Sinopse: Uma bruxa de espírito livre e com uma certa tendência a não seguir regras. Esta seria a denominação perfeita para Gillian, um dos legados Lestrange, que além de ter uma personalidade grande demais para os olhos comuns, ainda é uma bruxa poderosa, repleta de talentos escondidos e com um conhecimento sobrenatural grandioso. Porém, além dos seus irresistíveis olhos verdes, Gillian Lovelorn Lestrange carrega consigo uma maldição que cerca as mulheres de seu sangue a séculos.
Fandom: Harry Potter
Gênero: Romance
Classificação: 18 anos
Restrição: Apenas a pp é interativa. O personagem principal é Draco Malfoy. A fanfic se passa no sexto livro/filme, com algumas alterações para dar sentido a fic.
Beta: Sharpay Evans
Mansão dos Malfoy – Dias atuais
A atmosfera dentro da mansão dos Malfoy era sombria como todos os bruxos que estavam presentes naquele lugar. Reunidos em torno da extensa mesa de um carvalho antigo, estavam ao menos meia dúzia dos seguidores do Lorde das Trevas, aqueles que tinham o prazer de se sentarem juntos a ele sobre aquela mesa e, mais que isso, aqueles com o privilégio de ouvir seus planos em boa e primeira mão.
O anfitrião daquela agregação – que de longe era o dono da casa, Lúcio Malfoy -, andava inquietamente por toda a sala e o motivo daquilo era simples: a insistência de Harry Potter em permanecer ainda vivo.
Voldemort estava descontente com todos os últimos acontecimentos, afinal, fracasso não era algo facilmente tolerado pelo bruxo e aquilo era facilmente visível entre seus comensais, principalmente por uma certa família bruxa que, como se não bastasse ter a infelicidade do patriarca estar preso em Azkaban, mal sabiam dos planos futuros que seu milorde tinha para o mais novo deles, Draco Malfoy.
De qualquer maneira, não era apenas a frustração do erro que seus seguidores haviam cometido que estava deixando-o imerso em ansiedade e sim a falta da presença de uma certa bruxa em particular. Um trunfo ao qual ele apostaria suas fichas, levando em consideração todo o histórico familiar da garota.
— Parece que nossa convidada não teme atrasos. — Voldemort soou irônico enquanto parava próximo a porta. — Afinal, onde está a garota? — A voz sibilosa direcionava-se a Bellatrix, que sentada ao lado de sua irmã, Narcisa, dava pouco caso à demora da sobrinha. Sabia que imprudência e rebeldia faziam parte da personalidade da jovem. Aos outros muitos que a conheciam, podiam facilmente dizer que, na verdade, a bruxa tinha o espírito livre e seguir regras não era nem de longe uma qualidade sua. Mas, apesar de conhecer o temperamento excêntrico da jovem Lestrange, Bella sentia que deveria tranquilizar seu mestre.
— A garota é um tanto quanto insolente, milorde, mas garanto que logo estará aqui. — A cautela era nítida em sua voz, temia falar algo errado, pois sabia que Voldemort não tinha o costume de perdoar atrasos ou aceitá-los.
Porém, quando estava prestes a interceder sobre o comportamento da garota, uma movimentação próxima a uma das duas grandes janelas que iluminavam o recinto foi percebida e, com uma rajada de vento certamente forte, ela se abriu. A princípio, todos ficaram sem entender o repentino evento, porém, os questionamentos que certamente iriam vir sem delongas foram respondidos quando uma jovem moça de longos cabelos negros entrou pela janela.
Usava vestes negras como a maioria, contudo, aquilo nada combinava com o delicado rosto que ela possuía, tampouco com a aura resplandecente que ela transmitia. Se outrem a vissem, dificilmente diriam se tratar de uma comensal da morte e, ainda assim, mesmo que soubessem, a dúvida certamente permaneceria em suas cabeças.
Apesar disso, ela era o que era. E foi neste exato momento que um dos ocupantes da mesa percebeu o quanto as aparências podiam enganar.
— Olá! — Disse sorridente, enquanto Bella balançava a cabeça pensando se aquilo realmente havia sido uma boa ideia e Voldemort encarava-a surpreso. — Acho que vocês chegaram um pouco cedo, hum? Milorde. — Andou até o mestre, fazendo uma pequena reverência, e tornou a andar entre a sala, sentando em uma cadeira vazia ao lado da tia. Explicações sobre o atraso? Não, ela não daria.
Sem delongas, ajeitou-se de forma que ficasse confortável sobre a cadeira e apesar de saber que todos os olhares estavam voltados sobre si – inclusive de Voldemort, que certamente estava achando aquilo no mínimo interessante -, pouco se importou. Ainda assim, não se tardou em se apresentar.
— Sei que todos devem estar se perguntando “quem, por Merlim, é essa garota” e conhecendo a minha amada tia, duvido muito que sequer comentou algo sobre mim. Portanto, vamos lá. Me chamo Lovelorn Lestrange. – Sorriu e foi naquele momento que percebeu o olhar fixo sobre si. Inclinou a cabeça sobre o ombro e com o olhar curioso sorriu. — Você eu conheço.
Voldemort olhou para Draco, e sem dar margem a mais conversa, sentou-se sobre a ponta da mesa com Nagini rastejando rapidamente para o seu lado.
— Ótimo, senhorita Lestrange. Creio que não há mais nada a acrescentar, certo? — piscou em afirmação. — Sendo assim, agora que estamos todos familiarizados, será que podemos começar? — Massageava as têmporas, tentando amenizar sua irritação.
Daquela frase em diante, deu-se início a mais uma inquietante reunião entre comensais da morte e durante toda ela, Draco Lúcio Malfoy não parou de pensar na bruxa sentada quase em sua frente e, em sua cabeça, a incógnita do porquê que a garota chamava tanto sua atenção permanecia e apenas uma coisa era certa: cada parte do corpo de Lestrange exalava problema.
Hogsmeade – Uma semana antes:
O vento frio castigava as maçãs do rosto da garota, enquanto ela caminhava com uma certa tranquilidade pelas ruas de Hogsmeade. Mesmo usando luvas, vez ou outra se pegava esfregando as mãos uma na outra, numa tentativa de trazer um pouco mais de calor aos seus dedos, já que a lã não cumpria totalmente o seu papel. De onde vinha, ela estava acostumada com o frio, de uma certa forma, mas ainda assim não deixava de se sentir um tanto incomodada com aquela sensação. Imaginava como poderiam haver pessoas que gostavam de se sentirem congeladas lentamente.
Abriu um leve sorriso de canto, sacudindo-se e dando um ou dois pulinhos antes de parar diante da atraente loja de doces, cogitando se não seria uma boa ideia entrar para dar uma olhada, mas uma vozinha chata em sua cabeça a alertou que assim acabaria se atrasando, como acontecia noventa e nove por cento do tempo.
— Melhor não. — Murmurou, consigo mesma, então retomou sua caminhada rumo ao bar que, por fugazes segundos, ela esqueceu do nome.
Arregalou seus olhos de susto, tentando buscar em sua mente qual era e até imaginando o rosto de sua tia, como se assim estimulasse alguma luz em seu cérebro. Quando nada veio, levou uma de suas mãos à boca, então respirou fundo, a fim de se tranquilizar. Num vilarejo como aquele, era pouco provável que existissem muitos bares.
Deu de ombros e, com seu olhar atento, foi em busca do primeiro que aparecesse.
Agradeceu mentalmente por sua procura não ser tão complicada assim e correu um pouquinho, de modo que conseguisse alcançar a porta antes que essa se fechasse, já que localizou o bar no exato momento em que um cliente saía de lá.
A primeira sensação que ela teve ao adentrar o local, foi a de que talvez ele fosse iluminado demais, em comparação às próprias casas de sua tia, mas quem era ela para julgar a excentricidade de alguém, certo? Já a segunda, foi a de ser abraçada por uma baforada de ar quente e aquilo era tudo o que desejava naquele momento.
Tirou o pesado casaco, já que não precisaria dele ali dentro, pendurando-o e varrendo o local com o olhar, buscando os únicos dois rostos que ela poderia conhecer entre as pessoas. Talvez aquele lugar estivesse até cheio demais, considerando os assuntos que iriam tratar.
Seguiu o caminho por entre as mesas até o balcão e soltou um suspiro impaciente ao perceber que Bella e Narcisa ainda não haviam chegado. Ela ainda tinha alguns minutos até a hora em que haviam marcado, então achou sensato tomar uma grande caneca de cerveja amanteigada enquanto esperava. Foi atendida por uma mulher bastante simpática e assim que tomou alguns goles da preciosa bebida, sentiu que ficava até um pouco mais leve.
Foi aí que o nome do bar brotou em sua mente.
— Cabeça de Javali! — Exclamou, sorrindo por finalmente ter lembrado e, como a mulher já havia saído de perto dela para atender outras pessoas, olhou em volta, procurando quem poderia lhe dizer que estava no lugar certo, mesmo que ela já tivesse quase certeza disso.
Percebeu dois bruxos entretidos em uma conversa enérgica e se perguntou como algumas pessoas conseguiam ser escandalosas às vezes. Riu de seu pensamento, então seu olhar foi atraído em direção a uma mesa, onde, diferente das outras pessoas, que estavam em grupos, havia um rapaz sozinho. Sua expressão facial não era exatamente das mais amigáveis, mas algo no jeito que ele encarava um ponto qualquer, absorto em seus próprios pensamentos, fez com que não conseguisse conter seus pés e seguisse até ele.
Contudo, antes que pudesse de fato dar início a uma conversa agradável, desastrada como só ela conseguia ser em alguns momentos, acabou tropeçando em seus próprios pés e esbarrando na quina da mesa onde seu alvo estava. Até ali, talvez não houvesse nada de preocupante. O problema foi ela derrubar cerveja amanteigada no rapaz como consequência.
— Esqueceu de como se olha pra frente, por acaso? — O garoto se levantou bruscamente e passou as mãos sobre o terno preto que usava na tentativa inútil de limpar o estrago feito por . A garota, por sua vez, arqueou a sobrancelha ao tom exagerado de como a pessoa em sua frente havia falado mesmo que ela tivesse provocado o acidente e, por um momento, teve a certeza de que ele não estava tendo apenas um dia ruim e ao julgar pelo tom de arrogância em sua voz, soube que seu temperamento era tão irritante quanto ela podia imaginar. — O que é agora, vai ficar aí parada só me olhando ou vai buscar um pano pra tentar não perder o seu trabalho?
— O meu o quê? — cruzou os braços, desacreditando no que o rapaz acabara de falar.
— Ótimo, além de cega, agora é surda! — Revirou os olhos. — Madame Rosmerta precisa rever qual o tipinho de pessoa que contrata.
Naquele momento, não se segurou e o gargalhar escandaloso que carregava consigo a vida inteira saiu. Draco ao ver aquela cena, ficou mais furioso ainda e suas bochechas adquiriram um tom mais rosado que o de costume. Nunca se sentiu tão ultrajado.
— Eu não trabalho aqui, garoto. — prendeu o riso novamente e balançou a cabeça.
— Mas é claro que não trabalha. — Draco rolou os olhos. — Pelo jeito, duvido muito que alguém contrataria uma pessoa tão desastrada como você.
— Diz o garoto cheio de cerveja amanteigada, que ao invés de ir ao banheiro se limpar, permanece aqui, discutindo feito criança. Ou será que estou realmente cega e quem está na minha frente, de fato, é uma? — A Lestrange disse, pretensiosamente, e espremeu os olhos, chegando mais perto de Draco.
— Você só pode ser doente. — Draco disse, se afastando. — Por acaso sabe com quem está falando?
— Um bruxo engomadinho, cheio de si e arrogante? — Draco ruborizou mais ainda e sua mão direita foi rapidamente para suas vestes, na tentativa de pegar sua varinha. Quem aquela garota pensava que era? Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, Rosmerta se aproximou dos dois devido ao tumulto evidente que faziam.
— Sem briga de casais aqui dentro, por favor. — Falou, de forma calma e cansada, como se tivesse presenciado aquele tipo de cena mais vezes que o normal, e apontou para uma plaquinha fixada atrás de Draco. Esse, por sua vez, desacreditou-se mais ainda do que estava acontecendo, sentindo certa repulsa por todos os eventos que o seguiam naquele dia. Ao começar pelo fato de ter sido excluído dos assuntos que sua mãe e tia iriam tratar com “um certo alguém em especial”. Como se não bastasse o fato de seu pai estar preso graças às interferências de Potter, agora ele teria que lidar com uma garota metida, cheia de si e que, ainda por cima, achavam que era alguma coisa dele.
— Não somos um casal. — Foi que respondeu primeiro, apesar de Draco estar prestes a proferir a mesma palavra, porém com uma ironia um tanto quanto maior. Mandame Rosmerta franziu o cenho, sem entender enfim o que se passava entre ambos e foi só então que percebeu a roupa molhada de Malfoy.
— Precisa de ajuda, querido? — Perguntou, docemente.
— Quem sabe um sabão para limpar a boca suja? — sussurrou, baixinho, enquanto Draco a fuzilava.
— Como é, querida? — Rosmerta novamente agiu de forma atenciosa e foi nesse momento que soube que era a oportunidade que ela precisava.
— Hum, perguntei à senhora qual o nome desse belíssimo e aconchegante bar? — Perguntou da forma mais doce e educada que conseguiu forjar e piscou algumas vezes, demonstrando curiosidade.
— Três Vassouras, meu bem. — Ao responder à pergunta, sabia que estava encrencada. Em um ato involuntário, bateu com a palma da mão sobre a testa e Draco franziu o cenho pelo repentino interesse sobre o nome do local. Então, tirou alguns galeões do bolso, pondo-os sobre a mesa onde Draco estava sentado antes, correndo para a porta do bar em seguida.
O rapaz acompanhou com o olhar a saída intempestiva de e mal ouviu o que Madame Rosmerta resmungou ao seu lado. Alguma coisa naquela garota havia lhe deixado intrigado de uma forma que até lhe incomodava. Não ter certeza do que as coisas queriam dizer contribuía e muito para o seu mau humor.
No entanto, uma coisa havia ficado bastante clara para Draco Malfoy: aquela garota era definitivamente maluca.
Nota das autoras: Esperamos que fiquem tão animadas com essa história quanto nós estamos! Não esqueça de comentar, isso nos motiva muito a continuar. <3
Beijos e até a próxima.
Ste e G.K.
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Naquele ano, a viagem até Hogwarts parecia ter um significado diferente para Draco Malfoy. Enquanto seu olhar estava fixo no cenário que passava pelas janelas, a sensação que tinha era a de que aquela seria a última vez que realizava aquele percurso. De certa forma, se sentia aliviado, afinal, não precisaria mais aturar alunos como o santo Potter, mas, ao mesmo tempo, a presença de um certo aperto em seu peito lhe deixava angustiado.
Revirou os olhos com aquele pensamento, talvez apenas estivesse cansado demais. Em seu futuro, lhe aguardavam grandes feitos, então por que ele sentiria falta de um lugar como aquela escola?
Seus pensamentos, automaticamente, foram para a reunião na mansão de sua família. O peso da missão que havia recebido parecia ter se alojado em seus ombros, no entanto, ele não tinha escolha a não ser cumprir o que lhe fora ordenado. Se fosse honesto consigo mesmo, admitiria também que estava apavorado com a ideia de levar aquilo até o fim.
Por algum motivo, de repente, a imagem da garota Lestrange surgiu em sua mente. Draco não poderia negar que havia admirado a audácia dela, embora a todo momento questionasse se aquilo realmente poderia ser chamado de audácia ou se era loucura. Se ele achava que sua tia, Bellatrix, era completamente maluca, aquela garota superava o conceito de insanidade. Sentiu que as maçãs de seu rosto esquentavam ao lembrar-se do sorriso ousado da garota, atribuindo aquela reação à irritação que Lovelorn Lestrange havia lhe provocado.
Uma pequena confusão despertou Malfoy de seus pensamentos, e quando ele focou seu olhar na origem daquilo, sentiu mais uma vez a vontade de rolar os olhos, ou até mesmo sacar sua varinha e azarar Blasio Zabini, assim, talvez, ele aprenderia como fechar a maldita porta da cabine.
— Que aconteceu com essa coisa? — Escutou o garoto resmungar, em um tom zangado, e Draco abriu a boca para responder, com o maior tom de acidez que possuía.
No entanto, foi interrompido quando a porta voltou a se abrir bruscamente e, em vez disso, ele arqueou uma sobrancelha, principalmente quando Zabini pulou para dentro da cabine e ele pôde jurar ter visto alguma coisa branca riscando o ar.
Não, aquilo não era possível.
Talvez a insanidade fosse contagiosa.
Draco negou com a cabeça, soltando uma risada para si mesmo e se esticando entre dois bancos. Não era surpresa para ele que Pansy Parkinson estivesse ali, e por mais que a garota também lhe irritasse uma boa parte do tempo, acabou deitando a cabeça no colo dela, permitindo que seus dedos finos alisassem os cabelos dele, simplesmente porque a sensação até que era boa.
— O que Slughorn queria? — Questionou, se dirigindo a Blasio, como se realmente estivesse interessado naquele assunto, quando, na verdade, tentava distrair os pensamentos antes que eles voltassem àquela reunião e, consequentemente, à garota que tanto havia lhe intrigado.
— Puxar saco de gente bem relacionada. — O colega lhe respondeu, o que não era bem uma novidade. Seu pai havia lhe contado tudo sobre o tal “Clube do Slugue” e para falar a verdade, por que ele se importaria mesmo em ser convidado para algo feito aquilo? Por mais que Lúcio também tivesse feito parte durante seus anos em Hogwarts, Draco tinha coisas muito mais importantes a serem feitas naquele ano, não poderia se distrair com algo banal como aquele clube.
Acabou fazendo uma careta de desprezo e questionou alguns nomes apenas para manter aquele assunto. Sabia que não faltava tanto tempo para que chegassem à Hogsmeade, no máximo uma meia hora até a estação.
— Acho que Slughorn não está interessado em Comensais da Morte. — Seu cérebro havia se desligado um pouco da conversa e Draco respondia a tudo de forma mecânica, até ouvir aquelas palavras ecoarem dos lábios do colega.
Sua expressão se fechou com aquilo e mais uma vez ele sentiu a onda de raiva que lhe deixou um tanto inquieto. Quem era aquele professor mesmo? Apenas mais um idiota.
— Que diferença faz se um velho gordo e decadente gosta de mim ou não? Talvez eu nem volte a Hogwarts ano que vem. — Soltou, em seu melhor tom de indiferença.
Ele deveria ter previsto a reação exagerada de Pansy antes mesmo de proferir aquelas palavras, ou até mesmo os questionamentos de Zabini, que pareciam duvidar da capacidade dele de servir ao Lorde das Trevas.
— Você acha que realmente tem as qualificações para fazer algo por ele? — O tom de voz do rapaz era sarcástico, o que fez com que a expressão de desprezo de Malfoy aumentasse ainda mais.
— Talvez isso não se trate de ter qualificações, Zabini. Talvez eu não precise disso para cumprir o que ele quer que eu faça. — Deixou as palavras no ar, sem revelar muito do que ele precisava fazer, já que aquilo não era da conta de Blasio.
Draco sentia que mais um pouco daquela conversa e ele não conseguiria conter mais sua irritação e quando avistou os primeiros sinais do castelo, se ergueu automaticamente, cortando o assunto.
— Estou vendo Hogwarts, é melhor trocarmos de roupa. — Levantou-se para pegar as vestes em seu malão, notando Crabbe imitar seu gesto.
Minutos depois, podia ser vista por Snape voltando até o seu encontro, e vindo da direção oposta dos portões recém trancados por ele, percebeu duas pessoas. Snape levantou seu lampião para melhorar a visão em sua frente e franziu o cenho por reconhecer Harry Potter e Ninfadora Tonks. percebeu o desapreço — claramente evidente — no olhar de seu novo mentor e, ao seguir aquele mesmo olhar, soube o motivo.
— Ora, ora, ora. — Debochou o professor, em posse da varinha, enquanto destravava os portões que se abriram em um desconfortável rangido. — Que prazer você ter aparecido, Potter, embora seja evidente que, em sua opinião, o uso do uniforme da escola desmerece a sua aparência.
— Não pude me trocar, não tinha o meu… — Começou, mas parou no instante que percebeu uma garota, provavelmente mais velha que ele, ao lado de Snape. Nada nela lhe era familiar, mas, para a surpresa de Harry, para Tonks era.
— Como vai, camaleãozinho? — A garota piscou ao falar diretamente à auror que Harry conhecera. Tonks se prontificou a ficar na frente de Harry, como se estivesse fazendo um gesto protetor.
— Lestrange, devo dizer que é uma surpresa ver você aqui — Tonks respondeu, sem muita gentileza, e Harry soube que existia alguma coisa estranha entre as duas assim que ouviu a forma e o sobrenome pelo o qual a auror chamou a garota.
— Não se preocupe, estou em uma missão de apenas transmitir diversão e paz para Hogwarts. — Lestrange sorriu e se voltou para Snape, que ao ver de Harry, sequer pareceu se surpreender à presença da garota. — Estou cansada, você sabe, e temos ainda toda aquela baboseira de apresentações… — Disse, de forma manhosa, e voltou seu olhar para Harry e Tonks. — Será que você pode agilizar com esses dois aí?
— A petulância corre por suas veias, senhorita Lestrange. — Snape balançou a cabeça incomodado, e assim como , voltou seu olhar a Tonks e Harry. — Não precisa esperar, Ninfadora, Potter está bem… ah… seguro em minhas mãos.
— Enviei minha mensagem a Hagrid. — Tonks ainda insistiu, enrugando a testa enquanto seu olhar permanecia fixo em , tentando entender a presença da garota ali ao mesmo tempo em que se recusava a deixar Harry seguir com eles.
— Hagrid se atrasou para o banquete inaugural, como Potter aqui, então eu a recebi. — Snape retorquiu, com azedume, afastando-se para dar passagem a Harry, que hesitou por alguns segundos.
— Vamos logo, Potter. Já se deu conta de que estamos perdendo um banquete por sua causa? — não se conteve, erguendo uma sobrancelha para ele, que se deu por vencido e passou por Snape. — Por Merlim, obrigada! — Ergueu as mãos para cima, em um gesto exagerado.
Quando Snape se virou com o lampião e eles estavam prestes a seguir para o castelo, no entanto, o garoto voltou a se direcionar à auror.
— Boa noite — Gritou, por cima do ombro. — Obrigado… por tudo.
— Eu ainda acho que seu nariz ficou meio tortinho. Melhor dar uma conferida, hein? — implicou com Harry, vendo-o levar a mão automaticamente ao rosto, o que a fez soltar uma risadinha maldosa.
Snape permaneceu calado durante parte do trajeto, adquirindo uma expressão de tédio quando ouviu o comentário da Lestrange. Harry Potter também não parecia nada contente com a companhia do professor e se divertiu enquanto seu olhar oscilava entre um e outro.
— Cinquenta pontos a menos para a Grifinória pelo atraso, Potter — Snape quebrou o silêncio. — E, vejamos, mais vinte por sua roupa de trouxa. Sabe, creio que nunca houve uma casa com pontos negativos no início do trimestre, e ainda nem chegamos à sobremesa. Você, talvez, tenha estabelecido um recorde.
Gilliam percebeu, pelo olhar do garoto, que sua fúria havia aumentado ao ouvir as palavras do professor. Negou com a cabeça e deixando-se um pouco para trás para acompanhar Potter lado a lado, dirigiu-se a ele com seu melhor tom de ironia:
— Ele realmente gosta da sobremesa, sabe?
Nota das autoras: Chegamos com o primeiro capítulo para vocês. Espero que gostem e deixem muitos comentários, porque eles realmente nos incentivam.
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Beijos e até a próxima.
Ste e G.K.
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Pontualidade certamente não era o forte de Lestrange. A garota, com tão pouca idade, já havia perdido as contas de quantas vezes em sua vida havia se atrasado para algum evento ou compromisso importante. Podia selecionar nos dedos as pouquíssimas vezes em que foi pontual de verdade e aquilo facilmente se assemelhava com raridade.
Foi pensando exatamente nisso que a Lestrange corria de forma desengonçada até o local onde Snape ministraria a primeira aula de Artes das Trevas — a qual ela já deveria estar presente — e muito longe de sua postura imponente habitual, naquele momento, estava envolta à enrolação que o atraso lhe trazia.
Em poucos minutos, desceu o que lhe pareceu ser um infinito lance de escadas, quando finalmente chegou à porta da sala de aula. ajeitou suas vestes, tendo a certeza de que todos os botões da camisa estavam devidamente fechados assim como a postura da capa que cobria todo o restante de seu corpo.
Deveria ser neutra em relação às cores e brasões que utilizaria — assim como todos os professores —, mas não conseguiu se conter naquele dia e resolveu que o verde lhe cairia esplendorosamente bem em sua gravata.
Sorriu, dando os últimos retoques, pronta para abrir a porta, se esta não tivesse sido aberta antes por…
— Engraçado, achei que tinha deixado explícito o horário das aulas na noite anterior, Senhorita Lestrange. — Snape proferia, sarcasticamente, a , que rolava os olhos.
— Qual é, não é minha culpa se o fuso horário de Hogwarts foge dos meus padrões. — Resmungou, passando por Snape e adentrando finalmente a sala de aula.
Olhares curiosos caíram sobre si enquanto a garota seguia em direção à mesa que havia sido colocada ao lado da escrivaninha que pertencia ao professor. Era um misto de curiosidade, surpresa por ela ter chegado levemente atrasada a uma aula de Severo Snape e ainda assim ter sido aceita, além do receio que apenas o sobrenome Lestrange poderia trazer. Era como se esperassem que, a qualquer momento, a própria Bellatrix entraria pela mesma porta, seguida por uma horda de comensais da morte.
podia jurar, inclusive, que se ela se virasse na direção de um dos alunos e fizesse menção de lançar algum feitiço, este teria efeito apenas pelo medo que ela causava. Assim como qualquer outra palavra que ecoasse de seus lábios. Aquilo era engraçado, de uma certa forma, e ela se segurou para não o fazer. Só ela sabia do quanto estava precisando de algo realmente capaz de lhe divertir naquele castelo.
— Agora que a Senhorita Lestrange teve a decência de se juntar a nós, podemos dar seguimento à nossa aula. — Snape se pronunciou, atraindo parte da atenção dos alunos de volta para ele, já que alguns ainda não conseguiam conter o espanto em ter mesmo aquela garota em sala de aula.
— De nada, tio Snape. — deixou escapar, em um tom baixo, mas ainda assim audível pelo professor, que, por hora preferir ignorá-la, pigarreando para tomar a atenção completa da turma para si.
— As Artes das Trevas são muito variadas, inconstantes e eternas. Combatê-las é como combater um monstro de muitas cabeças, no qual, cada vez que cortamos uma cabeça, surge outra ainda mais feroz e inteligente do que a anterior. Vocês estão combatendo algo que é instável, mutável e indestrutível. — Fez uma pausa, observando cada um dos adolescentes presentes naquela sala. Gostava de notar o impacto que suas palavras causavam em alguns deles.
Com uma expressão indecifrável, os olhos de Snape passaram por , que sustentou o olhar do mentor de forma firme ao mesmo tempo em que admirava as palavras ditas pelo homem. Não havia como negar que concordava com cada uma das definições que foram apresentadas, exceto que não tinha realmente interesse em se defender contra as Artes das Trevas. Já havia as abraçado como uma velha amiga. Se existiu algo que a garota realmente temeu antes, foi de um dia ser poderosa além da medida.
Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentosa ou incrível?
Bem, a verdade era, quem era ela para não ser tudo isso? Ela era Lovelorn Lestrange, uma bruxa poderosa, sim, e aquele tipo de medo não lhe servia de nada.
Voltou sua atenção para o discurso de Snape e conteve um sorriso travesso.
— Suas defesas, portanto, precisam ser flexíveis e inventivas como as Artes que vocês querem neutralizar. — Enquanto explicava, alguns passos eram dados em volta da sala, certificando-se de que todos prestavam a devida atenção. Discordava da presença de alguns ali, pois tinha certeza de que não eram competentes o suficiente, mas não havia muito que pudesse fazer, por hora. — Creio que os senhores são absolutamente novatos no uso de feitiços não-verbais. Qual seria a sua vantagem?
A atenção de se voltou prontamente para uma mão que se ergueu no ar, tão ávida que fazia parecer que a vida de quem a levantou dependia disso. Com curiosidade, a Lestrange analisou os traços ansiosos da menina, achando graça de seu desespero em responder.
Snape não lhe concedeu a palavra de imediato. Em vez disso, aguardou calmamente por algum sinal de que outro aluno responderia. não fazia muita ideia de quem era a menina dos cabelos cheios, mas lembrava de tê-la visto à mesa da Grifinória, junto a Harry Potter.
— Muito bem… Senhorita Granger? — A voz de seu mentor ecoou, secamente.
— O adversário não pode prever que tipo de feitiço a pessoa vai realizar, o que lhe dá uma fração de segundo de vantagem.
Involuntariamente, Lestrange sentiu seus lábios se curvarem em um sorriso. A menina estava absolutamente certa, claramente.
— Uma resposta decorada quase palavra por palavra, mas correta em sua essência. — Snape comentou, em tom de menosprezo e quando uma risadinha debochada fez-se ouvir, o olhar de foi atraído para a presença de Draco Malfoy.
A expressão de quem tinha adorado aquela resposta do professor estava estampada nas feições do rapaz.
— Como se você fosse capaz de responder algo a altura, não é, Malfoy? — murmurou, mais para si mesma, controlando o ímpeto de dizer aquilo em voz alta e atrair os olhares de todos mais uma vez em sua direção.
Algo na expressão debochada de Draco lhe deixava agitada e tudo o que ela queria era poder desfazê-la.
Novamente, Severo Snape havia escutado o comentário da garota e dessa vez resolveu que iria puni-la pelo atraso em sua primeira aula, por mais que ela não fosse apenas uma aluna qualquer.
— Talvez queira compartilhar suas confabulações, senhorita Lestrange. — Chamou por ela, que o fuzilou com o olhar por alguns segundos, sem acreditar que Snape havia mesmo lhe cedido a palavra.
Pelo canto do olho, notou o sorrisinho de Malfoy aumentar. Abriu a boca para responder, mas acabou interrompida por seu mentor.
— Ou, ainda melhor, uma demonstração do que estou tentando dizer viria em perfeita hora. Vejam bem, — Se virou para os outros alunos, enquanto rolava os olhos e se colocava de pé — nem todos os bruxos conseguem executar feitiços não-verbais. Eles exigem uma concentração e poder mental que alguns não possuem. — Ali, a garota pôde jurar ter visto o olhar de Snape recair sobre Potter. — Lestrange. — Era a deixa para que ela prosseguisse.
— Snape. — A garota retorquiu, virando-se para o professor, sentindo que sua punição não acabaria assim, de forma tão simples.
Severo Snape puxou sua varinha de uma forma rápida, que não teria sido notada por qualquer um dos alunos, já que um feitiço fora executado no mesmo instante. Lovelorn Lestrange, no entanto, havia sido tão veloz quanto, e em questão de segundos, não só havia bloqueado o ataque com um feitiço escudo, como lançou-lhe o feitiço estuporante, tudo isso com tanta graça que seus cabelos pareciam esvoaçar em um ritmo quase dançante. Seu mentor, obviamente, havia também bloqueado o ataque e o olhar desafiador dele se transformou em um de quem escondia o orgulho de sua aprendiz.
Naquele momento, os alunos novamente estavam com seus olhares fixados sobre a garota. Mas, dessa vez, a curiosidade e o receio haviam perdido o lugar para uma certa admiração e aquilo era para cada um deles — especialmente aos alunos da Grifinória — um sentimento estranho para se ter com um Lestrange.
Porém, teriam que admitir, ela era fascinante e, por uma fração de segundos, até mesmo Longbotton pensou que se adaptaria muito melhor a do que a Snape.
Embora a Lestrange esboçasse uma expressão benevolente ao terminar de conjurar o feitiço recém demonstrado por Snape, algo em sua postura indicava que uma travessura estava prestes a acontecer. Como se, a qualquer momento, fosse atacar novamente, e era exatamente esse o intuito daquele tipo de prática.
Malfoy fazia parte do grupo de alunos que não conseguia parar de olhar para Lestrange. Pelo jeito imponente da garota, os tons de arrogância e o fato de que ela havia sido treinada parcialmente por Bellatrix Lestrange, ele já tinha alguma ideia de que seria, no mínimo, brilhante. Ele só não imaginava que fosse gostar tanto disso e de assisti-la no ato.
Alguma parte dentro de si desejou, inclusive, vê-la executando feitiços mais vezes. Por mais que aquela prática exigisse concentração, a garota fazia parecer algo extremamente simples, passando uma confiança que acabou até mesmo refletindo nos outros alunos e, odiava admitir, nele mesmo.
Essa mesma confiança, no entanto, ruiu quando Snape ordenou que eles se separassem em duplas e passassem a praticar os feitiços mudos.
— Bons reflexos, Lestrange. — O mentor murmurou, ao cruzar o caminho de .
— Tive bons tutores. — Lovelorn admitiu, passando a imitar os gestos de Severo, passeando pela sala enquanto observava os alunos.
Estava claro que nenhum deles havia realizado aquele tipo de feitiço antes. Muitos iniciaram confiantes de que conseguiriam, mas então passaram a enrolar e até a murmurar os encantamentos em vez de dizê-los em voz alta.
Aos dez minutos da aula, Granger conseguiu repelir o Feitiço das Pernas Bambas, que havia sido murmurado por Neville Longbottom, sem pronunciar uma só palavra, o que fez com que abrisse um sorriso em aprovação. Vendo, no entanto, que Snape a ignorou, a aprendiz deu alguns passos, chegando próxima à evidente sabe-tudo.
Normalmente, Lovelorn se irritava com aquele tipo de aluno. Em seus tempos de escola, tudo o que ela desejava era executar um feitiço silenciador permanente quando seu antigo colega respondia às perguntas feitas pelos seus professores. No entanto, por algum motivo, sentiu uma certa simpatia por aquela garota em especial.
— Muito bem, Granger! — Sussurrou o elogio, recebendo um olhar surpreso da menina, seguido por um sorriso.
— Obrigada! — Hermione agradeceu, lhe lançou um aceno de cabeça e então continuou a circular pela sala.
Há alguns metros delas, Draco Malfoy praticava os feitiços com Pansy Parkinson, mas esta se afastou de prontidão quando viu que Lestrange se aproximava.
— O que foi agora? — O Malfoy questionou, em tom de impaciência ao ato da colega, até notar a proximidade de . Ignorou o máximo que pôde as reações que lhe foram causadas, sentia-se um completo idiota naquelas situações. — Ah, é você.
O tom de desprezo na voz dele fez Lovelorn sorrir.
— Sim, sou eu, linda e plena. Vou te dar uma oportunidade de ouro, Malfoy. O que acha de praticar comigo? — Manteve o sorriso, o encarando daquele jeito travesso que fez com que o rapaz se sentisse incomodamente atraído.
— Por quê? Pansy é minha dupla. — Questionou, mesmo sabendo que a oferta da mulher não abria espaço para um não.
— Porque Parkinson é estupidamente inútil. Concentração não é o ponto forte dela e o poder mental também é questionável. — respondeu, sem nem se importar com a presença da garota ou com o fato de ela estar ouvindo tudo.
— Ei! — A ouviu resmungar, então fez apenas um gesto com a mão que segurava sua varinha, assustando Pansy, que se calou imediatamente.
— Eu não quero praticar nada com você, Lestrange. — Draco insistiu, fuzilando-a com o olhar.
— Vai ficar aí reclamando feito um garotinho, Malfoy? Ou vai me atacar de uma vez? — Cortou o drama e, apontando sua varinha em um gesto rápido, lançou-lhe um feitiço para desarmar.
Draco se assustou ao ver a varinha voar de sua mão e tomou impulso para pegá-la de volta, conseguindo resgatá-la ainda no ar.
— Pelo jeito, andaram se enganando com você, Draquinho. Estou vendo que não é grande coisa, não. — provocou, fazendo com que o rapaz apertasse as mãos com força.
Reunindo a maior quantidade de concentração que podia, ele encarou os olhos de , ignorando a sensação de que seu corpo estremecia com aquele eterno tom de quem aprontava alguma coisa. Então proferiu mentalmente o feitiço para desarmar o oponente.
Se lhe perguntassem segundos antes, Draco diria que não conseguiria realizar o feitiço não-verbal, não com Lestrange ali, lhe encarando em desafio. No entanto, o rapaz não se surpreendeu completamente quando conseguiu executar o feitiço com exatidão. Ele estava mais determinado do que nunca a derrotar aquela garota.
Lestrange foi rápida, conseguindo executar um feitiço protego sem muito esforço. Então, como havia feito com Snape, tentou contra-atacar Malfoy, que imaginando que ela repetiria o gesto, já estava pronto com outro feitiço defensivo.
— Você aprende rápido, Malfoy. Eu gosto disso, honey. — murmurou, de um jeito que deixou Draco levemente desconcertado.
— É a vontade de me livrar de você. — Respondeu por pura birra e implicância.
— Então terá que tentar mais, meu bem. Porque eu não irei a lugar algum. — Piscou para Malfoy, que precisou se conter para não engolir em seco.
Aquela garota estava acabando com ele.
Nota das autoras: Esperamos que fiquem tão animadas com essa história quanto nós estamos! Não esqueça de comentar, isso nos motiva muito a continuar. <3
Beijos e até a próxima.
Ste e G.K.
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andava a passos largos com a expressão mais Lestrange possível de ser. A irritação era evidente em seu olhar e, mais que isso, se alguém fosse idiota demais para confrontá-la naquele momento, certamente receberia uma maldição imperdoável em questão de segundos.
E o motivo daquele mau humor era simples: limpar a sujeira do seu protegido era uma tarefa fácil, mas nada, NADA naquela missão era tão desagradável quanto ter que assistir uma aula de poções. teve certeza de que aquela determinação de Snape, era uma forma cruel de puni-la. A mais cruel de todas.
A garota não só odiava a matéria como não era nem um pouco fã do professor que a ministrava. Já não bastava ter que aturar a animação exagerada de Slughorn durante anos em Ilvermorny? Pelo jeito, não.
Antes que pudesse dar meia volta e ir azarar Snape, chegou à porta da masmorra aberta, vislumbrou Slughorn de costas a ela, lecionando aos poucos alunos dentro da sala de aula, e foi a voz feminina familiar que a fez permanecer no local e observar de forma curiosa.
— É Amortentia! — Granger falou de forma convicta e mesmo que não pudesse ver o rosto do professor, sabia que ele expressava admiração e certa alegria pela resposta.
— Realmente, é. Parece quase uma tolice perguntar. — Disse Slughorn, que parecia muito interessado como a Lestrange previu. — Mas eu acredito que você saiba o que ela faz?
E foi nesse momento, rolando os olhos, que resolveu mostrar sua presença na sala de aula.
— Essa pequena baboseira aí é só a poção do amor mais poderosa do mundo. — Respondeu atravessadamente enquanto permanecia escorada sobre o batente da porta, com os braços cruzados. Slughorn virou-se, dando de cara com a ex aluna.
— Oh, Lestrange querida! Entre, entre. — O professor não poupou animação em sua voz. A turma, por outro lado, principalmente aqueles que ainda não haviam tido aula com a garota, em vez de animação, sentiam-se um tanto quanto amedrontados. — Pensei que não viria. Quando Severo avisou de sua visita hoje, não pude ficar mais feliz. Afinal, já faz algum tempo que não vejo uma de minhas alunas favoritas, não é? Vamos, sente-se onde quiser!
sorriu seco e se direcionou à mesa onde, para a surpresa de todos, Potter e Weasley estavam sentados. No meio do caminho, a Lestrange resolveu sorrir marota para Draco, fazendo-o ficar vermelho e irritado pela presença da garota, ou seria melhor dizer: por ela estar sentando em outro lugar que não fosse ao lado dele?
Ao ver a garota chegar mais perto de sua mesa, Rony engoliu em seco desconfortável e sorriu por ver que Harry não demonstrava medo pela aproximação. Atrevido, corajoso e com tendências a encontrar problemas. Ela gostava do garoto.
— Chega pra lá. — Falou, enfiando-se no meio de Harry e Rony, que se entreolharam por um momento antes de ceder. Rony o fez por puro medo e Harry, ainda que se sentisse um pouco desconfortável, aceitou dando de ombros.
Não muito longe de onde eles estavam, Malfoy encarava a cena com incredulidade. Queria entender o que diabos a garota fazia ali e ao vê-la lançar um sorriso que lhe pareceu quase amigável na direção de Potter, sentiu-se inquieto a ponto de desejar questionar se ela estava de brincadeira com a cara dele ou algo do tipo. Justo Potter?
Com o gesto da garota, Rony pareceu relaxar um pouco, ainda que se sentisse meio desconfiado com a presença dela ali, e Harry ficou intrigado com quais seriam as intenções da Lestrange, mas aquilo seria conversa para um outro momento, já que Slughorn tornou a ministrar a aula.
— Certo, vamos continuar! Você a reconheceu, eu suponho, por seu distinto brilho de pérola, querida? — Perguntou para Hermione, que balançou a cabeça em animação.
— E pela fumaça subindo em suas espirais características. — Confirmou entusiasmada. Mais uma vez, surpreendeu-se por não desejar lançar alguma azaração na garota. Em vez disso, continuou observando a cena com uma expressão divertida.
Aquilo talvez se desse ao fato, também, dela ter notado o olhar irritado de Malfoy em sua direção. Por mais que odiasse a aula de poções, seu humor estava até melhorando depois disso.
— Ela deve cheirar diferentemente para cada um, dependendo do que nos atrai. Por exemplo, eu posso sentir grama recentemente cortada, pergaminho novo e… — Granger prosseguia com sua explicação acalorada, então ficou levemente rosada e não completou a frase, o que fez com que arqueasse levemente a sobrancelha. Não que fosse fofoqueira ou algo nesse sentido, porque aquele tipo de coisa até a irritava, mas a reação da menina a deixou um tanto curiosa. Mal conhecia Hermione Granger, mas tinha a leve impressão de que não era fácil fazê-la se calar.
— Posso saber o seu nome, minha cara? — Ouviu o professor questionar, ainda mais animado.
— Hermione Granger, senhor.
— Granger? Será que você seria parente de Hector Dagworth-Granger, que fundou a Mui Extraordinária Sociedade dos Preparadores de Poções? — Lestrange já até conseguia imaginar no que aquela interação resultaria. Não se surpreenderia nem um pouco se Slughorn a chamasse para seu Clube seleto ali mesmo, em frente aos outros alunos.
— Não. Eu acredito que não, senhor. Eu nasci Trouxa, sabe.
revirou os olhos ao ver Malfoy se aproximar de Nott e sussurrar algo que fez com que ambos rissem. Harry, ao seu lado, parecia ter percebido o mesmo e não conseguiu conter um sorriso mínimo ao ouvir o resmungo da garota.
— Babaca.
Slughorn, no entanto, não se importou com a informação de Granger. Ao contrário, abriu um sorriso e olhou de Hermione para Harry, sentado na bancada ao lado.
— Há! Uma das minhas melhores amigas é nascida trouxa e ela é a melhor do nosso ano! Acredito que esta seja a amiga da qual você me contou, Harry?
— Sim, senhor. — Confirmou Potter, em um tom que soou até orgulhoso aos ouvidos da Lestrange, porém ela não saberia dizer com certeza, já que não se lembrava de já ter provado do mesmo sentimento alguma vez.
— Bem, bem, você recebeu vinte pontos para a Grifinória, Senhorita Granger — disse Slughorn.
E expressão de Malfoy naquele momento era impagável. Parecia que havia levado um soco na cara, por mais que ele tentasse disfarçar.
Hermione se virou para Harry com uma expressão radiante e sussurrou:
— Você realmente lhe falou que eu era a melhor do ano? Oh, Harry!
— Ora, grande coisa! — se surpreendeu ao ouvir o cochicho de Rony, afinal, o garoto não havia se pronunciado desde o momento em que sentou ao seu lado. — Você é a melhor da série: eu teria dito isso se ele tivesse me perguntado.
Seu tom de aborrecimento deixava evidente ali algo que, aparentemente, nenhum dos três se dava conta e sentiu-se até à vontade junto a eles. Decidiu então que não seria nada ruim conhecê-los um pouco melhor.
Tinha uma missão, mas aquilo não significava que não poderia se misturar um pouco mais entre os alunos. Talvez isso até lhe ajudasse.
Draco não sabia o que achava mais absurdo naquela aula. Se era o fato de que uma Lestrange havia escolhido ficar entre um Potter e um Weasley ou se era a grande perda de tempo que era aquela aula. Poções do amor? Slughorn só podia estar de brincadeira e sobre isso Nott parecia concordar com ele.
Sentiu falta das aulas de Snape. Ele sim sabia que tipo de poções eles realmente precisavam aprender. Aquela baboseira de amor nunca lhe seria útil para nada.
— É sorte líquida. — Malfoy nunca pensou que daria atenção a qualquer coisa que Granger dissesse, mas, pela primeira vez, ele ergueu seu olhar na direção da garota, aprumando-se interessado.
Sorte era tudo o que ele precisava, principalmente com a tarefa que o Lorde das Trevas havia lhe incumbido de realizar. Conseguia até se imaginar concluindo-a com maestria e se livrando do peso que se alojou em seus ombros desde que ouviu o que deveria fazer.
Ele faria qualquer coisa por aquela poção, nem que fosse apenas uma gota dela.
Evidentemente, já havia ouvido falar da famosa Felix Felicis e até se sentiu um tanto entediada com a reação de todos os alunos. Quem não iria querer sorte engarrafada? Aquilo era tudo previsível até demais.
Observou com mais atenção a reação de Draco Malfoy. A forma como o garoto olhava para o pequeno caldeirão preto fazia parecer que ele dependia daquela poção para sobreviver. Talvez realmente esse fosse o caso, mas ela gostou do lampejo que viu passar pelos olhos cinza do rapaz. Continha tanta determinação que fez acreditar que Malfoy seria capaz de roubar um pouco do líquido assim que tivesse oportunidade.
Sorriu de forma travessa com isso. Ela adoraria ajudá-lo nessa tarefa também.
Mal pôde conter a expressão de surpresa quando Slughorn então a ofereceu como o prêmio daquela aula.
Todos os alunos imediatamente puxaram seus caldeirões para perto e a cena toda se tornou bastante divertida de assistir.
viu Malfoy abrir seu livro e folheá-lo de forma febril, o que deixou as coisas ainda mais interessantes para ela. Se antes havia pensado em ajudá-lo, naquele momento, observar seu desespero lhe soava muito melhor.
Pelo canto do olho, notou que o livro de Harry Potter estava repleto de anotações, franzindo o cenho por uns instantes, mas preferindo não dizer nada quanto a isso.
Durante os vários minutos seguintes, oscilava seu olhar entre os alunos, ouvindo apenas alguns dos comentários que Slughorn fazia e até rindo porque Rony, do seu outro lado, não estava tendo tanto sucesso assim no preparo de sua poção. Vez ou outra, Draco lhe lançava alguns olhares raivosos e ela apenas retribuía erguendo a sobrancelha.
— E acabou-se… o tempo! — Finalmente ouviu Slughorn anunciar. — Por favor, parem de mexer!
Slughorn caminhou lentamente enquanto observava os caldeirões, mexeu em alguns, cheirou outros e acenou positivamente ao passar pelo de Hermione. No entanto, ao passar pelo de Harry sua expressão se iluminou.
— Claramente o vencedor! — Gritou sem esconder o entusiasmo. até se inclinou um pouco para o caldeirão dele, percebendo que o velho Slug tinha razão. A poção do garoto estava perfeita. — Excelente, excelente, Harry! Meu Deus, está claro que você herdou o talento da sua mãe. Ela tinha uma mão perfeita em Poções, a Lily! Tome aqui então o seu frasco de Felix Felicis… E use-o bem!
— Muito bem, Potter. Estou impressionada — Lovelorn disse, lançando um sorriso de canto para o garoto.
— Obrigado! — Um Harry sorridente lhe respondeu.
Hermione guardava uma expressão de desapontamento, já Malfoy, sentiu uma súbita vontade de afogar Harry Potter em um daqueles caldeirões.
Desde quando ele era bom em poções? Ou em qualquer outra coisa?
Talvez Draco estivesse tão ocupado com seu próprio trabalho que não percebeu ajudando o garoto.
Não, ela não seria maluca àquele ponto.
— Antes de irem, aproximem-se, meus caros! — O rapaz ergueu seu olhar ao ouvir o chamado de Slughorn e se levantou para atender ao pedido, já que aparentemente ele não tinha outra opção. — Já que a Amortentia foi a segunda poção que mais atraiu o interesse de vocês nesta aula, o que acham de descobrirem quais são os cheiros que ela possui para cada um de vocês?
O tom entusiasmado do professor sugeria que todos iriam adorar aquilo e realmente boa parte dos alunos havia gostado. Malfoy, no entanto, sentiu que havia perdido a oportunidade de se retirar antes daquele circo. Lestrange, a poucos metros do rapaz, não pensava muito diferente, mas não podia negar a curiosidade lá em seu íntimo em saber o que realmente despertava seu interesse e foi partindo disso que ambos de repente se viram cercados de outros alunos, em volta do caldeirão indicado pelo professor.
— Não sejam tímidos, vamos! – Slughorn fez sinal para que todos se aproximassem ainda mais e aos poucos, cada um presente inspirou próximo a poção.
— Algodão doce. — percorreu com os olhos para saber a autora da voz e descobriu ser de Lila Brown, uma garota que reconhecera da aula de Defesa contra as Artes da Trevas. viu o sorriso bobo se formar ao rosto da garota e, no mesmo instante, a repreendeu mentalmente por aquele ato. O amor era tão bobo.
— Muito bem, senhorita Brown. Apesar de ainda ser comum, já que muitas pessoas sentem o cheiro de algo doce, ainda é fascinante, não é? — O professor estava entusiasmado, assim como mais da metade da sala. — Vamos, vamos, digam o próximo!
— Eu sinto cheiro de terra molhada… quando a chuva recém toca o chão. — Foi a vez de uma das gêmeas Patil falar.
— Muito interessante minha querida, interessante! — A animação na voz do professor começou a deixar enjoada e ela soube que a única maneira de sair dali o quanto antes era cheirar e dizer qual aroma aquela poção ridícula tinha. Respirou fundo e fechou os olhos antes de deixar o aroma da amortentia envolver suas narinas.
— Cerveja amanteigada — Ao mesmo tempo em que pensou, a voz de ressoou por todo o no local, mas, para sua surpresa, ela não havia pronunciado aquilo sozinha. Foi um uníssono perfeito e sincrônico dito pela Lestrange e pelo Malfoy.
Por Merlim, o que havia sido aquilo?
Naquela altura, não somente a dupla demonstrava surpresa, como também todo o restante da sala.
Na manhã seguinte, Draco não a viu. De imediato, não soube como agir. Não era como se esperasse algo dela quando a garota aparecesse e tampouco achou que se importaria com a presença de . No fim das contas, a Lestrange só demonstrou ser mais louca ainda ao enchutá-lo de seu quarto na noite anterior, maluca o suficiente para ter o rejeitado. Mas, ao contrário do que o Malfoy pensava até então, ele se importava com a insuportável garota e não a ver naquela manhã foi decididamente estranho.
Porém, o que Draco achou ser apenas temporário ou mais um dos atrasos típicos de , se tornou mais complexo do que pensara. No dia seguinte, ela também não apareceu. E nas duas semanas que se seguiram também não. Será que aquilo fazia parte dos planos de Voldemort? Foi o que pensara, mas Draco achou aquilo irrelevante, visto que, por mais que não soubesse o propósito da garota em Hogwarts, certamente nem ela, tampouco o Lorde das Trevas, seriam tolos o suficiente para simplesmente fazer a garota sair de Hogwarts sem alguma explicação. Afinal, aquilo era muito comprometedor.
Nenhum dos professores, ou mesmo Dumbledore, sequer proferiram algo a respeito da ausência da garota. Quem observava de longe, poderia facilmente dizer que eles não se importavam com a ausência dela, mas aquele não era o pensamento de Draco, pelo contrário, achava que entre eles havia algum tipo de segredo muito mais profundo. De todas as formas, não era apenas Draco que sentiu pela ausência de Lovelorn Lestrange. Até mesmo os alunos que ainda se amedrontavam com o seu sobrenome sentiam a sua falta nas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, especialmente por acharem que, desde sua “partida”, Snape estava ainda mais arrogante. Toda a graça e ingenuidade de DCAT haviam desaparecido assim como ela.
Enquanto isso, longe de Hogwarts, ao lado de Bellatrix Lestrange e outros comensais da morte, encontrava-se .
Treinar. Encobrir. Não sentir e nunca saberão.
Eram palavras que ouvia desde sua infância e com elas havia o peso que carregavam. foi ensinada desde muito cedo o propósito daquelas palavras e aquilo não foi fácil, mas, com o tempo, foi suportável. A dor, assim como a solidão, se tornaram íntimas de e elas as abraçava sem questionar, por isso estava ali. Amenizando os golpes que a vida lhe dava — ou seria melhor dizer: que Draco lhe dava? — da melhor forma que conhecia. Sofrendo.
— Vai matar a garota dessa forma, Bella. — A voz de Narcisa se fez presente no recinto.
A Malfoy andou alguns passos e ajoelhou-se ao lado da garota que conhecera tão jovem quanto essa pudesse se lembrar.
— Você não precisa se esforçar tanto, querida.
De olhos fechados, gargalhou. O que era aquilo, uma piada? Narcisa sabia tão bem quanto ela que, sim, ela precisava se esforçar, mais do que isso. Precisava ser perfeita e precisava esquecer novamente Draco Malfoy.
— Você não acha um pouco irônico utilizar essas palavras, Narcisa? — A Malfoy voltou seu olhar para a irmã, imaginando o que viria a seguir. Sabia que apesar das duas terem tomado a decisão daquele plano juntas, Bella nunca admitiria isso se algo desse errado. — Eu disse pra você que isso seria insanidade até para mim, maninha. Agora não adianta penar pela garota se nem mesmo ela faz isso.
soltou mais uma gargalhada e dessa vez a atenção foi toda para si.
— Eu não sei que tipo de brincadeira insensata vocês duas tinham em mente. — Riu, se esforçando para ficar em pé enquanto as outras duas permaneceram em seus lugares, apenas observando-a. — Me fazer protetora logo dele, é sério? Uma piada de mal gosto, eu diria. Melhor, diria que que a loucura realmente passa pelo sangue de vocês. Mas, apesar disso, eu escolhi continuar com esse plano e eu não preciso que sintam pena por mim. — Olhou diretamente para Narcisa. — Não se preocupe e nem sinta pena. Foi apenas um deslize e, se houver próxima vez, saberei lidar perfeitamente com seu tão precioso Draco Malfoy.
não esperou alguma resposta. Sacudiu suas vestes e por mais que sentisse seu corpo inteiro doer, saiu marchando até a porta do local, batendo-a logo em seguida que saiu por ela.
O vento gelado castigou as maçãs de seu rosto quando finalmente ele alcançou o pátio do castelo, não dando muita importância às conversas entre Crabbe e Goyle logo atrás de si. Aqueles dois e dois trasgos eram a mesma coisa, mas ainda assim eram os amigos que Malfoy tinha.
— Mas que palhaçada é essa? — Resmungou, de repente, vendo que havia uma fila considerável de alunos até os portões, onde Filch estava conferindo os nomes e fazendo verificações de segurança com alguém ao seu lado.
Então Draco a reconheceu. Não havia como não fazer isso, já que ela não saía de seus pensamentos, por mais que ele tentasse tirá-la deles.
.
Piscou os olhos lentamente, tentando de tudo para se certificar de que era realmente Lovelorn Lestrange ali, não algum devaneio insano, e Malfoy teve certeza de que não era imaginação quando seus olhos se encontraram com os dela.
Havia tantas coisas que ele queria dizer a , como, por exemplo, quem ela pensava que era para expulsá-lo e ainda enchê-lo de ameaças? Pior, quem era ela para bagunçar sua mente daquele jeito?
Depois ele queria saber onde, por Merlim, ela havia se metido, já que seu propósito ali era garantir que a missão dele fosse cumprida.
No entanto, quando estava próximo o suficiente de , Draco se sentiu mais uma vez vulnerável de uma forma que não lhe agradou. Então acabou jogando a culpa disso no peso do que ele precisava fazer durante aquela visita. Um pequeno erro na sequência poderia comprometer e muito tudo o que ele precisava fazer.
Seguiu então em direção à Hogsmeade, onde tomou o rumo do Três Vassouras sem pestanejar. Ali ele poderia dar continuidade ao seu plano.
movia-se de um lado para o outro sobre a cama de seu quarto, que por incrível que pareça e pela primeira vez em sua vida, era o lugar mais desconfortável em que se encontrava. não sabia como reagiria em longo prazo com os acontecimentos daquele dia, mas, ainda assim, a Lestrange contava com uma boa noite de sono. Afinal, torcia que tendo um bom descanso, ajudaria a manter sua mente equilibrada.
Porém, já deveria estar acostumada com o fato de que “manter a mente equilibrada” para uma Lovelorn e Lestrange, era uma tarefa difícil de ser cumprida e dessa vez fracassou severamente nela. Quando percebeu que o sono não viria tão fácil e entendeu que universo estava certamente decidido a puni-la, vislumbrou que o único ponto positivo daquela noite era o fato de estar em um cantinho em que pudesse ficar sozinha, em seu próprio inferno pessoal e, estando no seu próprio inferno, teria tempo para digerir todo o ocorrido. Com um pouco sorte, saberia lidar com os demônios que a seguiam.
Sabia que não estava delirando quando viu a aluna ser arremessada de um lado para o outro no ar, mas, ainda pior que isso, custava acreditar no rumo que uma simples e até então entediante visita a Hogsmeade, havia tomado. Talvez seus olhos estavam lhe pregando uma peça? Torceu para que fosse aquilo, mas sabia que não era.
Naquele momento, duas coisas passaram pela cabeça da Lestrange: a primeira era que mataria Draco Malfoy por sua imprudência em amaldiçoar uma aluna em plena luz do dia e a segunda era que deveria amaldiçoar Viktor Krum por ser tão enxerido e querer sempre se meter onde não era chamado. Droga de espírito heroico.
Então, após o choque inicial de ver Viktor ter passado, quando o viu se aproximar da garota caída sobre o chão e por milímetros de distância não tocar no que julgou ser o objeto contaminado, soube que teria que agir o mais rápido possível.
Lestrange lutou contra o dever de agir e o anseio de recuar, porque, sim, seu corpo todo gritava para que ela não avançasse e continuasse onde estava. Mas, ainda que isso lhe parecesse mais atrativo, ainda se sentia no dever de proteger aqueles jovens. E foi o que fez.
Se aproximou com cautela da garota e focou seu olhar apenas nela, agradecendo ferozmente pelo guarda-caça da escola aparecer exatamente no momento em que mais precisava. Hagrid segurou a garota em seus braços sem pensar duas vezes e seguiu com Katie Bell para a ala hospitalar de Hogwarts, onde Madame Pomfrey faria tudo o que fosse possível para deixar a garota melhor com um contra feitiço. Agradeceu mais ainda pelo trio de ouro manter o búlgaro ocupado.
Em meio a isso, foi de encontro direto ao objeto amaldiçoado e surpreendeu-se ao reconhecer o objeto das trevas. O Colar de Opalas, famoso por ter levado a vida de mais de uma dúzia de bruxos, jazia ao chão gélido coberto por neve. Por Merlim, como o garoto havia conseguido aquilo? Seria uma pergunta para mais tarde. Por hora, deveria fazer vista grossa em Draco Malfoy, antes que ele matasse alguém que não fosse seu alvo ou até mesmo ele próprio.
Malfoy tinha mais sorte do que juízo por sua guardiã ser familiarizada com os objetos das trevas. Afinal, a escuridão profana circulava entre suas veias, não é?
Ainda assim, aquilo era uma grandíssima merda.
Viktor Krum em Hogsmeade era uma coisa, agora, Viktor Krum em uma estadia em Hogwarts, perto dela, era algo bem diferente. Será que Merlim não estava cansado de castigá-la? Com certeza não.
A barriga da Lestrange roncou e ela xingou por ter tido que evitar o jantar naquela noite. Tudo para fugir daquele olhar e de todo o questionamento que iria vir dele. E pensando na estratégia de como iria despistar o búlgaro nos dias seguintes, foi que ela finalmente conseguiu pegar no sono.
Minutos seguintes, viu as arquibancadas se encherem e percebeu que até mesmo muitos alunos da Lufa-Lufa e da Corvinal tinham ido ver a partida também. Entre todos gritando e batendo palmas, o rugido do famoso chapéu de leão de Luna Lovegood podia ser ouvido distintamente. Aquilo definitivamente estava interessante.
Porém, quando o olhar de alcançou o campo e esse não avistou o apanhador que queria, seu instinto começou a aguçar. Onde, por Merlim, Draco Malfoy havia se enfiado?
— Por que raios Harper está no campo? — A pergunta saiu mais alta do que queria e Hermione se virou assustada.
— Você não sabe? — perguntou e não deixou de transparecer confusão. — Parece que Malfoy está doente e não poderá jogar, Harper está jogando no lugar dele.
— O quê? Malfoy não vai jogar? — Parecendo ligeiramente afetada.
— Bem, sim…
— Mas o que esse… — começou, mas lembrou-se de ter cautela no que falar perto de Granger. A garota era esperta e não deixava nada passar em branco. então recuou o que estava falando e se voltou sorrindo para a garota. — É verdade, eu fiquei um pouco distraída nesses últimos dias e não consegui dar a atenção devida aos alunos, mas notei que Draco estava com a cara mais verde e feia que o normal nos últimos dias, só não pensei que tinha sido algo sério. Bem, acho que vou dar uma olhada nele. — falou, se levantando e tirou o chapéu pontudo da cabeça, soltando o cabelo do coque. As madeixas caíram por seus ombros e Krum podia facilmente dizer que aquela cena era a mais bonita que vira até hoje em Hogwarts. Viu também a ex se aproximar, colocar o chapéu que usava em sua cabeça e sorrir. — Fica bem melhor em você. Conversamos mais tarde, ok?
A pequena Lestrange não conseguia esconder a empolgação que sentia. Finalmente, não estaria mais tão sozinha pelos cantos e só de pensar nisso ela dava alguns pulinhos de animação.
Não que fosse de todo ruim viver com os adultos, mas nenhum deles aceitava brincar com a garota quando essa pedia. Sempre estavam ocupados demais para voltar suas atenções para ela. O tal Lorde das Trevas era sempre mais importante e a menina até tinha uma certa curiosidade em saber o porquê.
Quando Narcisa Malfoy finalmente veio buscá-la naquela sala de aparência séria e um tanto sombria, precisou fingir uma postura comportada ou a mulher desistiria de levá-la até o andar de cima, onde conheceria finalmente sua mais nova companhia.
Não havia presente de aniversário melhor do que aquele, era o que Lovelorn pensava.
Subiu os degraus atrás da Malfoy, contendo a vontade de fazê-lo correndo porque a ansiedade percorria cada centímetro de seu corpo e assim que pararam diante do quarto, Narcisa virou-se para a menina, lhe lançando um olhar gelado que perturbaria qualquer outra criança de quatro anos, mas a Lestrange não se deixava abalar facilmente. Estava, de certa forma, acostumada com raras demonstrações de afeto e mesmo quando era ainda um bebê raramente chorava por alguma coisa. Talvez aquilo se devesse à sua herança sanguínea, mas ninguém saberia dizer com certeza.
— Tia Narcisa? — A garotinha disse, cruzando os braços e batendo os pezinhos no chão com impaciência.
— Não faça barulho, ele está dormindo. — Alertou, abrindo a porta devagar e dando passagem para que adentrasse o cômodo.
Deixando qualquer comportamento de lado, a empolgação a venceu, fazendo que uma corrida rápida vencesse os poucos metros que lhe restavam. colocou as mãozinhas sobre o encosto do berço, inclinando-se para ver quem estava ali e deparando-se com o garotinho de cabelos tão claros, quase brancos como os de Narcisa e Lúcio. Ao contrário do que a mulher dissera, o bebê já não estava mais dormindo. Ele havia se sentado e brincava com um brinquedo de borracha.
Imediatamente, o rosto da menina se iluminou em um largo sorriso.
— Oh, ele é tão fofinho! — Exclamou, sentindo seus olhos até transbordarem a emoção de finalmente conhecê-lo.
— , esse é o Draco — Narcisa apresentou, com a voz mais amigável ao ver aquela reação.
— Oi, Draco! — Acenou a Lestrange, como se aquele bebê de um ano e meio pudesse acenar para ela de volta. — Eu sou a , mas acho que você pode me chamar de . Nem acredito que finalmente estamos nos conhecendo, vamos poder brincar juntos e seremos melhores amigos! Sabia que hoje é meu aniversário?
A Malfoy mais velha acabou rindo um pouco da reação da garota, já que ela disparou a falar sem ao menos um segundo de pausa.
— Acalme-se, menina. Vocês dois terão todo o tempo do mundo para se conhecer e brincar juntos. — Tocou um dos ombros de , num pedido mudo para que desviasse seu olhar para encará-la. — Acho que você já é um pouco grandinha e eu posso te pedir uma coisa, não é? — Abaixou um pouco o tom de voz, como se aquilo fosse algum tipo de segredo.
— Pode, tia Narcisa. Claro que pode! — Ela se animou com aquela ideia, mas vendo o gesto de censura da mais velha, mostrando que além de um pedido aquilo era algo secreto, a menina levou uma das mãos à boca e assentiu.
— A partir do dia de hoje, o Draco fará parte da sua vida para sempre, querida. Vocês terão uma ligação e quem melhor do que você para cuidar do nosso menino, certo? — Sorriu de canto e mesmo que aquela expressão fosse meio estranha aos olhos de , ela gostou de ouvir as palavras da mulher, então assentiu freneticamente.
— Certo.
— Você promete para mim que sempre cuidará de Draco? — Questionou, mesmo que já tivesse o consentimento dela.
— Prometo. Vou cuidar dele para sempre, como se fosse uma joia preciosa que ninguém pode tocar. — Estendeu a mão pequena para Narcisa, como se assim estivesse selando um pacto e a Malfoy a segurou brevemente, encarando os olhos da menina como se ali visse coisas que a garotinha ainda não conseguiria compreender.
Nota das autoras: Estamos aqui com um capítulo bem soft e cheio de revelações para vocês sobre o que dona Narcisa tava escondendo. O que vocês acharam? Esperavam por isso? Contem pra gente!
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Beijos e até a próxima.
Ste e G.K.
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A ação de graças havia perdido todo o seu charme para a garota Lestrange. Enquanto muitos alunos estavam em suas casas durante a data, na companhia de seus patriarcas e outros familiares, havia permanecido em Hogwarts juntamente aos professores e alguns alunos que optaram em não viajar. Apesar de ser um de seus feriados favoritos — ou pelo menos aquele que mais lhe proporciona comida boa —, tinha seus pensamentos presos em um lugar bem diferente do que na mesa à sua frente, coberta pelo vasto banquete de ação de graças.
O motivo daqueles pensamentos difusos era porque entre os alunos que não haviam ficado em Hogwarts estava Draco e sabia muito bem o que significava Draco Malfoy longe de Hogwarts e perto de casa. Se ela ainda o conhecesse o mínimo que fosse, sabia que Draco daria seguimento à última conversa que tiveram e naquele momento saberia da verdade, ou pelo menos parte dela. E aquilo a amedrontava.
O que Narcisa havia revelado? Até qual ponto Draco sabia?
As perguntas a assombravam por completo, pois ainda que o Malfoy tivesse recuperado suas memórias, assim como ocorreu com ela mesma durante aquela tarde no Cabeça de Javali, onde as memórias de sua infância retomaram, talvez ele ainda não soubesse sobre os demônios que a assombravam e tampouco estaria familiarizado com a maldição que cercava o sobrenome Lovelorn, assim como toda a dor que o envolvia por saber que não poderia ficar com alguém sem arriscar.
E ela sabia. Sabia que, mais cedo ou mais tarde, Draco viria atrás de respostas. E como ela contaria que o amor era algo impossível para alguém como ela? havia sido ensinada que amar alguém era muito mais que destruir a si mesma, mais do que tudo, era destruir quem ela amava.
Surpreendeu-se apenas quando a porta do salão principal se abriu, revelando o dono de seus pensamentos muito mais cedo do que ela esperava. Paralisado ainda em frente à porta, os olhos cinzentos de Draco Malfoy travavam batalha com o olhar negro de Lestrange. Ninguém precisou pronunciar qualquer palavra, as respostas estavam claras nas írises de cada um. Precisavam conversar e mais do que nunca sentiu a necessidade de estar sendo amaldiçoada por Bella agora, assim pouparia a garota de ter que se explicar a Draco, ou melhor, pouparia de quebrar mais um coração.
Malfoy, por outro lado, sentiu a determinação de antes se dissipar tão rápido quanto havia surgido. Ali, diante do olhar de Lestrange, era como se, de repente, estivesse completamente desarmado. Apesar de todas as barreiras que sempre se mantiveram intactas à sua volta, quando se tratava da jovem à sua frente nada daquilo existia ou importava. Draco estava completamente exposto e vulnerável a de uma forma que nunca esteve antes com qualquer outra pessoa.
Dar-se conta disso fez com que ele hesitasse. Podia jurar que suas pernas estavam tremendo, mesmo que quem o assistisse não percebesse. Apertou as mãos em punho, ignorando o fato de que também suava frio e percebeu que por mais que desejasse questionar a garota quanto a toda aquela história do passado, temia que algo muito pior estivesse por trás daquilo.
Talvez o melhor seria que ele não soubesse.
Os olhos cinzentos quebraram o contato com os da jovem Lestrange e Draco deu as costas a ela, não se importando se sua saída parecesse um tanto intempestiva. Ele apenas queria correr dali para qualquer lugar que o permitisse clarear seus pensamentos e encaixar todas as coisas em seu devido lugar.
Inferno de Lestrange.
Pior do que enfrentar o olhar de Draco Malfoy havia sido identificar a confusão e mágoa presentes ali. Então soube que a verdade fora entregue ao rapaz e um nó se formou em sua garganta. As coisas só pioraram quando ele deu as costas a ela, saindo do salão como se tivesse visto uma assombração ou algo do tipo.
Por mais corajosa que a Lestrange sempre fosse, naquele momento considerou se render à covardia. A não sair de onde estava e seguir em direção àquele que ela sabia ser a última pessoa que desejava destruir.
encarou seu prato vazio sob a mesa como se o objeto estivesse lhe julgando, mas não permaneceu dessa forma por muito tempo, pois sentiu-se observada de perto. Assim que tornou a erguer sua cabeça, assustou-se brevemente ao encontrar o olhar sereno de Alvo Dumbledore.
E como se o diretor conseguisse ler até mesmo sua alma, com um sinal quase imperceptível, Dumbledore respondeu ao dilema de Lestrange: covardia não combinava com ela.
Engolindo a seco e tomando o impulso necessário, a garota então se levantou e lhe lançou um sorriso mínimo, agradecendo mentalmente o fato de os outros professores estarem entretidos em conversas paralelas.
Lovelorn não precisou cogitar para onde Draco havia ido porque, de alguma forma, ela sabia.
Talvez eles estivessem há horas ali, já que o céu claro de repente estava escuro. Viktor sentia-se dolorido devido às diversas quedas, mas toda vez que ele desabava ao chão conseguia convencê-lo a tentar mais uma vez.
Acontece que ele acabou se descobrindo ainda menos descoordenado sob patins, mas ao menos havia arrancado diversas gargalhadas da garota e isso lhe bastava.
Foi encarando o rosto sorridente da Lestrange naquele momento que ele soube que não conseguiria mais guardar aquele segredo por muito mais tempo.
Eles foram expulsos da pista de patinação, já que havia outras pessoas na fila e durante a caminhada meio sem rumo que se seguiu ele permaneceu mais quieto do que o normal, o que pareceu um tanto estranho para Lovelorn.
— Tá bom, não me odeie por te fazer cair tantas vezes, vai. — Deu um tapinha de leve no braço dele, fazendo-o sorrir e negar com a cabeça.
— Não estou te odiando, . — “Jamais te odiaria”, seus pensamentos completaram a frase e ele acabou alargando o sorriso ao avistar algo o qual sabia que a garota gostaria. — Espera um instante. — Fez sinal para que a garota parasse de caminhar e correu em direção ao carrinho de sorvete.
Krum sabia de cor qual era o sabor preferido da garota. Primeiro, porque ela fazia questão de deixar aquilo claro toda vez que o doce era o assunto das conversas e segundo porque era algo um tanto diferente do convencional, o que certamente era a cara de Lestrange.
Assim que ele retornou com uma casquinha generosa de Blue Ice, o sorriso de orelha a orelha que se formou nos lábios da garota era outra imagem que Viktor gostaria de sempre ter em seus pensamentos e não apenas neles, mas constantemente diante dele. Como não desejar tê-la sempre por perto? Só a ideia disso fazia as mãos dele suarem.
— Blue ice! Eu amo blue ice. Como é que você adivinhou? — disse, assim que pegou o sorvete das mãos dele, não hesitando em se deliciar com o doce.
— Não é bem um segredo, é? — Retrucou risonho, fazendo ela rir também em seguida.
— Você não existe, Viktor Krum. — Lestrange o encarou nos olhos, se aproximando e roubando um beijo rápido do rapaz, dividindo com ele o gosto gelado do sorvete.
— E não é que isso é bom mesmo? — aprovou. — Me deixe provar de novo. — E a beijou novamente.
— Por que não pegou um pra você? — Ela riu quando se afastaram.
— Não pensei muito em mim. — Deu de ombros enquanto eles voltaram a caminhar.
Encontraram um banquinho com vista para o grande lago que havia no local e sentaram-se ali enquanto ela desfrutava do sorvete e Viktor lutava contra os próprios pensamentos. As diversas luzes da cidade assemelhavam-se com as estrelas do céu e ele não podia se imaginar em um cenário tão bonito com outra pessoa que não fosse ela.
— . — Chamou em um impulso.
— Sim? — O respondeu de imediato.
Krum se virou de frente para ela, engolindo a seco ao tomar coragem para dizer o que sabia que precisava.
— Não quero mais isso que há entre a gente, seja lá o que for.
A garota imediatamente franziu o cenho, sem entender o que ele queria dizer com aquilo, mas ele não permitiu que ela o questionasse.
— Não consigo quando eu sinto que poderíamos ser muito mais. Estar aqui com você agora só me faz provar isso… — Ele fez uma pequena pausa e em vez de dizer qualquer coisa, permaneceu em silêncio, esperando-o continuar. — Tem um tempo que eu já sei o que eu sinto por você e tem um tempo também que eu venho enrolando em te dizer, mas… Estou apaixonado por você, Lestrange. E eu te daria todos os sorvetes do mundo se você aceitasse ser minha namorada.
Ali estava. Finalmente as palavras haviam se desprendido de sua garganta. Finalmente ele poderia se sentir aliviado em revelar o que a todo instante fazia seu peito até mesmo doer um pouco.
Mas o alívio que Viktor esperava sentir não chegou, muito pelo contrário. A sensação de agonia triplicou porque permaneceu muda. A garota se encontrava paralisada, esquecendo o sorvete quase acabado e o encarando sem nem mesmo piscar.
O coração da Lestrange estava disparado. Aquilo não podia estar acontecendo. Krum não podia ter se apaixonado por ela daquele jeito, onde ela estava com a cabeça em se envolver com o rapaz daquela forma? Não era mais apenas diversão, ela devia ter sentido e… O que diria para ele agora? Ele claramente esperava por uma resposta dela e…
— Não.
A palavra ecoou dos lábios dela e pela expressão no rosto de Viktor um tapa teria doído menos.
— Como? — Ele balbuciou incrédulo. Talvez ela apenas estivesse nervosa.
— Não posso namorar você, Viktor. Eu sei que tudo o que a gente teve foi incrível e, se você nunca me odiou, agora vai me odiar por isso, mas nós não podemos ficar juntos. Você merece alguém que te ame de verdade e eu sou uma Lovelorn. Nunca vou poder te dar o que você precisa.
— … Eu não estou entendendo…
As palavras da garota ecoavam em sua mente, mas ele quase se recusava a ouvi-las simplesmente porque eram dolorosas demais. Krum não se via capaz de suportá-las.
— Me desculpe, Viktor.
Sentiu a mão da garota tocar seu rosto e parte de sua consciência registrou o toque dos lábios dela sobre sua bochecha.
E da mesma maneira súbita que Lestrange havia surgido em sua vida, ela se foi.
De todos os cenários possíveis para aquela noite no Central Park, Krum só não imaginava que sairia dali sozinho e com seu coração partido.
Nota das autoras: Dessa vez trouxemos um capítulo enorme para compensar um pouquinho a demora na att. Tem tantos tiros que nós mal estamos contendo a ansiedade para ver as reações de vocês! O que foi a revelação da pp? O Draco beijando ela na frente de todo mundo? Esses flashbacks do Krum com direito a cena hot, cena de coração partido e esse final bombástico? Muitas emoções, certo? CONTEM TUDO PRA GENTE!
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