Sinopse: Entre duas personalidades distintas, enquanto uma era tímida, a outra ousava dar tudo o que seu desejo mais primitivo queria, enquanto dentre todos os erros, era o único que não se arrependia que traria consequências desastrosas para sua vida.
Gênero: Dramas, romance
Classificação: +16
Restrição: Aspectos sobre doenças mentais sutilmente, linguagem de baixo calão e insinuação sexual.
Betas: Rosie Dunne
Status: Longfic
sentiu a dor de cabeça, os braços moles, enquanto todas as imagens se misturavam a sua memória, ao passo em que tomava ciência de onde estava.
A garota sentia sua cabeça latejar com as informações que chegavam como socos em sua mente, os cabelos em tons azuis, as roupas pretas, enquanto percebeu que estava no banheiro de algum lugar.
De novo não, enquanto abriu a porta revelando a imagem de sua outra identidade, a maquiagem pesada, enquanto sentiu as imagens virem sua mente.
(…) —Eu trabalhei em Paris. (…) (…) Sou a melhor programadora do mundo, Cerberus (…) (…) Eu trabalhei para melhorar a indústria de CTF Chinesa assim como a japonesa, acredito que tenho um grande valor (…). (…) A indústria de CTF pode crescer rapidamente na Coreia, com o incentivo certo (…).
percebeu o contrato assinado, enquanto as imagens de quem ela deveria esquecer surgia novamente em sua mente.
Ah, não, não… novamente, ela estava atrás de .
E, novamente, ela precisava fugir dele.
X
Um mês e meio antes.
A mulher se encarou no espelho –, as roupas eram como a personalidade dela, simples e sem graça, apesar de que aquela era amada por todos, porém deveria mostra a todos que ela podia ser desejada também.
Percebeu a mala, enquanto encarou as roupas dela uma a uma, e se perguntava como sua metade poderia usar tais vestimentas sendo filha de um CEO de uma grande companhia? Porém, ela entendia que ela havia decidido pela discrição ao invés da extravagância da vida dos ricos – profissionais demais, apesar do gosto de ambas serem parecidos, apenas vestiu a camisa preta com short curto, os cabelos castanhos ganharam a coloração azul que amava enquanto a unha foi pintado de preto, enquanto encarou o espelho com cuidado.
A tinta ainda não estava bem colocada, porém deveria saber que não podia negar sua existência.
era uma parte importante dela, sorriu ao pensar no porquê dela está tão agitada, afinal ela estava no mesmo hotel que o patrão que tinha interesse.
era tão covarde ao ponto de ter fugido do casamento com Yuki.
O mesmo Yuki que seduziu para ela, mas sabia que no momento que conquistasse o nome Kuroko, ela teria largado aquele homem de imediato para sua próxima conquista.
O que queria, fazia de tudo para a mulher tímida ter em suas mãos desde empregos promissores e cursos, até homens, porém seu espírito livre não permitiria ser apenas a nora perfeita da família Kuroko, e imaginava que o estresse de se casar não faria bem nenhum para sua contraparte, apesar de ter gostado de Yuki.
Ela apenas desejava conquistar, enquanto o barulho na porta a alertou, ao mesmo tempo em que sorriu ao perceber o homem parado na porta com uma camisa arregaçada, os primeiros botões abertos, e sorriu.
Ah, tinha realmente um ótimo gosto.
— , eu tenho….
Ele parou no meio da fala, a mulher estava com uma camisa preta amarrada no umbigo, ao mesmo tempo em que sorriu para ele, enquanto percebeu os cabelos coloridos de azul, e o olhar diferente do que estava acostumado.
Destemido, até.
— Algum problema, Boss?
O tom era diferente do que ele estava acostumado, a mulher parecia completamente diferente, ao passo em que ela pensou em desligar o gravador da , todavia queria que então contraparte soubesse que estava lhe dando todos os seus desejos mais profundos.
E um deles era… .
— Nós temos reunião de manhã. Eu quero revisar a sua… A sua…
— Apresentação? Claro, porque não entra?
Sugeriu, enquanto o chefe ponderou por meio segundo, não seria correto entrar no quarto dela, porém não parecia incomodada.
— Aqui está, Boss.
ignorou qualquer sinal de alerta sobre isso, enquanto apenas revisou a apresentação da programadora, o homem apenas sentiu as mãos ao redor do seu tronco, ao passo em que a voz dela soava doce.
— Boss, que tal uma pausa?
— Eu preciso…
Antes que pudesse dizer qualquer coisa, a mulher se sentou no seu colo, os olhos amendoados eram diferentes dos olhos gentis que ela tinha normalmente.
Havia desejo ali.
— Você pode realizar meu desejo?
Enquanto os lábios tocaram os seus, e qualquer tipo de razão que havia em afastar ela foi deixada de lado de imediato, enquanto as mãos afobadas estavam em sua camisa, e a unha pintada de preto arranhou seu pescoço.
Seu desejo havia falado mais alto.
se lembrava do beijo que iniciara tudo –, se lembrava das palavras dela, da cor da pele dela embaixo daquela roupa, se lembrava de que havia rasgado a roupa íntima dela, havia a feito sua naquela noite, havia amado cada pedaço daquele corpo saciando seu desejo interno sobre aquela mulher
E havia sido deixado para trás sem nenhuma nota, bilhete ou até mesmo SMS, o deixara naquele quarto de hotel sem qualquer explicação.
havia desaparecido como fumaça, a carta de demissão foi deixada em sua porta, enquanto o mero pensamentos surgiu ao ver o nome dela ao lado dos colaboradores.
estava de volta.
A mesma que o deixou no quarto de hotel, a mesma que lhe provocou de repente na cama daquele mesmo hotel, a mesma que fugiu no dia seguinte, e a mesma que disse palavras doces em seu ouvido enquanto amavam um ao outro.
E a mesma que desapareceu feito fumaça.
Encarou o nome da programadora, como ela ousava volta depois de todo aquele incidente entre os dois?
— Jin. Você está bem?
Enquanto o mesmo lhe sorriu, um sorriso falso. cruzou as pernas.
— Como ela conseguiu?
— Ela usou o nome profissional dela, …
— ?
— , ela é filha do CEO da Corporation, mas ela usou o nome de batismo dela quando se inscreveu na nossa empresa. Ninguém pensou em pesquisar sobre a vida pessoal dela, afinal…
desfez o nó da gravata, enquanto imaginava do porque ela aparecer só agora? Depois de mais de três semanas desde seu desaparecimento da sua vida, do trabalho e da cama de .
— ?
— Ela sempre soube onde ela estava, mas nunca me disse, por isso nós brigamos ontem à noite.
— Não deixe meu problema com a atrapalha seu romance, cara.
— Eu estou aqui do seu lado. O que ela fez não tem sentido algum, não acha?
sempre havia questionado as atitudes da melhor amiga da então namorada, apenas encarou o nome enfeitado dela, a assinatura dela, e sussurrou:
— .
Sussurrou enquanto encarou o portfólio, e franziu o cenho. Porque uma aluna com tais notas escolares iriam para um cargo que não usava todo o seu potencial como programadora quando entrou dentro da bendita empresa. tinha mais alguma coisa a esconder dele? Analisou o currículo entregue por aquela mulher.
— Ela está aqui a negócios, Jin.
— Eu sei, se ela estivesse por outra coisa, ela não teria fugido em primeiro lugar.
¹PID – Perturbação de identidade dissociativa é uma perturbação mental caracterizada por pelo menos dois estados de personalidade distintos.
CAPITULO II
encarou .
A mulher bebeu a vitamina, enquanto engoliu os comprimidos que o médico havia receitado, ao passo em que se perguntava como aquelas duas personalidades de pudessem ser tão opostas uma à outra?
Porém, aquela era –, enquanto a mesma encarou as roupas, o vestido preto solto na cintura era simples, porém não houve conversa com a então amiga de sua contraparte, enquanto a maquiagem havia sido um debate acirrada entre as duas e, por muito pouco, não haveria glitter nos olhos da então melhor amiga.
suspirou, enquanto parecia emburrada com as atitudes da então amiga de adolescência.
— Isso é ridículo.
— Ridículo? Da última vez que você esteve no controle… Você e quase casaram por um capricho seu com Kuroko Yuri.
Retrucou em tom sério, enquanto a mulher suspirou, enquanto aquele pensamento era distante, a mesma havia esquecido do japonês com quem quase trocará alianças, ao qual não era tão ruim visualmente, porém tinha um novo alvo em mente.
—Oh, mas ela fugiu. Estilo noiva em fuga estava em alta na época.
respirou fundo, enquanto bateu no volante do carro, era destemida, e apesar dos milhares de problemas que havia passado por ela, havia coisas que apenas faria por , ao qual nem a própria faria.
— Pense na .
— Ela o quer.
— Mas querer não é poder, – murmurou, os olhos fixos nela – já passou por muita coisa, não acha?
— Muita coisa, se dependesse dela ela não teria nem ido para faculdade, ela odiava administração… – resmungou baixo, enquanto a mesma suspirou – Vou vê-lo pela última, cancelo o contrato, e nós vamos para França.
— França?
— É o local preferido da . Então, vamos? Eu só vou cancelar se concorda.
Sugeriu, enquanto encarou que arqueou as sobrancelhas. Algo estava estranho, porém apenas poderia tirar daquela situação naquele momento, enquanto manobrou o carro pelo estacionamento da empresa, ao passo em que se encarou no espelho do carro.
— Ele me odeia?
— Ele não é o seu maior fã. Mas vamos.
— Ele deva amar a , certo?
— Eu não sei se ele gosta de vocês, mas… Melhor cortar o mal pela raiz, , para ninguém se machucar.
desceu do carro sendo seguida por , que sorriu para a melhor amiga, enquanto a brasileira encarou a então mulher que pegava a bolsa.
— Podemos retocar a maquiagem?
— Sua maquiagem está impecável.
— , essa é a última vez que vou vê-lo. Então, podemos retocar a maquiagem?
Fez um bico, apenas foi arrastada para o banheiro feminino, decidiu ir num dos boxes, enquanto ajeitava o bendito batom rosa que fora forçada a colocar.
— Segura minha bolsa.
— Claro. Vamos, seja rápida.
Sorriu para amiga, porém quando estava prestes a sair do banheiro, a porta de entrada estava fechada –, suspirou, enquanto colocava a placa de interdição no início do corredor que não seria capaz de ouvir os gritos de , enquanto segurou a bolsa da amiga.
E voltou até onde as batidas na porta eram altas, e disse em tom normal.
— Eu preciso fazer isso por ela e por mim.
— . ABRE A PORRA DA PORTA!
— O banheiro vai estar interditado por um tempinho, quando eu tiver terminado venho lhe soltar, ok, ? Eu te amo.
tentou abrir a bendita porta, enquanto socou a parede.
havia pedido para cuidar dela.
Merda.
1 ano e meio antes.
Ele ainda não era o presidente.
Havia dois motivos para não ser o presidente: o primeiro era que seu pai queria netos, porém, aos 26 anos, e o segundo, que também poderia ser considerado parte do primeiro, era que não pensava em formar família naquele momento.
Passava boa parte do tempo no escritório, da casa para o trabalho, do trabalho para casa.
Não havia tempo para um segundo, terceiro ou quarto indivíduo em sua vida.
Suas relações amorosas não eram longas, apesar das tentativas frustradas de seu pai em casar ele com alguma moça de família abastada.
Não havia tempo para romance, apenas piscou duas vezes enquanto se encostou na cadeira, ao passo em que o cansaço dos últimos dias estavam afetado seu desempenho naquele momento.
Eram duas horas da manhã –, coçou os olhos repletos de sono, enquanto ouviu o assobio suave pelos corredores, apenas franziu o cenho ao perceber a pessoa andando despreocupadamente com uma sacola de lado, e uma lata de suco nas mãos.
Aquela era –, a estrangeira que todo o andar falava, a mesma que fazia a própria comida, observou a mulher se sentar na frente do computador, enquanto ligou, ao mesmo tempo em que encarava o céu escuro da madrugada.
Foi a primeira vez que a viu.
— O que houve?
— Ela está grávida.
A palavra grávida escapou dos lábios de , o mesmo encarou o melhor amigo.
— O que você pretende fazer? Você tem um encontro a cegas que seu pai arranjou hoje, como você…? – passou os dedos pelos cabelos, enquanto tentava manter a compostura — Grávida.
estava grávida –, o simples pensamento da mulher está carregando seu filho parecia se tornar cada vez mais real, ao mesmo tempo em que a lembrança daquela noite vinha em sua mente, da mulher deitada sobre seu peito e sonolenta, enquanto sussurrou que gostava dele.
teria dito o mesmo naquela mesma noite para ela, porém a mulher sumiu feito fumaça.
— ?
— Cancela. Eu não tenho… Porra, ela está grávida.
Apenas respirou fundo, enquanto enterrou os dedos em sua cabeça, ao passo em que percebeu do lado de fora, a mesma apenas bateu na porta deles, enquanto percebeu que estava ainda catatônico.
— Ela não está em condições de conversa agora. Pode fazer para o…
— Eles estão bem? Ela?
As palavras escaparam antes que pudesse raciocinar o que disse, percebeu dar um suspiro.
— Ela está emotiva. Ela precisa descansar. Além de que, ela não queria ter dito dessa forma, mas… as circunstâncias de vocês são complicadas.
A palavra complicada soava irritante para si, ao passo em que encarou que observava como se eles conversassem entre si.
apenas deixou as pernas cederem, e deixou seu corpo cair sobre a cadeira.
— Eu irei levar ela no médico.
Antes que saísse, suspirou.
— Deixe que a eu a levo. Eu preciso…
— Eu não acho que seja uma boa.
— Srta. , por favor.
1 ano e meio antes.
Desde quando fazia parte de suas obrigações como programadora fazer comida para ela?
Fazia uma semana desde que seu chefe roubou sua marmita da geladeira e, ao qual, ambos haviam tido uma grande discussão.
— Então, pode trazer minha comida, Srta. ?
Ignora a ordem, era isso. estava puta com ele, porque durante três dias seguidos, ela teve sua comida afanada da geladeira, e três dias seguidos que teve dividir sua comida com porque o mesmo separava um pouco de sua própria comida para ela fingindo que ambos tinham um acordo de dividir alimentos.
Todavia, não se lembrava de tal acordo até ver seu chefe comer todo o seu almoço.
Era ridículo, pensava se aquilo não era abuso de poder, porém apertou os lábios ao tentar imaginar porque demônios era a única a sofrer com tal tratamento.
Se acalme, se acalme, se acalme… Respirou fundo, enquanto apertou a bola antiestresse que seu terapeuta recomendou, se acalme, porém, a cadeira foi virada para encarar os olhos castanhos bonitos.
Ah, ele é gostoso, apesar de um idiota, naquele momento, ela soube que queria mais do que dividir comida com ele, porém conteve aquele seu lado.
Ela tinha que estar calma para não ocorrer de assumir o controle, e provavelmente tascar um beijo nos lábios que estavam próximos demais.
— Srta. . Você pode me trazer minha comida?
— Porque você não pega?
Resmungou baixo, enquanto todos da equipe encaravam os dois, uns cochichos, enquanto todos viram o sorriso largo de se transformar numa careta.
— Se trouxe minha comida, lhe dou mais dois dias de prazo para o projeto.
A garota franziu o cenho. Era uma barganha?
— Três. O pessoal do marketing precisa de três.
— Negociando comigo?
— Eu posso fazer um obento todo dia se aumenta os prazos dos projetos – ela a avaliou o homem que avaliou o rosto dela – Mas, você dá o dinheiro para comprar os ingredientes. Eu não irei fazer isso de graça.
retirou algo bolso –, cartão preto.
— Eu quero peixe amanhã. Me surpreenda.
— E qual…?
— A data do seu aniversário.
Ela ignorou aquela frase dizendo a si mesma que não era nada.
Não era nada –, porém, ela sabia que havia uma sementinha em seu coração florescendo, todavia, antes que aquele ato se concretizasse.
jamais seria dela.
O carro parado ali –, não era o de .
A mulher reconhecia o carro de luxo de de longe, enquanto apenas se afastou, porém percebeu o homem batendo sobre o volante, não queria lidar com agora, ao passo em que o homem apenas abaixou os vidros.
— Entre.
— Eu vou com a…
— Eu vou levar você no médico. tem um encontro com .
A mulher suspirou, enquanto apenas manteve uma expressão neutra em seu rosto. Merda, queria fugir, estava acuada, porém ignorou quaisquer sentimentos que tinha em seu corpo, enquanto apenas entrou no carro e colocou o cinto.
— Você está bem?
— Essa consulta já estava marcada, Sr. .
Murmurou, enquanto pensava em evitar uma conversa, ao passo em que digitou no seu celular para .
:
quis conversar.
Vá no médico com ele. Irei te buscar se precisa.
:
eu pego um táxi. Não se preocupe.
— Eu posso ir de táxi.
Ela disse enquanto o mesmo parecia encarar o relógio com preocupação, se lembrou que não era mais um gerente de equipe.
Agora ele era o presidente da empresa.
— Nem pensar. Você deve estar cansada da viagem… – murmurou o homem, os olhos fixos em si – Seu enjoo passou?
Se havia passado, ela estava morrendo de fome naquele momento, porém, suspirou, enquanto saia do estacionamento em direção, porém parou o carro.
— O que você…?
O homem saiu do carro, enquanto a mesma tentava ver onde ele estava indo, porém, não demorou muito para o homem volta com uma sacola da McDonald’s na mão.
— Coma.
—Como você…?
— disse que você deveria estar com fome, e provavelmente iria querer batata frita. Ainda gosta de batatas fritas?
Não seja assim, não seja gentil, não seja gentil, apenas pegou a sacola, enquanto o cheiro de batata frita chegava às suas narinas.
Na última semana, era a única coisa que não botava para fora de imediato, enquanto apenas percebeu o suco.
— Mas, isso foi…
— Pedi para alguém fazer o pedido enquanto pegava o carro e você.
— Ah, entendi.
Não crie expectativas.
Dois anos antes.
encarou o volante do carro, enquanto entrava com tudo –, vestida de noiva, com os cabelos impecáveis, enquanto ouvia os gritos dos atendentes da loja que estava escolhendo o vestido.
— Como isso aconteceu?!
Sua voz soou estrangulada, enquanto tremia. As imagens que deveriam estar surgindo na cabeça da mulher parecia chocá-la cada vez mais, enquanto pensava que havia ido longe demais dessa vez.
— Eu achei que gostasse dele.
— Ele é meu veterano! Mas eu não o vejo assim! Nós só estamos trabalhando juntos. Como isso ocorreu?
estava em choque –, enquanto retirou o véu, enquanto o número do celular apareceu na tela do smartphone, enquanto jogou o celular para longe.
— O que você quer fazer?
— Com toda a certeza eu não quero casar com ele. Me empresta o seu.
Ela então digitou o número, enquanto ao terceiro toque, a pessoa atendeu.
— Pai, cancela o casamento. Eu vou para Coreia. Diga para ele que eu sinto muito.
percebeu o rosto pálido da amiga, após tantos anos longe de casa, ela fugiria novamente do Japão.
— Você vai comigo?
— Sempre.
Após anos, ela começou a se lembrar do que fazia, e a vergonha alheia vinha ao perceber que eram desejos que ela mantinha guardado dentro de seu coração.
Ela queria aquilo.
E dava.
— Chegamos.
O hospital era de renome, havia conseguindo uma vaga num horário assim que soube que estava grávida.
— O que médico na China disse?
— É a primeira vez que eu estou…
— Você ainda não foi?
— Como eu voltei rápido para a Coreia, eu decidi fazer a consulta aqui antes de…
Ela parou. Eles ainda haviam decidido o que fariam dali em diante, seria presente na vida de seu filho? Enquanto franziu o cenho, havia decidido volta ao Japão após término do contrato, porém, parecia interessado em ter aquele filho com ela, porém os sentimentos que borbulhavam em seus pensamentos deveriam ser silenciados um a um.
Sentiu a mão empurrar para o elevador, enquanto ele mantinha uma das mãos da porta, e outra sobre os braços dela, porém uma grande quantidade de pessoas entrou, se colocou entre ela e os outros ocupantes, e ela instintivamente segurou o casaco dele, enquanto o mesmo percebeu o desconforto dela.
— Está tudo bem?
Porque ele tinha que ser tão doce? A mesma meneou em positivo, enquanto percebeu o fluxo de pessoas saindo.
— Qual andar?
— Terceiro.
Sussurrou, enquanto passavam e a quantidade ia diminuindo gradativamente, ao mesmo tempo em que ambos se encaravam de forma constrangida, saiu correndo até a recepção, dera seu nome a atendente, e se sentou para aguarda.
Controle, são os hormônios, foi tirada de seus devaneios.
— Sra. . Você é a próxima.
— Pode ficar aqui — disse ao se levantar. — Vai ser rápido.
— Não, quero participar de tudo. Afinal é meu filho, não é?
Meu filho, havia uma estranheza naquela fala.
— Nosso.
Corrigiu, enquanto sorriu para ela, ao mesmo tempo em que ela não teve reação quando ele pegou sua mão e enlaçou os dedos nos dela como se fosse algo rotineiro entre eles.
— Vamos, Sra. .
O médico sorriu simpático ao casal, apenas se sentou, enquanto o homem passou o álcool gel, e encarava os dados encaminhados por ela.
— Boa tarde, aos dois, e… Seu histórico é excelente, apenas uma anemia leve, Sra. … Então, como está se sentindo?
Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, parecia ansioso.
— Ela vomitou essa manhã, doutor. Não consegui comer nada, além de umas batatas e um suco depois. Ela parece pálida.
— Seu marido está bem preocupado, é normal isso. Irei receitar algumas vitaminas, além das que tem tomado por conta de sua anemia, e alguns suplementos e remédios contra o enjoo e vômito. Você pode ir troca de roupa com a enfermeira Oh, Sra. , eu e o seu marido vamos esperar aqui.
Os dois ficaram envergonhados pelo que o médico havia deixado escapar, para não constranger o doutor em explicações que ela pensaria serem vergonhosas para dizer, apenas levantou-se da cadeira e foi com a enfermeira trocar a roupa, enquanto retirava o casaco, e colocava a roupa para o procedimento, a mulher parecia querer tranquilizá-la.
— Você irá ser uma gestante linda.
— Obrigada.
— Seu bebê irá ser lindo também — a enfermeira dizia enquanto ajudava a vestir, a mesma sorriu constrangida pelo elogio — Você e seu marido são lindos.
— Ah, er, ele. — suspirou. — Obrigada.
Ao mesmo tempo em que retornavam para o procedimento, percebeu e o médico esperando, enquanto se sentou na cadeira, a toalha posta em sua barriga, o gel foi colocado pela enfermeira.
— Você pode sentir um friozinho. Ok?
O médico sorriu, enquanto a mesma torcia os dedos, porém, a mão a segurou para acalmar a ansiedade que parecia crescer, enquanto o som preencheu o local.
Era único –, a imagem era borrada demais para entende, enquanto o som do pequeno coração batia rápido demais, elétrico e viciante.
Ela ficaria viciada em tal som facilmente, ao passo em que os dedos enlaçados aos seus, e observou a expressão eufórica de .
— Ele está bem, doutor?
— Seu marido e você estão nervosos. São pais de primeira viagem, não é? Vejamos… O desenvolvimento está de acordo com o tempo de gestação. E também, meus parabéns. São gêmeos.
Ela paralisou, enquanto percebeu os dois sons distintos e tão idênticos ao mesmo tempo.
Gêmeos?
— Olha isso, irmã!
A mão segurava a sua, ao mesmo tempo corriam pelo quintal, sendo seguidos pelo cachorro, enquanto a risada preenchia o local.
Os olhos idênticos aos seus sorrindo.
— Vem, !
— ? Você está bem? ?
A voz chamou sua atenção, enquanto as lágrimas desciam por sua face, ela então riu, uma risada nervosa, enquanto apertava as mãos de , estavam segurando as suas com delicadeza, enquanto o tremor não passou despercebido por ele.
— Se acalme. Você quer água?
Ela negou, enquanto apenas sentiu o aroma das roupas do então pai de seus filhos, ao mesmo tempo em que percebeu que estavam sozinhos no consultório.
— Médico deu um pouco de privacidade, já que você parecia prestes a chorar.
— Obrigada.
Ela se afastou, enquanto se ajeitou, o constrangimento que sentia era visível nas pinceladas vermelhas na bochecha dela, porém, os dedos estavam sobre suas bochechas molhadas.
— Eu pedi a gravação do som coração deles. Vocês querem uma cópia, certo?
A voz da enfermeira soou, enquanto encarou , talvez os hormônios, estivessem influenciando aqueles sentimentos.
— Duas. — o homem disse após da pergunta. — Por favor. Eu também quero.
Um ano e meio antes.
Estava com fome, morrendo de fome.
Onde diabos estava com sua comida? Será que… ? Não, ele não faria isso, porém, confirmou quando percebeu que já havia passado da hora de almoçar.
E ele não tinha comido nada além de ter tomado um suco de manhã –, saiu da sala, enquanto a sala barulhenta estava em silêncio, algumas pessoas estavam passando o dia e a noite ali, enquanto abriu a geladeira dos funcionários.
O obento estava num recipiente rosa –, ignorou que aquela refeição tivesse dono, apenas esquentou no micro-ondas, e se alimentou.
A carne estava divina, enquanto apenas pensou que poderia ser a fome, porém, o molho usado, enquanto o arroz estava no ponto.
Era uma comida dos deuses.
— Chefe… Esse é o meu almoço.
A voz de soou ultrajada, percebeu o olhar milimétrico da mulher, ao passo em que engoliu a seco.
— Eu…
— Eu ainda não almocei!
E foi a primeira vez que percebeu o quão bonita aquela mulher parecia irritada.
Apesar de que ela era adorável tímida.
queria beber, porém havia também vontade de vomitar após o resultado de que ele seria pai de gêmeos –, observou o melhor amigo chegar com até onde ela e estariam morando provisoriamente, num hotel, enquanto a gravação do coração de seus filhos estava em seu celular, e o fone de ouvido estava conectado.
Ele ouvia o som do coração… Era rápido, único e seus filhos.
Nossos.
A voz de soou antes da entrada na consulta com o médico, e a mesma voz emocionada, ao passo em que não se moveu de lugar, suspirou.
— Seu pai.
O smartphone tocava –, o nome pai brilhando, enquanto a vontade de vomitar voltou, ao passo em que saiu do carro e foi ao beco mais próximo.
Ele seria pai.
Merda.
Aquele simples pensamento o aterrorizava ao pensar que ele era pai.
— O que vai dizer para ele?
não sabia nem o que dizer para si mesmo, enquanto apenas limpou a boca com o pano.
O que dizer a ele?
Sete anos antes.
encarou a mesma janela.
Os olhos castanhos fixos, enquanto a cabeça doía, as mãos fechadas em punhos, enquanto as lágrimas desciam por sua face, ao mesmo tempo em que Kou segurava a sua mão após as palavras ditas por eles.
O peito doía, enquanto respirou fundo, a mesma encarava as pessoas que a observavam, a mesma sentia aquele momento em que todos escondiam algo de si.
— Onde está a Ayane?
Sua voz soou como um sussurro, enquanto o mesmo encarou ela, apenas percebeu o irmão mais velho sorrir de forma triste.
— Eu tenho que te contar uma coisa, .
A mulher acordou, a mesma apertou os lábios, enquanto encarava o nada por algum tempo.
Seus sentimentos estavam em constante conflito, enquanto apenas encarou a barriga ainda plana.
Ela tinha que proteger seus bolinhos de arroz.
O sapato voou até onde estava.
O homem mais velho com cabelos grisalhos era segurado pela sua mãe, enquanto o então Presidente da Corporation observava ele com atenção, avaliando o risco que estava correndo em dar um ataque cardíaco ao seu pai.
— COMO VOCÊ OUSA CANCELA? SEU BASTARDO! COMO VOCÊ OUSA?! A filha dos Park ficou esperando a tarde toda por você! QUAL É A SUA CONSIDERAÇÃO?
havia dito para cancelar, porém, provavelmente estava distraído com para não ter dito nada a então irmã de Park Ji-min, o homem apenas percebeu o mais velho furioso querendo avançar em si com o taco de baseball que provavelmente foi tirado do armário de coisas que o Yiran jamais usaria.
— Eu tive um contratempo.
— E o que seria mais importante do que seu encontro as cegas? O QUE, ?
o observou atentamente, ao passo em que soltou de uma vez.
— Eu engravidei uma pessoa.
A frase dita era séria, enquanto percebeu o taco cair no chão, a mãe o encarava chocada enquanto o homem mais velho se recuperava do choque inicial.
— O que você disse? Seu maldito! Como assim?
— Você vai ser avô. Feliz? Não queria netos?
— Quem é a golpista?
— Ela não é golpista. Pai.
estava sem paciência, enquanto o outro sapato voou até ele, o apenas percebeu o rosto do mais vermelho fica mais vermelho.
— Eu irei para meu quarto. Boa noite, pai, mãe.
Ao mesmo tempo em que o homem soltou um grito, Yiran apenas ordenou.
— Encontre essa mulher.
Dois dias depois..
ignorou qualquer mensagem, telefonema e pessoas.
E, principalmente, , ela ainda queria lidar com seus sentimentos, havia dois bolinhos de arroz em sua barriga que precisavam dela.
O médico havia dito: sem emoções fortes e, ao qual, ela seguiria a risca para evitar maiores complicações em sua vida.
E ,ao qual, ela não poderia deixar qualquer um machucá-los.
Ela já amava eles –, eles eram seus pequenos tesouros, enquanto se encolheu na cama com o simples pensamento de que os pais de fossem tratar suas crianças mal.
Talvez pudesse fugir, porém suspirou. Como adulta que era? Era necessário fugir? Alicia não se orgulhava das suas fugas do passado, ao qual, ela sempre soube que não era o melhor caminho.
Mas como lidar com os problemas que trazia para si? A mesma entendia que era culpa sua também mas, ao mesmo tempo, ela não poderia assumir a culpa por algo que não havia feito.
reconhecia aquele ato, havia passado diversas vezes com ela desde a adolescência. Ela estava triste, triste ao ponto de fingir que não havia nada no mundo que a incomodasse.
A mensagem a alertou.
Pai: estou a caminho da Coreia.
ignorou a mensagem e a foto, seu pai no aeroporto com sua mãe e irmãos mais velhos –, o que eu fiz? A apenas percebeu o caldo a sua frente, enquanto a mesma parecia prestes a desmaiar só em pensar em ver seu pai e irmãos ali.
— Eu tô ferrada.
— O que foi?
Apenas mostrou a foto de Kou, seu irmão mais velho, e Arata ao lado de sua mãe e pai a caminho do voo que provavelmente seria naquele momento, ao mesmo tempo em que apenas encarou a foto do quarteto do clã .
— O que você pretende fazer?
Ao mesmo tempo em que a campainha tocou, suspirou, pensando nas possibilidades de seu pai, mãe e irmãos não descobrirem a encrenca em que estava, porém o destino gostava de brincar com ela.
E uma das pessoas que menos queria enfrentar estava ali.
Yiran, pai de .
Seis meses antes.
encarava a mulher dormindo sob a cadeira.
A pressão daqueles dias na empresa levavam vir a passar dias ali, enquanto agarrada ao travesseiro de urso, ao mesmo tempo em que colocou o pano sobre as costas dela.
Observou o trabalho no computador da mulher e sorriu, enquanto colocou o café expresso em cima da mesinha, os olhos fixos no rosto pálido, ao mesmo tempo em que pensava como alguém poderia dormir em uma posição tão desconfortável como aquela…
E, ao mesmo tempo, ser uma pessoa fofa como , a mesma parecia cansada demais ao resmungar.
— Tirano.
O sussurro dito em japonês soava como um insulto para si.
batucou sobre a mesa de seu escritório, enquanto o som do coração de seus filhos soava no seu celular.
Ele estava apaixonado por aquele som.
Um som único, ao qual, a realização de que seria pai, ao mesmo tempo em que entrou com tudo com o celular em mãos.
— Se acalme, .
Ele encarou o homem, enquanto colocou no viva voz, e a voz de seu pai soou pela sala.
— Quanto você deseja para deixar os meus netos e meu filho em paz?
— Senhor , eu…
— Olhe, criança, você teve sua noite com ele. Engravidou e tudo mais, mas não irei permitir que fique com o meu filho… Então, quanto você quer?
apenas pegou a chave do carro, sendo seguido por , enquanto xingava todas as pessoas envolvidas naquela situação.
Deveria saber que seu pai iria atrás de .
Deveria ter feito o melhor para proteger ela, ao mesmo tempo em que pensava que ela deveria estar nervosa naquele momento.
A mulher estava desprotegida.
Ao menos foi o que ele pensou.
sempre soube que os pais de poderiam ser bastante relutantes com ela.
A mesma sabia disso, talvez o fato de vir de uma família com o mesmo passado e talvez as mesmas atitudes da então família Kuroko, porém diferente de Yuki, eles não sabiam suas verdadeiras origens, afinal ser discreta numa família como os era uma das dádivas.
Ela não estava surpresa que ele, alguém nascido em berço de ouro, como Yiran viesse lhe oferecer dinheiro para abandonar não só mas seus dois bolinhos de arroz, ao mesmo tempo em que questionava como aquele tipo de trama fazia sucesso nos dramas coreanos, e sabendo que ela mesma consumia tal conteúdo com afinco.
Era um absurdo que aquela situação estivesse acontecendo com ela.
Aquelas crianças eram suas também, e aquele homem não tinha o menor direito de tirar o direito sobre aqueles que ela iria carregar pelos próximos meses, e muito menos lhe insultar.
Era os hormônios, com toda a certeza, com aquela raiva que consumia seu ser.
Estava irritada com isso, enquanto riu.
Pensando nas novelas que mostravam que o amor superaria tudo.
Estavam todas erradas, suspirou, ao mesmo tempo em decidiu encarar o homem que ainda esperava uma resposta.
— Eu até posso sair da vida do seu filho, mas as crianças no meu ventre não. Eu não abrirei a mão delas.
Desde o momento que soube que iria conceber uma vida, ela se tornou mãe. sentia todos aqueles sentimentos absurdos que sua mãe havia dito na infância para ela, ao qual ela jamais esqueceu.
Uma mãe defenderia sua cria.
Era isso que ela o faria, enquanto instintivamente protegeu sua barriga plana, o que não passou despercebido pelo mais velho, Sr. avaliou a mulher atentamente.
— Você parece inteligente, senhorita . Sejamos realistas, o que uma noite com foi uma dadiva, não acha que deve deixar ele ir embora… De preferência para sempre.
A mesma engoliu a seco, suspirou, a mesma riu uma risada rouca ao pensar nisso, enquanto ajeitou no sofá.
— Eu não irei entregar meus filhos, Sr. .
— Então, iremos aos tribunais. Veremos para quem o juiz irá entregar a guarda das crianças, senhorita .
A mesma riu, uma risada genuinamente nervosa, enquanto encarou o homem mais velho seriamente, mesmo que ele fosse o pai de , não haveria direito algum para com ela.
— Você não sabe com quem está falando, acha mesmo que deixarei uma golpista pegar a minha fortuna assim?
Ele elevou a voz, a mesma voz soava macia demais enquanto encarou a mulher, a mesma percebeu quando o homem de idade próxima ao senhor Kim estava na porta.
— Quem é você para chamar minha filha de golpista?
A voz de Hatake, a mesma encarou o homem que lhe educou, ao mesmo tempo em seu irmão, Arata e Kou entrava também, junto a mãe que encarou a filha.
— E quem é você?
— Pai, mãe, irmãos mais velhos… – sua voz morreu lentamente, enquanto o mesmo encarou ela – Vocês chegaram.
Naquele segundo, apareceu na porta afobado, enquanto sentiu o rosto perder a cor.
Ah, hoje era um péssimo dia.