer em seus braços, enquanto ela sentia seu corpo explodir em uma onda intensa de prazer, que desencadeou para que o orgasmo dele acontecesse logo após umas poucas estocadas a mais e o homem gemesse chamando o nome dela.
-Oh God. – A mulher suspirou escorada na parede, sentindo seu corpo ainda quente, relaxar.
riu sem forças, com o rosto escorado entre os seios dela e sentiu a mão da ex-mulher fazer um carinho gostoso em seus cabelos. Ele levantou a cabeça e com ajuda dos braços se esticou a beijando-a de leve.
-Te amo! – > beijou o nariz dele, vendo o homem sorrir imensamente encantado. – E, puta merda, que sexo gostoso! – Ela respirou fundo e o viu gargalhar, rindo junto com ele.
-Também te amo, anjo. – Ele sorriu grandemente, mostrando quase todos os dentes claros. – Isso que é sexo! Não é qualquer trepadazinha por aí não. – Os dois riram e ela segurou o rosto suado dele com as duas mãos, vendo as bochechas do homem bem vermelhas.
-Suas bochechas ainda ficam vermelhas! – > riu passando os polegares e ganhou um beijo casto na palma da mão.
-Algumas coisas nunca mudam. – deu de ombros. – Tipo seu nariz enrugado. – Ele piscou e viu a mulher rir alto e abraçá-lo com força, sendo abraçada de volta na mesma intensidade e colocada no chão.
-Você pode, por favor, abrir o vinho agora? – > perguntou rindo levemente e o viu rolar os olhos no mais puro teatro.
-Abro o que você quiser, agora. – Ele piscou e logo se dirigiu para o suporte em que estava o saca-rolhas. – Só olha se eu não quebrei as taças, quando joguei tudo no chão.
A enfermeira riu e se segurou na bancada, pendendo de leve o corpo pro lado, vendo inúmeros utensílios no chão, inclusive as duas taças estraçalhadas.
-Você quebrou minhas taças preferidas, safado! – > ralhou como se o repreendesse e saiu de lá, antes que machucasse os pés com os cacos de vidro no chão.
-Eu acabei de transar com minha mulher, o melhor sexo em cinco anos. Eu estava pouco me fodendo pra o que tinha em cima da bancada. – Ele foi direto e finalmente conseguiu tirar a rolha da garrafa, ouvindo um gritinho animado da mulher pelo tão sonhado vinho ter sido aberta. Os dois riram. – Pega as taças?
-Claro! – A enfermeira sorriu largamente e após dar um beijinho casto no marido, abriu o armário da cozinha, pegando mais duas taças. encheu as duas taças, enquanto abraçava a mulher de lado, sentindo o corpo dela encostado ao seu e > com a cabeça encostada em seu ombro.
-Senti tanta saudade do seu corpo assim, anjo. – O homem revelou baixinho, beijando a cabeça dela e a mulher abriu um sorriso gigante, movimentando a cabeça e o beijando levemente. – Sabe de uma coisa? – A pergunta saiu quando os dois deram um gole generoso no vinho, sentindo o saber se alastrar pelo paladar.
-O quê? – ela afagou as costas dele, ouvindo quase o homem ronronar, esfregando o nariz na bochecha dela.
-Eu sempre tive vontade de ficar pelado com você dentro de casa. – O homem falou com uma seriedade gigante e ouviu a gargalhada da esposa. – É sério! E eu já ouvi tanto os meninos falando certas coisas que eu tinha vontade de fazer e nunca dava. Que inicio de casamento era a melhor coisa e a única experiência que eu tinha era de duas crianças chorando na madrugada! – Os dois riram alto e ela escondeu o rosto no ombro dele, compartilhando do sentimento.
-Quer dançar comigo, Mr.? – A pergunta de > saiu audaciosa, fazendo ele esboçar um dos sorrisos mais gigantes.
-Pelado? – A risada saiu animada.
-Mas é claro! Vamos matar sua vontade de ficar pelado comigo dentro de casa. – > agarrou a taça de vidro em cima da mesa e puxou o corpo dele, colando de frente ao seu.
abriu um sorriso imenso e a abraçou com força, mantendo uma das mãos a segurando pelas costas. Ele escondeu o rosto no pescoço dela, sentindo um carinho gostoso na nuca, enquanto os dois se balançavam no meio da cozinha, ao som de uma música lenta que tocava em uma playlist aleatória. Mas que logo foi trocada por um som altamente conhecido, sensual e envolvente, que fez o homem descer a mão pelas costas da esposa, colando ainda mais o corpo dos dois.
piscou ainda incrédulo com a pergunta que tinha acabado de ouvir. O homem respirou fundo, sentindo a vista desfocar com a pergunta. Mesmo que ele fosse bem aberto com o filho e conversasse sobre tudo que precisava ser conversado, era totalmente diferente quando o pai era o foco da conversa. Já não bastava o moleque estar empatando suas noites de sexo com a esposa, mais do que quando era um bebê. Ele ainda perguntava se tinha rolado? Era muita audácia.
-O que é isso, Eliot? – O pai esganiçou a única frase que conseguiu formular no momento, ainda vendo o garoto com os olhos grandes e curiosos.
-Uma pergunta. – O rapaz respondeu de forma inocente e ainda confuso com o ataque do pai. Não era mais fácil dizer sim ou não?
-Que pergunta, moleque! – Ele tentou desviar, soltando uma risada morta. pai, ainda sem olhar pro rapaz, chamou o cachorro na intenção de desviar do assunto e logo sentiu uma lambida em sua mão. – Tudo certo, amigão? – O homem reclamou rindo, brincando com o Golden Retriever de 10 anos.
O cachorro estava naquela família há tanto tempo, que era tratado como um filho, principalmente quando tinha crescido junto com os meninos e só não dentro de casa pelas alergias de .
-Você tá dormindo aqui na última semana. – O rapaz se escorou ainda mais na borda pra brincar com o bicho de estimação. Ainda insistindo na pergunta e não dando importância as desviadas do pai. sabia bem que o mais velho ouvia com atenção qualquer coisa que ele dissesse, mesmo que não parecesse. – Mas nada se compara com ontem, pai. Vocês estavam num grude só e hoje de manhã, então? Você sabe que eu sei o que isso quer dizer.
O homem suspirou e coçou a nuca.
-Quer dizer que eu amo sua mãe. – Ele abriu um sorriso liso demais e o garoto riu alto. Mas negou com um aceno de cabeça.
-Papai? – A pergunta saiu como se o menino tivesse cinco anos de idade e já esperou a merda que ia sair da boca dele. Eliot era conhecido pelo seu alto poder e constranger qualquer um e ainda parecer uma criança ranhenta.
-Hm. – O pai desviou a atenção pra ele, ainda brincando com o cachorro.
-Tem um chupão enorme no seu pescoço. – A carinha de anjo era o contraste perfeito para a informação que tinha saído de sua boca. O que fez pai tampar de uma vez o hematoma, sentindo o sangue fugir do rosto. O que droga tinha feito noite passada?
-Porra, anjo. – O homem resmungou de forma quase inaudível, baixo ao ponto de parecer um resmungo de dor. – Você não deveria nem saber o que é um chupão, ! – O Mr. ralhou de forma séria, ainda na intenção de desviar do assunto e viu o Hulk ir brincar com Leonor do outro lado da piscina. O mais novo arqueou a sobrancelha bem desacreditado da conversa do pai. Ninguém era criança ali.
-Jura, pai?
-Juro. – A voz saiu firme. Porém mais amedrontada do que qualquer outra coisa.
-Eu não deveria saber o que era um chupão? Até Leonor sabe. – O garoto rolou levemente os olhos e mais uma vez, viu o pai empalidecer como se estivesse prestes a vomitar.
-O QUÊ? – O grito fino saiu rasgando a garganta do cantor e o homem precisou pigarrear. – A LEONOR?
Não, não! Não era possível, Len era apenas a sua menininha!
-Você acha mesmo que Leonor é menos esclarecida que eu? – O rapaz soltou uma risada anasalada, ainda vendo o desespero do pai e suspendeu o corpo na borda da piscina, sentando por lá. – No fim do ano passado, a maman colocou nós dois sentadinhos no sofá do escritório e destrinchou o assunto sem qualquer vestígio de vergonha. – filho movimentou as mãos, mostrando que estava saturado só em lembrar o teor da conversa e viu o pai piscar atordoado.
-A mãe de vocês é louca! – Ele sacudiu a cabeça, tentando esquecer do que tinha acabado de saber, ouvindo o filho mais velho gargalhar. Embora tivesse consciência que era a melhor maneira de explicar certas coisas aos filhos. – Não fala que eu disse isso, mas é! – O homem apontou e riu junto.
-E mesmo assim você a ama. – O moleque abriu um sorriso meigo, embora soubesse que aquilo não ia demorar muito tempo.
-Amo mais por esse motivo. – O homem sorriu encantado.
-Aposto que foi ela quem te explicou muita coisa. – O deboche na voz do garoto fez o homem estreitar os olhos e lhe dar um tapa ardido na perna, fazendo o rapaz se encolher e rir com a mesma cara de pau do pai. – Ai! Sem bater!
-Então para de falar bobagem! – riu baixo e sacudiu de leve a cabeça, desviando a atenção dos olhos para o quintal enorme.
-Não é bobagem! – O rapaz falou com um timbre diferente. – Ela é mais aberta para falar de muita coisa. – Ele mordeu a boca e ouviu uma risada morta do pai.
-Eu só não gosto desse assunto com vocês… – O homem fez uma careta. – Deixo pra .
-Ela passa do limite, às vezes! – filho soltou uma gargalhada estrondosa, o pai riu do mesmo jeito. era louca! – Mas você não respondeu minha pergunta! – Mais um sorriso meigo tinha surgido no rosto do rapaz.
-E nem vou responder! – O homem abriu exatamente o mesmo sorriso. Um sorriso cara de pau e meigo ao mesmo tempo, uma coisa que só aqueles dois conseguiam.
-E no que isso vai dar? – Uma das perguntas mais temidas por ele, foi proferida.
-Olha, , eu não sei. Mas eu espero que resulte no que eu e você queremos. – Ele bagunçou o cabelo do filho, ganhando um sorriso compreensivo em resposta.
O homem se escorou um pouco mais nos braços e sorriu encantado ao ver a filha indo na direção dos dois, enquanto brincava com o Hulk.
-Do que vocês estão falando? – A garota riu com as lambidas do cachorro e sentou ao lado do pai na borda da piscina.
-Basquete! – A palavra escapou de uma vez da boca do mais velho, fazendo o garoto quase juntar a sobrancelha ao cabelo de tanto arqueá-la. Sério que ele iria esconder toda a conversa e o teor dela pra Leonor?
-Dessa marca horrorosa no pescoço dele! – O filho esganiçou meio indignado e ganhou um olhar fuzilante, seguido de um tapa na cabeça. – AI! – O grito saiu acompanhado de uma risada estrondosa.
-Que marca? – A garota fez uma careta tentando enxergar e arregalou os olhos ao ver o chupão, deixando o homem pálido, porém com as bochechas rubras de tanta vergonha. Que merda! Era só o que faltava. – Pai! Que coisa feia! – A menina tentou um tom de repreensão que o estava deixando ainda mais constrangido.
-Leonor! – pai tentou ralhar, sentindo as bochechas esquentarem e tapou, mais uma vez, a mancha roxa com a mão. Ele iria dar o troco em Ah se ia!
-Eu vou falar com a mamãe, porque é sem condições! – a garota fingiu estar saturada e decepcionada. – Que negócio mais feio, Sr. ! – Leonor abriu o berreiro a rir junto com o irmão, assim que os dois viram o bico emburrado do pai. Piorando pra um apavorado quando o homem viu a moça levantar, insinuando ir na direção da cozinha.
-Você vai falar com ninguém, Leonor! Volta aqui! – O homem pendeu o corpo pro lado, tentando segurar a garota pela mão, mas só conseguiu se escorar nos próprios braços, ouvindo-a rir alto.
-OH DONA , VEM CÁ! – A garota gritou, vendo o pai quase perder os olhos da cara.
-LEN? – O gritou só fez o mais velho arregalar os olhos.
-Eu disse! Eu disse, pai! – O rapaz riu alto, se esquivando de qualquer pedala que atingisse sua cabeça.
Não era possível que aqueles dois demônios estavam tirando com a cara do pai. E o respeito, onde estava?
-Vocês não têm nada melhor pra fazer não? – O pai bufou como se não passasse dos 13 anos de idade e ouviu os dois tentarem prender a risada. E por fim o suspiro frustrado, chegando a ser até curioso por parte dos filhos.
-Você voltou de vez? – Leonor saltou com a primeira pergunta, primeira de uma série, na qual não saberia responder. Ele respirou fundo e sem olhar pra garota, mexeu os pés na água, pedindo a todos os anjos que a garota entendesse o recado.
-É que eu não sei, Len. – A frase saiu uma das mais sinceras possíveis. – Eu espero muito que aconteça!
-Ok, paciência! – A moça levantou as mãos em rendição, como se repreendesse os dois pais lentos, por aquilo. – Vocês estão fazendo tudo errado! – A mais nova ralhou como se fosse super entendida no quesito relacionamento e o pai suspirou impaciente.
-Leonor… – O homem esfregou o rosto com uma das mãos. Já estava cheio do mesmo assunto, principalmente quando a única resposta plausível para os dois filhos era “eu não sei”. – Vai dar certo! Eu prometo pra vocês. Isso é tudo que eu posso dar certeza por agora, tudo bem? – beijou a cabeça dos dois e os viu sorrirem satisfeitos. Ao menos aquilo ele tinha conseguido um entendimento.
-Esperamos o anúncio oficial! – A moça piscou como se o encorajasse. – Tipo Line Up. – Os três gargalharam.
-Eu espero que seja com um irmão! – O Jr. deu uma esganiçada que fez o pai gargalhar contente.
-Convençam a mãe de vocês, eu topo na hora! – O sorriso meigo e abusado se fez presente mais uma vez, quase fechando os olhos com as bochechas tão enormes.
Aquela realmente era uma ótima ideia. grávida de novo? Mais um bebê pra cuidar? Que os anjos dissessem amém! Era uma forma de voltar pra casa com chave de ouro. Eles já tinham transado mesmo e continuariam transando, fazer o bebê era o de menos.
-Claro que topa. O chupão no seu pescoço não tá dizendo muito o contrário! – A garota trouxe novamente o assunto à tona, ouvindo o irmão gritar rindo e vendo o pai abrir a boca bem indignado.
-Criança, você não me deixa escolha! – E dito isso, deu um leve tapa na cabeça da filha. Bem leve só pra fazê-la rir alto. Era perdido, ele não tinha qualquer voz com Leonor. – Mas quem sabe? Vai que vocês sobem de nível no patamar da fraternidade. – O homem deu de ombros rindo e ouviu a risada dos dois.
negou de leve com a cabeça e se escorou ainda mais nos cotovelos. Ah como era gostoso sentir o sol batendo no corpo, o vento fresco, a água gelada na piscina, uma lambida do cachorro nas costas…
-HULK! – O grito tentou parecer indignado, mas ele só conseguia rir das risadas dos filhos e bagunçar o pelo do cachorro.
-Sentem no colo do papai pra mamãe tirar uma foto! – A voz de ressoou no quintal, enquanto ela estava encantada com o jeito que brincava com os filhos. Aquela sim era a melhor coisa de tê-lo de volta. – Igual aquela do primeiro fim de semana na piscina! – A voz da mulher estava mais do que eufórica.
-Vamos! Vocês ouviram a mamãe, sorriam para a foto! – O homem abraçou os dois filhos de lado, sabendo que não tinha como colocá-los no colo outra vez, ou passaria duas semanas travado.
abriu um sorriso imenso ao tirar uma foto tão linda e acenou pra que eles saíssem da pose. beijou a cabeça dos filhos. Primeiro o primogênito que carregava seu nome, depois a princesinha que mais tarde lhe deixaria com os cabelos mais brancos.
-Posta a foto, anjo! – O homem pediu com um sorriso imenso, vendo o casal de filhos se dispersarem pela piscina.
-Claro! – sorriu enquanto postava a foto em sua conta no instagram. – Querido, liguei para os meninos. Chamei pra virem almoçar por aqui hoje.
-Oh coisa boa! Eu adoro o movimento! – O cantor disse feliz e escorou nos cotovelos, ainda sentado na borda da piscina.
-Que horas eles chegam? – O filho perguntou ao emergir na piscina e jogou água na irmã.
-Para com isso! – Leonor riu alto, revidando a gracinha. – Quem vem, mamãe?
-Acho que só não o Chuck, meu bem. Ele voltou pra Los Angeles semana passada. – A enfermeira explicou e os dois filhos afirmaram. – Postei, amor. – Ela avisou ao marido sobre a foto que tinha ficado tão linda.
-Dad, a gente pode abrir o Instagram? – O moleque perguntou interessado, voltando a um assunto no qual ele já tinha resposta.
Aquela era uma das únicas coisas que tinha voz com aqueles dois. A privacidade da família, mesmo que pouca, era algo que o homem tentava preservar ao máximo, junto da esposa e sempre tinha sido daquele jeito. Por mais que e Leonor tivessem crescido praticamente junto com a banda e os próprios integrantes dela, os adolescentes não eram tão expostos como o pai ou o London. Era uma escolha de cada família e a dos foi aquela.
–, eu acho melhor você continuar com ele privado. – O mais velho se posicionou no assunto.
-Por que dada? – A outra que adorava as redes sociais, perguntou fazendo careta.
-Porque eu não quero expor vocês, princesa. Essa é uma forma de proteção. – Ele suspirou um tanto frustrado. – E vocês dois sabem como exposição demais é complicado. Eu tenho quase 40 anos e não consigo relevar certas coisas, eu não quero vocês metidos nisso. Então eu prefiro manter assim. Com as contas privadas eu tenho controle do que esta acontecendo. Tudo bem? – Ele sorriu fechado e o casal de filhos olhou pra .
-Isso não é comigo. O pai de vocês quem manda. – Ela levantou as mãos em rendição. – E eu concordo com ele, nada de conta aberta. É mais fácil ter acesso ao que chega a vocês. – Ela piscou e ganhou um sorriso imenso e grato do marido.
-Não vai entrar, anjo? – Ele apontou pra piscina com o queixo, desviando completamente do assunto privacidade antes que os meninos voltassem a insistir. – Água está ótima!
olhou pra piscina, depois para o marido e realmente considerando a possibilidade de entrar ali, a mulher desabotoou o short jeans. Que mesmo sem ter a intenção, prendeu a atenção do cantor de uma forma fora do comum. Não era como se ele não tivesse presenciado aquela cena inúmeras vezes nos últimos 20 anos, mas depois de tanto tempo longe e das aventuras da noite passada, considerar ver a enfermeira se despindo, mesmo que fosse ficar de biquíni, era algo que ele não iria perder. mordeu a boca discretamente, vendo a esposa rir com os filhos como se eles ainda fossem crianças pequenas. Já não bastava ser um mulherão, ainda tinha que ser uma mãezona.
O homem se escorou um pouco mais aos cotovelos, aproveitando o show inconsciente e prendeu um suspiro ao ver o biquíni bordô que contrastava lindamente com a pele dela. O jeans curto mal chegou aos joelhos e ela precisou vesti-lo novamente pelo toque da campainha, deixando o homem frustrado com as visitas. Quem em sã consciência aparecia uma hora daquela? Eles não podiam esperar ela tirar o short todo e aí aparecer?
-Chegaram! – O gritinho da mulher saiu eufórico e assim que ela abotoou o short mais uma vez, escorregou dentro da piscina como se estivesse derretendo em frustração, ouvindo uma gargalhada estrondosa do primogênito. Que droga, o pivete tinha percebido.
Os amigos foram levados ao quintal, onde toda a magia daquele dia aconteceria. O Deck já estava pronto como se esperasse ansiosamente para recebê-los depois de uns bons meses, aquela era a primeira vez que os davam uma festinha depois da desastrosa separação. Os domingos tinham ficado completos novamente, era como se, finalmente, uma peça tivesse se encaixado dentro daquele ano que não tinha começado dos melhores. acomodou seus convidados que já eram da família, pelo enorme alpendre que contornava o Deck, enquanto cumprimentava os amigos, deixando-os confortáveis entre o casal, como há tempos não acontecia.
olhou bem da irmã pro cunhado e o contrário também era válido, estranhando todo aquele amorzinho gratuito. Será que tinha acontecido algo a mais do que alguns amassos? Ali tinha coisa. Ela abraçou o homem e logo depois cumprimentou os sobrinhos, vendo os dois bem radiantes. Era maravilhoso ver duas crianças tão genuinamente felizes pela boa convivência dos pais. Era sinal que sim, as coisas estavam andando e nada a deixava mais feliz.
Os donos da casa repetiram os cumprimentos a , Jeff e Michelle, assim como as duas meninas do casal e ao pequeno boxeador mais amado daquela família. Alex era o tipo de criança que ganhava o coração de qualquer pessoa, era simpático, meigo e muito carismático, algo que deixava boba sempre que tinha contato com o menininho. As crianças foram se direcionando pelo quintal, procurando com o que brincar ou se divertir, dividindo-se entre a piscina e a rampa no fim do quintal, deferentemente de Alex que estava preso aos braços da madrinha.
-Eu estava com saudade de você, dinda. – O rapazinho beijou-a na bochecha, fazendo babar com tamanha demonstração de carinho.
-Sério? Saudade de mim? – A mulher perguntou com um sorriso imenso e viu o menino de cinco anos afirmar com a cabeça. – Eu também estava, você não veio mais me visitar. – Ela fez um bico fingido o fazendo rir.
-Mas eu moro aí do lado. – Alexander apontou rindo e ganhou um beijo de surpresa na bochecha. – Amanhã eu venho te ver de novo, tia. Prometo! – A criança fechou os olhinhos pra dar ênfase, deixando-a derretida com tanto amor.
-Você deveria era vir morar comigo! – Ela declarou apertando o menino no abraço e o ouvir rir de forma espontânea.
-E deixar minha mamãe e meu papai, sozinhos? Claro que não, tia. – Ele fez uma careta esquisita que arrancou uma risada encantada dela.
Era incrível a forma que era apegada a Alex. Talvez fosse pelos tempos difíceis logo após o acidente de , quando a mais nova cuidou do garotinho durante uns bons meses, ou pela forma que as duas famílias criavam os filhos. Mas a enfermeira se sentia como uma segunda mãe para o sobrinho, assim como tinha certeza que a irmã, também se sentia mãe dos seus. Além de que, lá no fundo, Alex despertava nela uma maternidade adormecida e que vagarosamente vinha querendo tomar espaço nos últimos meses.
-E aí, campão. Tudo certo? – chegou interrompendo a bolha em que os dois estavam, encantado com o jeito que a sua mulher tinha com a criança. Mais do que nunca, ele queria mais um filho.
-Oi dindo! – Alex acenou animado e completou o high five suspenso.
-Ele disse que estava com saudade de mim. – disse brilhando tanto quanto o sol aquele dia.
-Sei como é o sentimento, Alex. – O homem riu e bagunçou o cabelo do sobrinho, beijando a bochecha da esposa e ouvindo uma risada estrondosa de volta.
-Você mora aqui né, tio? – O garoto fez uma pergunta retórica como se duvidasse da saudade de e os três findaram por rir, quando o casal beijou a bochecha do loirinho ao mesmo tempo. Um de cada lado, fazendo o molequinho ficar com um biquinho de peixe. – Deixa eu ir pra rampa! – Ele pediu com a voz engraçada pelo bico e o casal riu.
-Só não esquece o capacete e a joelheira, beleza? – pegou o afilhado do colo de e colocou o garotinho no chão, fechando a promessa com um soquinho com a criança.
-Beleza! – O gritinho da criança saiu firme e logo Alex correu para onde os pais estavam, na intenção de se aparatar todo e ir brincar na rampa com Leonor e Maya.
riu encantado com o filho dos e bagunçou os cabelos úmidos, ele suspirou ao lembrar de quando seus meninos eram daquele tamanho e sentiu a nostalgia lhe atingir bem na cara. Se não tinha um filho pequeno pra suprir, os não se importariam de emprestar um pouco o Alex. Se importariam? O homem se escorou nos joelhos já gastos pelos anos de pulo em cima do palco e fez uma careta bem fingida sobre eles doerem a qualquer movimento brusco, ouvindo uma risada de .
-Estou velho, anjo! – Ele manteve a careta de dor fingida, simulando esfregar um dos joelhos, enquanto endireitava a postura pra olhá-la e os dois riram.
-Percebe-se! – O deboche saiu na maior cara de pau, fazendo abrir a boca mais do que indignado. Ah então era assim? Ele ia mostrar que estava em perfeita forma física.
-É assim que vai ser? Ok, então. – Ele continuou com sua pose indignada, fingindo acreditar no pseudoxingamento enquanto a mulher ria.
O cantor balançou a cabeça, estreitando os olhos e em um ato mais impensado do que rápido, abaixou a postura, forçando o ombro contra o corpo de e com ajuda das mãos a colocou pendurada em seu ombro como se fosse uma criança teimosa. Logo ele ouviu um gritinho de susto, sentindo alguns tapas em suas costas, causando as risadas de quem estava por ali.
-Quem é o velho agora?
–, me põe no chão! – gritou apavorada.
Não por medo de cair, não por medo de qualquer coisa que a fizesse sair com algum machucado. A mulher confiava demais em , de olhos vendados até, mas o pavor se construía no susto de ter sido pega de surpresa.
-Eu não! – Ele usou da cara mais lavada que tinha. – , Leonor! Cadê as fotos? – O cantor perguntou abrindo um dos braços, quanto o outro segurava as pernas da esposa.
-Vocês não façam isso! – A mulher soltou um grito esganiçado, fazendo a irmã rir alto.
-Já tá sendo feito! – A Mrs. riu mirando a câmera do celular nos dois. – Vira ela, . Ou vai aparecer só a bunda. – A mulher riu e prontamente o cunhado virou de lado, dando pra ver a cara de tédio de
-Um bundão lindo desses, bicho! – O elogio saiu envolvido a um tom bem malicioso.
-Vai te catar! – riu alto e deu um tapa de leve na bunda dele, como se o repreendesse pela declaração com o alto teor sexual.
-Sério, vocês me dão ânsia. – filho fez uma careta, representando a única “criança” que estava ali, já que os outros tinham ido brincar na rampa.
-Shiu, bolinha! – O pai meneou a mão, ouvindo as risadas dos amigos. – Vai, . A foto! – O cantor flexionou o braço como se mostrasse seus bíceps, abrindo um sorriso bem convencido enquanto a cara de tédio de completava todo o conjunto conceitual da foto. – Anjo? Acho melhor você segurar o fôlego. – tirou o celular do bolso traseiro do short dela e jogou pro filho.
-Não, não, não! , não! – O gritinho esperneado o fez gargalhar e em seguida pular na piscina junto com ela, soltando a mulher apenas quando estava dentro da água.
nadou até encontrar o corpo dela novamente e ao emergir, sacudiu a cabeça como se aquilo tirasse o excesso de água em seu cabelo, parecendo o cachorro da família e fazendo rir, enquanto se encolhia por ter respingado água nela. Ele passou as mãos pelos fios quase todos grisalhos dos seus próprios cabelos, andando até chegar mais perto de onde a esposa estava. abriu um sorriso divertido que se transformou em um bico pidão, fazendo com que a mulher soubesse exatamente o que ele queria. Ela riu com o jeito fofo que as bochechas rosadas dele se portavam na presença do bico e em seguida, enlaçou os braços ao redor do pescoço do homem, correspondendo o pedido do cantor e lhe dando um beijinho mais demorado.
respirou fundo, passou a mão pelos cabelos mais uma vez e olhou para os três adolescentes sentados em seu sofá. Ashley parecia que iria entrar em um ataque de nervos a qualquer momento, enquanto Leonor permanecia com os olhos grandes pronta pra socorrer a melhor amiga. sabia que tinha sido um belo baque pra moça que mal sabia o que era exposição à mídia daquele jeito, bem menos que seus meninos até. Óbvio que nem de longe, seus dois filhos sabiam o que era a verdadeira exposição que o marido experimentava sempre que precisava respirar em um lugar diferente, mas eles tinham uma ideia bem construída do que era ter pais bem conhecidos.
O homem suspirou meio desesperado de imaginar o que a filha dos amigos sentia e passou a mão pelos cabelos, andando de um lado pro outro na sala, deixando para a esposa a missão de tentar acalmar a garota que os dois tinham visto crescer. Era fato que Matthew e Ashia precisavam tomar um posicionamento perante ao colégio.
-Você está bem, querida? – A mulher sentou de forma delicada na mesinha de centro e, com uma voz mansa, passou segurança a quem deveria.
-Um pouco assustada, tia. – Ashley respirou fundo ainda meio encolhida no grande sofá claro e ganhou um abraço do conforto da mais velha. – Eu não achei que fosse ser aquela bagunça toda se descobrissem algum dia.
-Calma, tudo bem? Não precisa ficar assustada. – A enfermeira lançou um sorriso bonito para a moça e a viu afirmar. – Foi só hoje, não vai acontecer novamente.
-Não vai, Ash. – pai assegurou, ainda que tivesse com as mãos enfiadas no bolso, evidenciando seu estado de nervosismo. – A Mrs. Barbier me garantiu que não vai se repetir e eu garanto que seus pais não vão deixar acontecer de novo, nem os meninos. – Ele apontou para os filhos e os dois sorriram para a amiga.
-Eu sei, Sr. , muito obrigada! – A moça negra sorriu imensamente grata ao tio e foi abraçada com força por Leonor, quase sendo feita de urso de pelúcia pela melhor amiga e transformando o momento em risadas.
-Vocês podem me dizer como tudo isso aconteceu? – mordeu a boca ainda um pouco receosa e, com a visão periférica, viu o marido sustentar o peso do corpo em uma perna só.
-Foi rápido, maman. Do nada todo mundo começou a ficar no pé da Ash, falando um monte de coisas bem nada a ver… – Leonor sacudiu de leve os braços, atropelando as próprias palavras por falar tão rápido e arqueou de leve as sobrancelhas em um pedido silencioso pra que ela respirasse e continuasse. A garota respirou fundo e continuou: – Eu acho que alguém do colégio deve ter visto na ficha escolar e saiu espalhando. Alguém da rádio disse nos interfones e foi aí que começou o burburinho.
-Eu tomei partido e logo o Andrew chegou junto pra ajudar. – filho saltou na conversa, atraindo a atenção da mãe. – Nós tentamos passar despercebido, mas não deu. Logo tudo tinha virado uma bagunça até a Leo ligar pra você, a diretora chegar colocando todo mundo pra sala de aula e depois o papai aparecer lá. – O garoto tomou fôlego e mordeu a boca. – E nem era pra acontecer isso no colégio, lá estuda tanta gente conhecida e que os pais são como vocês, como os pais da Ash. Nem era pra ter dado tudo isso.
-Eu concordo com você, . – lançou um sorriso pro filho. – Mas você sabe bem que, às vezes, sai do nosso controle. – Ele suspirou e bagunçou o cabelo do moleque como uma forma de carinho. -Infelizmente. – pai passou a mão nos cabelos e sentou na mesinha de centro, dividindo o móvel com a mulher. – Quando seus pais chegarem, eu te levo em casa e converso com eles, Ashley. Tudo bem?
-Tudo bem, tio. Obrigada! – A moça sorriu agradecida mais uma vez e, finalmente, respirou aliviada naquele dia que havia sido assustador.
-Vão, os três pro banho! Vão, vão, vão! – falou mais do que rápido e levantou da mesinha de centro, fazendo os quatro rirem. – Subam agora mesmo, porque o tio vai fazer o melhor lanche das Américas. – A mulher saiu puxando os filhos e a garota do sofá como se eles fossem criança e os três levantaram a pulso. Rindo e reclamando da ordem velada.
-Eu vou fazer? Você não me disse isso! – colocou a mão no peito, fingindo estar indignado e ganhou um cutucão brincalhão da esposa.
-Shii pai! – O casal de filhos debochou rindo, enquanto Ashley ria se sentindo da família como sempre havia se sentido. A garota foi puxada pela melhor amiga e logo o trio subiu as escadas fazendo o maior barulho.
-TOMEM BANHO DIREITO. EU VOU JÁ VER SE ESFREGARAM AS ORELHAS! – A mulher gritou como se eles fossem crianças pequenas e ouviu as risadas, sabendo que ao menos estava tudo bem.
A enfermeira sacudiu de leve a cabeça e suspirou, olhando para o marido apavorado e ainda sentado na mesinha de centro, compartilhando da mesma angústia que ele. Era difícil ter filhos adolescentes, principalmente quando eles estavam na fase de redes sociais e tinham um pai mundialmente conhecido. Querendo ou não, seus filhos haviam sido criados em meio aos holofotes, mesmo que em épocas, os dois haviam preferido esconder de todo o mundo.
–. – A arregalada de olhos foi suficiente pra ela entender que estava apavorado com aquela história toda.
-Eu estou tão apavorada quanto você. – Ela esganiçou baixo e passou a mão no rosto, sendo puxada delicadamente pelo marido e sentando em sua perna.
-Eu não sei o que fazer. – Ele manteve os olhos levemente arregalados, enquanto fazia um leve carinho inconsciente na perna da mulher.
-Nem eu, mas a gente vai dar um jeito. – piscou, o vendo soltar uma risada anasalada como se aquela pequena frase fosse a solução de todos os seus problemas.
-Ai, eu estou morta! – reclamou ao se apoiar na cama pra deitar e respirou fundo ao sentir o corpo bater contra o colchão. – Os meninos estavam espirrando, dei complexo vitamínico C. Enchi os dois de água, sucos e líquidos e ai… – Ela reclamou enfiando os dedos entre os cabelos, ouvindo uma risada anasalada do marido que prestava atenção em tudo que ela falava.
-Você tomou? – coçou os olhos por baixo dos óculos de grau que estavam muito bem guardado e escondido na rotina. Ele colocou o notebook, no qual reservava o hotel pra ficar com Leonor durante a viagem, em cima do criado mudo, depois sentou-se na cama.
-Não, eu não preciso disso. Meu sistema imunológico é bom. – A mulher sentiu o corpo praticamente derreter na cama e aquela dorzinha nas costas não estava tão chata durante o dia.
-Uhum, você é de ferro, mulher maravilha. – riu com a cara irónica dela e beijou a bochecha da mulher.
-Você tá usando óculos? – A enfermeira fez uma careta divertida e o viu dar de ombros.
-Me deu uma leve dor de cabeça, suspeitei que fosse a vista e resgatei ele da gaveta. – circundou-a com um dos braços e se apoiou por cima da esposa, roubando um beijo em seguida.
-Deve ser, você mal usa. – A mulher suspirou levantando os braços e os colocando em volta do pescoço do cantor, lhe fazendo um carinho na nuca e recebendo um sorriso maroto. – Eu uso direto.
-E fica extremamente sexy. – Um sorriso de canto foi puxado, assim que a mão dele se arrastou na lateral do corpo dela, levando o tecido da blusa e tocando a pele macia da mulher.
fechou os olhos controlando, ou ao menos tentando controlar, o reflexo do espirro, concentrando para não precisar fazer aquilo na cara dele, ninguém merecia levar um jato de espirro na cara. A mulher prendeu a respiração na vã intenção de absorver o reflexo, mesmo sabendo que só iria deixá-lo maior e percebeu seu esforço ser frustrado assim que baixou o rosto pra beijar a sua clavícula. Três espirros seguidos e escandalosos foram dados, fazendo o homem rir alto, parte em desespero por ter conseguido desviar, parte por ser engraçado estando doente, mesmo sem achar que estava.
-Merda! – A mulher reclamou ao esfregar o nariz e deu um tapa no ombro dele. – Não ri! – Ela riu junto.
-Você tá parecendo o Hulk espirrando! – gargalhou com a expressão imensamente tediosa da esposa e, sem que os dois pudessem controlar, mais um espirro se fez presente, dessa vez na cara dele.
A enfermeira arregalou os olhos, incrédula com os reflexos do próprio corpo, embora ainda estivesse com uma tremenda vontade de rir em ver seu marido de olhos fechados com uma das impressões mais indefinidas que poderiam existir, mas parecendo ter nojo da própria cara. Ela não o culpava por aquilo, mas não era recomendado ficar tão perto de uma mulher com rinite atacada.
-Eu vou buscar o complexo vitamínico C. – anunciou ainda de olhos fechados, sem acreditar que tinha virado alvo de um espirro e se apoiou melhor no colchão, conseguiu colocar o pé no chão pra levantar e perdeu de ver a expressão mais do que culpada da esposa pelo espirro.
-Amor, desculpa! – Ela soltou em meio a uma risada nervosa, cobrindo a boca com a mão e ele meneou a dele mostrando que não tinha problema, contanto que ela não voltasse muitas vezes no assunto.
-Eu vou buscar um remédio pra você. – respirou fundo e sacudiu de leve a cabeça ao ver a esposa encolhida entre os travesseiros com o maior sorriso amarelo e culpado. – Você poderia ter avisado, . – O homem revidou indignado, vendo-a prender os lábios em uma mordida culpada pra não rir na cara dele.
O cantor respirou fundo mais uma vez e, após passar a mão pelo rosto, entrou no banheiro da suíte em busca do complexo vitamínico, não demorando muito pra ouvir a gargalhada estrondosa e descontrolada dela. O rolou os olhos, mas se deu por vencido caindo em uma crise de risos enquanto procurava o tal remédio.
O barulho que as torcidas organizadas faziam em frente ao imenso estádio, onde aconteceria o início do campeonato de Hockey, encantava o rapaz de um jeito que ele já mais conseguiria explicar, principalmente quando Eliot praticava aquele esporte há mais de dez anos e já tinha participado de campeonatos juniores junto com sua equipe. Aquele dia realmente não poderia estar melhor, principalmente porque pai havia esquecido o que era dirigir, carregando o filho metrô abaixo, mostrando a ele o que era um verdadeiro passeio pela rua, mesmo que parasse ao ser abordado por algumas pessoas. Mas nada, nada se comparava ao ver o estacionamento do Centre Bell entumecido de gente gritando por todos os lados, com as faixas, bandeiras e artigos que identificassem lindamente as torcidas ali agrupadas.
-Caralho, eu não acredito que a gente tá aqui! – O moleque soltou a frase sem filtrar o palavrão e ao invés de ganhar um tapa na cabeça, ouviu uma gargalhada do pai.
-Olha a boca, moleque! – ralhou apenas na intenção de não deixar aquilo barato e o abraçou com força de lado.
pai estava encantado em ver a alegria em que seu menino estava imerso. Era como se ele não acreditasse em nada do que estava vendo e a cada segundo apontasse pra algo diferente, não parecendo ter mais de cinco anos.
-O Alex já deve ter chegado com o , a gente ficou de se encontrar lá dentro junto com o Pat e o Ben. – O homem começou explicar enquanto guiava o filho pelo estacionamento, levando o garoto animado que acenava pra todo mundo. – Quer beber alguma coisa? – perguntou rindo e o moleque olhou pra ele sem conter o sorriso gigante.
-A gente pode comprar lá dentro? – O rapaz perguntou com um brilho imenso nos olhos e viu um sorriso largo do pai, que o abraçou pelo pescoço como se não fossem mais do que dois velhos amigos, logo arrastando Eliot para dentro do estádio.
Após passar as catracas e receber uma pulseira de papel que indicava em qual lugar das arquibancadas eles ficariam, os dois seguiram para onde era o bar do lugar. Aquele era o dia de se encher com qualquer troço que vendesse nesses estádios e se inserir completamente no espírito dos campeonatos. Os dois já tinham ido a inúmeros jogos juntos, desde que Eliot havia se entendido por gostar tanto de hockey. Aquele era mesmo o esporte dos canadenses e ai de quem dissesse que não.
-Pai, eu posso beber cerveja? – O garoto perguntou com uma esperança maior do que ele, vendo o homem fazer uma careta meio frustrada. – Não né?
-Infelizmente. – pai deu um tapinha de conforto nas costas do filho. – Você não tem idade legal pra beber ainda e isso pode gerar um problemão pra gente. Incluindo delegacia e sua mãe furiosa.
-Não queremos a delegacia e muito menos a mamãe furiosa! – Ele disse rindo com uma felicidade sem tamanho só em estar ali. – Me contento com uma coca bem gelada.
Os dois riram e seguiram para o balcão onde estava um tumulto grande de várias pessoas querendo comprar o que beber ou comer. A casa dos Canadiens estava cheia, todos que estavam ali e torciam para o time canadense, ansiavam a vitória do time por cima do adversário, até porque claro, seria um maravilhoso pressagio já no início do campeonato. Com Eliot não era diferente, ele estava extasiado com a oportunidade de comparecer mais um ano aos campeonatos do seu esporte do coração.
Os dois sentaram bem na primeira fila, rente ao local onde o time reserva ficaria e logo ao lado do corredor de onde a equipe completa do Canadiens sairia. Junto aos dois garotos , estavam e Alex, Patrick e Benjamin, as crianças mais empolgadas do que os pais até e depois de vários cumprimentos, abraços calorosos e algumas brincadeiras, os seis sentaram concentradinhos para ver o começo do show que precedia o tão esperado jogo.
Alex não parava quieto, mexendo as perninhas e balançando-as no alto do banco, segurando um copo enorme de refrigerante que era até maior que ele, o boné colocado pra trás dava o ar mais fofo do mundo ao menininho tão simpático.
-Você também tá ansioso, ? – Alexander perguntou ao primo mais velho, se ajeitando na cadeira de plástico, junto com Ben que estava igual na cadeira do lado. Eliot sorriu para o primo que era quase como um irmão e baixou um pouco a própria postura para ouvir direitinho o que a duplinha dizia.
-Claro que sim! Eu estava super ansioso pra ver o jogo. Vocês estavam? – O rapaz voltou a pergunta, vendo o menino abrir um sorriso enorme que era exatamente igual ao do pai.
-Sim e não! – Alex respondeu ao tomar um grande gole do refrigerante. – Eu não sabia que ia começar hoje, mas aí o papai me disse e quando ele me disse nós fizemos a maior festa.
-Eu estava bastante! – O pequeno Langlois saltou animado. – Só que o meu pai já tinha me prometido há dias e dias.
-Eu sei! Comigo foi assim também! – Eliot riu tão animado quanto e ao perceber que o primo olhava com os olhos grandes pra seu copo, perguntou: – Você quer um gole? Também é coca, mas vai que o gosto é diferente! – O rapaz deu de ombros ao ver o pequeno afirmar veemente.
-Não é refrigerante de adulto? – A pergunta receosa surgiu junto aos olhos azuis brilhantes do menor.
-Eu não sou adulto, bobo! – filho riu baixo, ajudando o menino de cinco anos a beber do seu refrigerante. – E aí?
-É O MESMO GOSTO DO MEU! – O gritinho esganiçado fez os seis rirem alto, assim que o barulho do Zambini* limpando o ringue indicava que logo, logo, o show de abertura começaria.
Daquela vez era um incrível show de hologramas onde um dos jogadores de Hockey, também fruto da tecnologia em 3D, tentava sobreviver a várias aventuras no gigante ringue retangular. O gelo se partia como se estivesse sendo quebrado e flutuando na água, tudo com o jogador vencendo todas aquelas loucuras. Um dragão apareceu fazendo todos gritarem, inclusive Alex e Ben que jogaram as mãozinhas pra cima, incrivelmente animados e impressionados em como aquilo tudo parecia real. As imagens apareciam em uma sequência encantadora de cores e realidade, deixando todos dentro daquele estádio imersos na magia de um bom jogo de hockey. Assim que o enorme telão acendeu por completo bem no meio do estádio, gritos embaralhados foram soltos indicando que aquela era a hora, hora dos times entrarem e a batalha começar.
London, England. 10 am.
A garota sentia o coração quase sair pela boca sempre que pensava que em alguns minutos, talvez uma hora, estaria conhecendo seus maiores ídolos e não podia aguentar o tanto que seu coração batia rápido, as mãos suavam e o estômago embrulhava só em pensar em comida, mesmo sabendo que seu pai tentaria enfiar meio restaurante goela abaixo. Seu e seus exageros. Ela respirou fundo ao olhar no espelho a camiseta que gritava a banda e, por segundos, se perguntou se algum dia sentiria aquilo tudo por um garoto, embora ansiasse que não, já que o McFLY tinha alcançado níveis altíssimos em sua vida.
Será que as garotas também ficavam daquele jeito pra ver o pai dela? Leonor fez uma careta só de imaginar que sim, sabendo que não gostava muito daquilo, principalmente porque a única que deveria morrer de amores por seu pai, era a sua mãe.
-Len? – O chamado do pai a fez acordar dos devaneios. – Já acabou, querida? Nós precisamos descer pra comer, avisar a sua mãe que chegamos bem e andar um pouco por aí! – O homem declarou o motivo de estar tão apressado, ouvindo a garota rir baixo.
-Já terminei sim! – Ela respirou fundo. – Estava só arrumando o cabelo. – Leonor sacudiu os cachos abertos e abriu a porta do banheiro com o maior sorriso trincado que conseguia. – Pai, a gente vai comprar a tinta em gel né? Deixa, deixa, deixa!
-Tinta em gel, Len? – O homem soltou uma risada alta ao pegar a carteira na mesinha. – Você já não tem tanta coisa lá em casa? Sua mãe me disse que sua última mesada foi toda na papelaria.
-Pra o cabelo! – A garota esganiçou com os grandes olhos claros arregalados, vendo o pai quase engasgar com aquela história de pintar o cabelo.
-Pintar o cabelo? O quê? – sentiu a nuca suar só em pensar na possibilidade. Leonor estava doida, só poderia.
Ela era nova demais pra fazer certas merdas na aparência das quais iria se arrepender depois, embora a garota o olhasse com a maior expressão de obviedade possível em uma adolescente. Onde já se viu? Pintar o cabelo com alguém que não fosse da confiança de sua mãe era a mais pura tolice.
-Dad, sai com água. – Ela piscou os olhos meio incrédula com a cara de pânico de . – É só pra eu fazer mechas nos cabelos. Sabe… a música… 5 colours. Da garota que tinha cinco cores no cabelo e depois raspou tudo. – Leonor arregalou de leve os olhos querendo mostrar que a intenção era apenas figurar algo importante pra ela e a banda, assim como várias garotas faziam pelo Simple Plan, permitindo que o homem suspirasse aliviado. – Referências… Você sabe! As pessoas também fazem isso quando vão ver o Simple Plan, pedem até que vocês escrevam alguma coisa pra ela tatuarem.
-Eu sei, Len. Eu sei! – suspirou se dando por vencido e até um pouco derrotado com o pedido. Ele sabia que não tinha nada demais em a filha se apegar a uma banda, mesmo que não fosse a dele. – Vem, vamos comer e depois a gente vai comprar sua tinta! – O homem sorriu estendendo a mão pra adolescente de quase 15 anos e viu sua garotinha se agitar em animação, o abraçando com força pela cintura.
Aquele sim era o melhor sentimento que poderia esperar, ver sua filha animada, eufórica e emocionada em poder ir a um show que tanto queria. Era como estar do outro lado de toda aquela loucura que movia a sua vida, ele não era mais o foco dali, agora ele era o pai que precisaria aprender a conter as próprias emoções e instintos protetores para com a mocinha que estava mais independente do que ele queria acreditar que estaria. beijou a cabeça de Leonor e abraçados os dois saíram do quarto, enquanto a menina já levava várias sacolas com presentes para os seus ídolos.
Para Leonor era a realização do seu maior sonho atual, ela nem poderia acreditar que tinha mesmo conseguido a oportunidade de ir a um show do McFLY depois de tanto tempo com a banda parada e em projetos paralelos. Tudo bem que eles não trariam músicas novas, mas só em poder ouvir todos os álbuns ao vivo, a fazia ficar mais viva do que nunca. Era a ansiedade gostosa de saber que iria poder cantar suas músicas preferidas junto com os caras que tinham escrito e, se ela desse sorte, talvez conseguisse até uma foto. Sem depender do pai, óbvio! Aquele era o dia em que ela iria ser fangirl e não queria qualquer privilégio que a fizesse parecer diferente dos fãs que estavam ali do mesmo jeito que ela. Por mais que metade do mundo conhecesse seu pai, ela sabia que ele não ia atrapalhar seu momento de ser uma adolescente normal conhecendo várias pessoas, que também gostavam das mesmas coisas que ela. Mesmo sabendo que o Mr. não ia ser fácil no início, mas nada que sua mãe não resolvesse.
O restaurante do hotel servia várias coisas incrivelmente diferentes para o café da manhã, tudo que a garota já tinha pesquisado e posto em seu itinerário de viagem mais completo do mundo. O caderninho vermelho escuro estava sempre com Leonor, mostrando que ela iria aproveitar aqueles 4 dias ao máximo que pudesse, principalmente com os shows que estavam por vir.
-O que você vai querer, princesa? – perguntou enquanto olhava o cardápio e percebeu a garota inquieta pra acomodar tudo perto. – Quer ajuda?
-Não, não! Deu certo aqui! – A mocinha sorriu e puxou a cadeira, sentando em seguida. – E eu quero um tradicional english breakfast. – Ela carregou no sotaque, fazendo o pai babão rir alto.
-Tem certeza, Len? Você já viu o tamanho do café inglês e o que vem nele? – O homem duvidou como se a garota fosse apenas uma criança movida pelo impulso.
-Claro que eu tenho certeza, pai. – Ela soltou uma risada anasalada. – Eu sei bem o que vem no pedido, feijão, ovo, torradas, linguiça e mais uma porção de coisas incomuns. Só que eu quero viver a visita em Londres até o último minuto, quero fazer tudo que eu já tive vontade e pesquisei. – A garota abriu um sorriso bonito, mostrando ao pai que ela tinha completa convicção do que queria.
-Sendo assim, eu vou te acompanhar! – O homem largou o cardápio, sorrindo orgulhoso pra sua menina que nem era mais uma menina, vendo que a garçonete se aproximava para registrar os pedidos.
-Bom dia! Quais serão os pedidos? – O sotaque inglês característico ressoou da boca da loira, fazendo Leonor sorrir imensamente animada por entender cada palavrinha que a mulher tinha perguntado. A moça tomou fôlego pra responder e o pai, ao ver aquilo, deixou que ela tomasse as rédeas da situação.
–Two english breakfast, please! – A moça sorriu ao perceber que não tinha sido tão complicado sair da sua zona de conforto.
Diferentemente do que todos pensavam, a família não era muito adepta a usar o idioma inglês quando estavam em casa, principalmente quando a língua mãe de sua província natal era o francês, deixando-os imersos no idioma. E justamente por isso, Leonor e o irmão não utilizavam tanto o idioma inglês, deixando a moça um pouco nervosa quando precisava colocá-lo em prática.
A garçonete afirmou com um sorriso e logo se aproximou do balcão.
-E esse inglês? – A pergunta de pai veio divertida e orgulhosa ao mesmo tempo, fazendo a moça inflar o peito.
-Tenho várias cartas na manga, papai! – Leonor riu e piscou, ganhando um beijo apertado na mão. – Só tenho medo de ele travar se eu conseguir ver os meninos! – Ela arregalou de leve os olhos, pronta pra exteriorizar toda a sua ansiedade acumulada. – Eu não quero passar vergonha e travar, sabe? Sem falar que às vezes nem eu entendo quando eu começo falar rápido!
O homem soltou uma risada divertida, vendo uma fangirl nervosa no lugar da filha. Quando sua menininha tinha crescido tanto? Quando ela tinha começado a se apegar tanto a pessoas com a vida pública igual a sua?
-Não ri de mim! – A garota arregalou ainda mais os olhos. – É isso que você faz com as suas fãs?
-Claro que não, Len! – riu ainda um pouco esganiçado. – A gente tenta consolar, ou não dá pra entender nada!
-Pois então! – Ela sacudiu a cabeça da forma mais óbvia. – Me apoie! Eu estou nervosa, porque eu não sei exatamente se vou conseguir encontrar os quatro fora do O2 Forum, já que eles moram nos arredores daqui e provavelmente só vão direto para o local do show. – Leonor mordeu a boca até meio frustrada com as informações que não estavam lhe dando muita esperança. – Eu preciso entregar os presentes!
-Você trouxe presentes? – A expressão do pai estava mais pra um quase queixo no chão, principalmente ao ver o balançado de cabeça óbvio da filha.
-Claro que sim, papa. Na verdade, eu fiz! Fiz quatro desenhos sobre os quatro e eu espero muito que eles gostem, porque, definitivamente, foi o meu melhor trabalho nesses anos desenhando. Então, eu estou bem ansiosa pra conhecer eles, falar tudo que eu tenho pra falar e tirar várias fotos. Meu deus! Imagina se eu também consigo ver os filhinhos deles? Pai, eu vou surtar! Uma moça brasileira estava hospedada em Glasgow e ficou no mesmo hotel que eles, conseguiu conversar bastante e ainda brincou um pouco com a Lola!
-Leonor, calma! – O homem arregalou os olhos com a metralhadora giratória que a filha tinha virado, atropelando todas as palavras em francês. Os dois riram. – Vamos por partes! – Ele levantou as mãos em rendição, ainda que a ponta de ciúmes ficasse ainda maior com toda aquela atenção que a menina dava aos ídolos. Não fazia mal se ela pagasse pau pro Simple Plan, fazia? – Primeiro, eu posso ver os tais presentes? – A voz de se carregou em ciúmes, por mais que ele quisesse disfarçar.
-Não! – Ela suspirou e sorriu ao ver a garçonete se aproximar com a bandeja, soltando um sonoro “merci beaucoup” ao ter o prato colocado em sua frente. arqueou de leve a sobrancelha e a garota impactou um pouco na expressão. – Desculpa, obrigada! – Leonor riu com a confusão de idiomas, arrancando um sorriso divertido da moça que servia. agradeceu com um sorriso fechado e logo foi deixado a sós novamente com a filha.
-Por que eu não posso ver? – O assunto se voltou novamente ao McFLY.
-Porque tá tudo embrulhado e eu quero que os quatro abram. – Leonor falou meio despercebida, sem saber que tinha quase enfiado uma adaga no peito do pai. – Nossa o cheiro está incrível, preciso postar nos stories! – O gritinho dela fez o homem rir e também pegar o celular, desencadeando no mais velho o mesmo reflexo, mas de fotografa-la e espalhar em suas redes sociais. – Você tirou foto minha? – O gritinho veio acompanhado de uma risada.
-Minha menininha estava tão entretida que não resisti! – O Mr. disse rindo e mostrando a foto. – Posso postar? – O respeito se fez presente com uma pergunta tão simples, mas que significava muito dentro daquela família.
-Pode sim! – A moça sorriu agitada e logo começou a comer, ouvindo as recomendações do pai sobre não colocar os filhos de Tom e Harry no colo, ou tirar foto com as crianças, ou brincar como se elas fossem o Alex, sem pedir permissão antes. Ele entendia bem a proteção e o respeito que o rondava quando se colocava em jogo os fãs e a família, não querendo que Leonor ultrapassasse qualquer limite daqueles.
London, England. 10pm. Day 1.
As mãos da garota estavam mais geladas do que quando ela estava esperando a banda nos fundos da casa de shows, a respiração meio descompassada e a cada mínimo barulho perto do palco, Leonor olhava na ansiedade que a banda aparecesse novamente. Óbvio que ela já tinha realizado o seu grande sonho de conhecer os caras, tirar foto, entregar os presentes, mas parecia que o fato de os ter conhecido só a deixava ainda mais ávida a manter contato.
-Será que vai demorar muito, dada? – A pergunta da moça saiu tão ansiosa que transbordava no tom de voz. – Eu quero muito ver a cara deles ao te ver. Vocês já se conheciam antes? Nunca se encontraram em um evento desses de gente famosa?
riu alto com a quantidade de perguntas jogadas em cima dele e abraçou a garota com força de lado.
-A gente não se conhece pessoalmente, Len. De uma forma bem estranha, nosso público acaba não sendo o mesmo, ainda que boa parte seja, acabamos não frequentando os mesmos eventos. – Ele deu de ombros mostrando que não entendia exatamente o porquê daquilo e a garota respirou fundo. – Mas posso te contar um segredo? – sorriu misterioso pra filha, vendo-a afirmar freneticamente. – Eu gostei pra caramba do show, eles fazem um som muito bom e isso serve até de inspiração! – O homem piscou com um sorriso bonito, sendo esmagado prontamente pela filha, embora tivesse plena consciência de que ela não era mais um bebê.
-Que incrível, papa! – Leonor soltou um gritinho animado.
-Vamos? – A voz de Tommy sobressaiu os surtos da menina de 14 anos, enquanto chamava os dois pra cumprimentar os moços do McFLY. – Peço desculpas pela demora! – O senhor sorriu simpático e Leonor soltou um gritinho eufórico, não perdendo a oportunidade de pedir uma foto com ele e elogia-lo sobre o belo trabalho que fazia.
Logo que a foto foi tirada por um que prendia a risada alta pelas reações da menina, os dois andaram rapidamente pelos corredores e portas do backstage, deixando nos um sentimento nostálgico maravilhoso. Afinal, os dois que estavam ali, adoravam tudo que se referia a palco, fossem os preparativos ou o show em si. Mal da família, como cansava de deixar claro.
Na porta do camarim, um singelo papel identificava que ali estava a banda tão esperada da noite, quem sabe até dos últimos anos. A menina sorriu ao encorajar o pai e sentiu a mão ser apertada por ele no mesmo sentido, assim que a porta foi aberta e os dois recebidos de forma calorosa.
Mais uma porção de abraços e cumprimentos foram adicionados àquele dia, ainda mais quando o camarim estava repleto de crianças e as famílias. Os quatro homens receberam pai e filha bem demais e entre comentários em saber o que os levavam ao show, a honra de receber uma visita tão legal e atenderem mais uma vez aos abraços da garota, dessa vez um pouco mais calorosos do que nos fundos da casa de show.
-Hey! A gente te viu lá fora, não viu? – Judd fez uma careta engraçada ao ter certeza que já tinha visto aquele cabelo colorido aquele dia e a garota soltou uma gargalhada estrondosa.
-Sim, sim! Eu encontrei vocês antes do show. Leo! – Ela repetiu o nome bem sorridente, dessa vez um pouco menos nervosa e abraçou o baterista mais uma vez, ganhando uma sacudida de leve que fez rir.
-Você não estava com seu pai, estava? – Danny fez uma careta confusa ao olhar de um pro outro, lembrando realmente do cabelo colorido de Leonor.
-Na verdade, eu estava de longe. Decidi não interferir no momento fangirl da Len, ou a esposa me degolava! – O vocalista do Simple Plan arregalou de leve os olhos e ouviu as risadas generalizadas.
-Ela é a sua filha? – Tom fez uma careta engraçada que arrancou mais umas boas risadas. – Pelo que o Fletch falou parecia ser uma menininha.
Leonor tentou prender a risada, mas a gargalhada saiu completamente estrondosa da boca dela, assustando o loiro de uma cova solitária na bochecha e ainda sendo acompanhada por Danny que tinha a risada mais contagiante daquele mundo. Em poucos segundos, o camarim em peso ria sem saber exatamente porquê, apenas pela risada de um certo guitarrista sardento.
-Toca aqui, Leo! – Jones levantou a mão pra High five com ela, puxando a adolescente pra um abraço apertado em seguida e deixando ela em curto interno.
-Eu e a começamos bem cedo. – O riu ao tentar explicar o porquê de ter uma filha adolescente quando ele não tinha inteirado nem os 40 anos ainda e ouviu mais uma porção de risadas, dessa vez um pouco mais maliciosas, fazendo Leonor prender a vontade soltar uma piadinha o chamando de coelho. Não queria destruir a inocência do pai ao abrir a boca, por mais que o Mr. não fosse o único coelho ali… Fletcher, se apresente, querido. – Temos mais um rapaz de 16, além da Len!
Dougie soltou uma risadinha pior do que a anterior e, ao invés de deixar o vocalista sem jeito, arrancou mais algumas risadas junto. Logo os cumprimentos se estenderam aos integrantes da família McFLY que estavam logo atrás e Leonor sentia que podia desmaiar a qualquer momento ao ver as McWives e os McBabies tão pertinho dela, eles eram realmente muito mais lindos ao vivo do que por todas as fotos do Instagram e o melhor de tudo, eram reais! A família McFLY inteira era real, meu Deus!
Giovanna parecia bem entretida brincando com Buzz, o garotinho usava um fone gigantesco e verde, bem parecido com os que Leonor já tinha usado em vários anos da sua vida. Izzy brincava com Lola no colo e a garotinha parecia ainda mais perfeita ao vivo, principalmente os cachinhos dourados presos por também um fone e, por fim, Georgia foi a maior surpresa que a moça de 14 anos poderia encontrar, ela conversava rindo, animada e tão solta com as amigas, que, por um momento, lembrou bem a sua mãe. Seria por coincidência dos signos?
Os cumprimentaram as mulheres e crianças com sorrisos muito bonitos e breves abraços, enquanto a garota fazia caretas engraçadas ao se deparar com os bebês mais fofos da terra, depois do Alex, obviamente. O momento não foi desperdiçado apenas com conversas, alguns convites simples e bem importantes foram feitos, convidou a banda pra almoçar junto com ele e a filha no outro dia, enquanto Tom encabeçou o outro lado dos convites, chamando pai e filha pra se juntarem a eles na passagem de som do segundo dia de shows. Depois de mais uma sessão de fotos, a tão sonhada foto da diplomacia que tanto havia ressaltado e que havia ficado linda demais com os cinco homens levemente abraçados e sorrindo, além de uma outra com Leonor junto e com a maior carinha de palerma da terra. Qual é? Era o maior sonho dela sendo realizado.
London, England. 11am. Day 2.
O homem suspirou mais uma vez pela demora da menina, que provavelmente sairia do banheiro repleta de referências de alguma música do McFLY e se largou mais um pouco na poltrona do quarto. Ele batucou de leve os dedos na coxa, se animando exponencialmente ao ver o celular vibrar em várias mensagens de . Imediatamente entrou no aplicativo de mensagens, ansioso em saber o que ela tinha mandado, principalmente quando no Canadá era quase seis horas da manhã. Por que raios a mulher tinha madrugado?
Claro! Ansiedade em receber os livros que chegariam todos naquele dia, o deixando mergulhado em uma frustração sem tamanho por não poder estar junto da esposa em um momento tão importante.
Ange: Mornin’ my love. Chorei horrores ao ouvir os áudios e ver as fotos de vocês. Leo estava tão feliz né? Isso me deixa mergulhada em um sentimento maravilhoso de amor e alegria.
Ange: 📷
Ele sorriu com os olhos cheios e brilhantes ao ler exatamente o que tinha sentido na noite passada. Ele riu ao ver a primeira foto da esposa com os cabelos cacheados lindos espalhados na cama, o sorriso largo, os olhinhos apertados da noite de sono, ainda percebendo um pedaço do ombro e da cabeça do filho. Tendo ainda mais certeza de como odiava dormir sozinha.
: Mornin’ my angel. Senti exatamente a mesma coisa ontem, foi bem como você me disse que seria.
: LINDA DEMAIS. PUTA MERDA!
: Essa foto me faz ter vontade de nunca ter viajado. Acordar ao seu lado é melhor do que um café bem quente!
Ange: Acordei feito uma pilha por causa dos livros KKKKK eu odeio ser tão ansiosa
: Se eu tivesse em casa, vc já tinha me acordado feito um furacão
: Já pensou em tomar um banho quente? As vezes ajuda
Ange: preferia um frio com vc
suspirou só de imaginar o bico gigante nos lábios dela.
: Isso mesmo, . Machuca, judia de mim, me mata
: malvada 😫
Ange: 📷
suspirou pesado ao receber mais uma foto, ansioso em saber o que seria. Talvez mais uma selfie linda pra animar seu dia que seria longo atrás de Leonor, de cima pra baixo e de baixo pra cima onde quer que ela quisesse ir. Não demorou muito pra a foto carregasse e a boca de fosse ao chão. já estava com os cabelos presos no topo da cabeça, parecendo um abacaxi como a mulher sempre costumava ressaltar e não teria nada demais na selfie, senão o reflexo da bunda dela bem atrás no espelho. A imagem pegava desde o colo superior da mulher e o rosto com uma careta engraçada, mas com certeza ela estava no banheiro dos dois e o espelho do lavabo condenava totalmente, quando refletia a bunda redonda dela.
: vc tá nua???? PORRA , ASSIM NÃO DÁ
Ange: eu vou pro banho, não dá pra ir com roupa KKKKKKKKKKK
Ange: Não é como se você nunca tivesse me visto nua
: tô duro
Ange: 🎥 ué, esperei que fosse ficar agora
O homem soltou uma risada ainda mais desesperada do que a anterior ao dar de cara com um claro nude da esposa. Sim, tinha sido bem proposital o vídeo, ou gif, não conseguia pensar direito e racionar qual a droga do tipo daquela mídia, a única coisa que ele estava processando era o fato de que a mãe dos seus filhos estava despida em frente ao espelho e se mexia mostrando ora a tatuagem na lateral da perna que pegava de leve a bunda, ora mostrava o corpo incrivelmente lindo de frente, que por mais que ela achasse pequenos defeitos em todos os lugares, era o único corpo que acendia o vocalista do Simple Plan, literalmente.
Ange: Babe?
A mensagem dela surgiu na barrinha superior da tela, sendo prontamente ignorada por que estava bem mais entretido em analisar o gif e cruzar as pernas, tentando segurar ou esconder a reação da saudade.
Ange: Posso fazer uma vídeo chamada? Queria te ver, tô com saudade
A barrinha de mensagens desceu novamente, revelando um pedido desesperado que deixou o homem daquele mesmo jeito. Que merda! Ele não poderia aceitar a chamada perigando Leonor aparecer e ver tudo aquilo.
Um suspiro sofrido foi dado por , à medida em que ele inclinava de leve a cabeça, apertando o play da mídia várias vezes só pra aproveitar muito bem o pequeno vídeo, embora não entendesse como ela estava tão mais gostosa. Talvez fosse a saudade, ou até a ousadia de mandar certas fotos depois de tanto tempo de casamento, ou ainda um sorriso safado e superior que brincava bem sem vergonha nos lábios da mulher que tinha 34 anos, dois filhos adolescentes, um par de seios muito bonitos e ainda dava de 10 a zero em qualquer garota mais nova.
Indiscutivelmente, ela era o amor da vida dele.
–PAI! – Leonor chamou firmemente ao ver que o pai se torcia na poltrona, como se estivesse perdendo as forças do corpo e se ela não tivesse tão preocupada com a cena grotesca, teria filmado.
tomou um susto com o grito autoritário da garota, quase parecendo a criança que era pega no flagra por um dos pais, enquanto fazia coisa errada. Em reação ao susto, o celular preto parecia um sabonete molhado na mão de alguém que estava todo ensaboado e os segundos que ele passou pulando de mão em mão até cair no colo do homem, parecerem longos minutos de desespero. Ele arregalou os olhos meio agoniado e apertou ainda mais as pernas cruzadas, uma por cima da outra, virou a tela do aparelho pra perna e encostou o queixo na mão como se aquela fosse sua maneira de agir naturalmente.
-Oi, amor. – Um sorriso de dor foi esboçado pelo vocalista safado, vendo uma interrogação gigantesca na testa da filha que parecia uma árvore de natal com tanta estrela na roupa. – O que foi? Você tá a própria Star Girl! – Ele comemorou internamente por ter lembrado a referência e viu um sorriso animado surgir em Leonor.
-A gente precisa ir, ou vai atrasar pra ir ao Madame Tussauds e consequentemente vamos atrasar pro almoço com o McFLY. Lembre-se da pontualidade inglesa, Dad! –A garota despejou as informações em cima do pai que estava com o foco lindamente desviado para as mensagens que tinha recebido.
-Sim, claro, claro. – Ele coçou a cabeça meio agoniado, pensando em algo que pudesse tirar logo a menina do quarto antes que ele passasse vergonha. – Quer ir descendo pra encontrar suas amigas? Eu vou só pegar a carteira, o carregador portátil e mandar uma mensagem pra sua mãe.
-Mr. , Mr. . – A garota condenou a tal mensagem sem saber que a putaria já tinha acontecido.
-Desce logo, garota, senão eu vendo teus ingressos! – Ohomem ralhou apontando pra porta do quarto e ouviu a gargalhada debochada da filha, que sacudiu de leve a cabeça e mandou um beijo pra ele, batendo a porta do quarto na rapidez pra encontrar logo as amigas.
: Vou precisar sair com a Len agora, mas minha cabeça tá em você
: Assim você me fode, anjo
Ange: Não como nós dois queríamos. Inferno
Ange: Boa saída, mandem fotos! Mais tarde eu faço chamada de vídeo pra ver vocês. Tô indo pro banho
: Pode deixar, eu vou mandando pra vocês assim que a gente for vendo os lugares legais. E sobre o banho, não faça nada que eu não faria
Ange: Preferia bem mais você aqui fazendo 😘😘
: 😘😘😘
-Eles disseram a hora que o voo chegava? – Eliot perguntou impaciente com a demora da chegada, enquanto via a mãe mais do que tranquila sentada em um dos bancos e parecendo resolver algo da clínica por telefone.
-Leo só me avisou a hora que eles tinham saído de lá, meu anjo. – levantou a vista e percebeu que o rapaz parecia um pouco desconfortável com alguns olhares em cima dele.
A mulher prendeu a risada entre os lábios e bateu de leve na cadeira ao lado dela, sabendo bem o quanto incomodava ao garoto ser tão parecido com o pai na maioria das vezes. Um parecia realmente a versão mais nova do outro e isso atraía vários olhares quando os dois, ou apenas um, estavam em público, sendo um pouco constrangedor pro mais novo. Principalmente quando pai se vestia igual a um garoto de no máximo, vinte anos, ou seja, igual a filho.
-Você tá desconfortável com tanta gente te olhando não é? – Ela perguntou ao soltar uma risada anasalada, o rapaz bufou se dando por vencido e logo sentou ao lado da mãe, como se derretesse na cadeira de ferro desconfortável
-Eu fui no banheiro e uma moça me parou. – apontou na direção do corredor. – Viu que eu não era meu pai e pediu desculpas.
mordeu a boca, tentando mais uma vez não rir do garoto, embora fosse frustrado com um bico gigantesco que nem o do filho. Ela abriu o berreiro a rir, vendo o adolescente rolar os olhos e se afundar ainda mais na cadeira, sabendo que estavam chamando ainda mais atenção pela risada da mãe.
-É que você é tão lindo quanto seu pai, meu coração! – Ela se recompôs e passou a mão no coque, amassando os cachos. – Vem cá! – A enfermeira inclinou o corpo, tirando o boné e o óculos escuro do rapaz, que era bem parecido com o do pai. – Pronto! Agora você tá meu filho, seu pai só anda de boné e óculos por aí, o pessoal confunde mesmo. Pode respirar! – piscou e beijou a bochecha do rapaz, sabendo que aquilo o deixaria mais seguro, embora não resolvesse nadinha. Ele era mesmo a cara do original e nem ela distinguia tanta semelhança, às vezes.
-Você não se incomoda com tanta gente olhando pra gente? – filho fez uma careta ao bagunçar o cabelo.
–, desde que eu tinha uns vinte e poucos anos que eu vivo isso. Me incomodava bastante, mas é algo comum pra mim agora, com o tempo você acostuma. – Ela guardou o celular na bolsa pequena e ajeitou o óculos de grau no rosto. – Quando vê, tá até acenando para as pessoas e sorrindo. Eu já nem sei mais quem me conhece por ser a e quem me conhece por ser a esposa do .
-Será que algum dia alguém vai me conhecer por ser o Eliot e não mais o filho do vocalista do Simple Plan? – O garoto mordeu a boca bem duvidoso da sua pergunta, vendo a mãe abrir um sorriso largo.
-Não tenho a menor dúvida que sim! – Ela beliscou a ponta do nariz dele. – Um dia desses o Charles vai ser conhecido como “o pai do Eliot!”
O rapaz riu todo fofo com a declaração da mãe e se sentindo como alguém anônimo, ficou mais confortável com a situação. Os dois passaram alguns minutos observando o aeroporto enorme, que nunca parava e trazia as melhores notícias para alguns, assim como a que mãe e filho esperavam há cerca de 30 minutos naquele dia. O monitor fixado às colunas grossas mostrava os horários, atrasos, companhias trabalhando e moviam todo aquele lugar de um lado para o outro. Os guichês não paravam um minuto pra atender as filas intermináveis, assim como a esteira que carregava todas as malas.
-Acho que chegaram, ! – disse ao estreitar os olhos para o monitor e reconhecer o número de voo em que o marido e a filha estavam.
Os dois levantaram dos bancos de ferro e logo andaram para um dos portões de embarque e desembarque mais perto da área que eles estavam, ansiosos e cheios de saudade para receber e Leonor, depois de uma semana fora de casa. Após uns bons minutos, várias pessoas começavam a sair pela grande porta de vidro, até que os dois avistaram a dupla dinâmica, onde Leonor parecia a personificação do McFLY pela camisa temática que usava e o homem a derrota em pessoa, com um semblante incrivelmente cansado de quem só queria colo depois de horas dentro de um avião.
O abraço não tardou a chegar e enquanto a ponta mais nova daquela família parecia uma matraquinha tagarela contando sobre todas as camisas legais que tinha trazido pro irmão, a ponta mais velha pedia socorro com apenas um olhar pelo desgaste. Ele não estava mais tão novo quanto costumava pensar. e filho ajudaram a arrastar as malas e entre abraços e risadas, os quatro iam saindo do aeroporto imenso daquele lugar.
-Eu vou dormir doze horas seguidas depois do banho. – O homem disse com a boca contra a cabeça da esposa, sentindo o acocho do abraço aumentar.
-Exausto? – Ela perguntou baixinho ao enfiar o rosto na bochecha dele e ganhou um beijo rápido nos lábios.
-Pra caramba. Eu odeio jet lag. – Os dois riram com o trocadilho nada intencional e mais um beijinho rolou em meio ao abraço apertado do casal.
-Em casa a gente liga a hidro! – Ela piscou sabendo que aquela era uma ideia maravilhosa e ouviu o suspiro contente dele sobre a banheira de hidromassagem pra aliviar o cansaço de uma viagem longa.
-Só eu sei como eu te amo, mulher! – O suspiro de escapou cansado da boca dele e mesmo que soubesse de todas as intenções da esposa em querer ligar a hidromassagem, ia manter a palavra e segurar a vontade até que as coisas estivessem mais do que esclarecidas.